segunda-feira, 29 de setembro de 2008

MAIS UM SETEMBRO ou ENTRE ELES


Setembro.
O que tem de mais em setembro?
O que tem de mais na vida?
O que tem de mais nas coisas?
Por que supervalorizamos tudo?


Não entendo direito o porquê das coisas que anteriormente eu tirava de letra. Não estou com saco ultimamente pra falar das coisas que costuma discorrer com tanta naturalidade. Parece até que minha inspiração foi embora. Só estou literalmente escrevendo pensamentos soltos, palavras descompassadas. Setembro foi um mêsinho cabuloso pra minha literatura. Acabaram meus vinhos, meu cachimbo quebrou, do haxixe só os assassinos pensamentos sobraram.
Que falta me faz um bom Baudelaire. Ai que saudades que tenho do chiado de um disco de vinil quando termina o lado A. Impulsiono-me para virar o lado do disco. Quisera virar o lado da minha vida. Poder voltar no tempo, entrar no Delorien, olhar para o capacitor de fluxo... Quem me dera voltar. Remoçar alguns anos. Jogar bola na praia. Surfar ondas anãs de Olinda. Reviver os sóis do nascer e do anoitecer. Quanta nostalgia! Estou lendo muito almanaque. A quem quero enganar? Ultimamente não consigo ler nem “O Vencedor está só”, quanto mais aqueles chatos livros de Pierre Boudieu que servem apenas para eu me gabar de ter um pau de mais de 20 cm. Não que eu quisesse que ele fosse menor. Não é isso. Mas a lotomia fica deverasmente chata quando você vive num ritmo mais acelerado que a maioria das pessoas que te cercam. Tenho raiva de quem sorri com as folhas, gente de interior que não se preocupa com a crise da razão histórica ou com o Fim da História, que nunca ouviu falar de Hegel, Marx, Focault ou qualquer outra bicha insana que jogaria uma Ferrari no rio Sena. Invejoso dos infernos sou eu e não consigo ser feliz. Critico a Academia, mas não passo de um merda a-acadêmico preconceituoso com tudo e todos. Tenho milhões de defeitos. Ora me acho demais, ora me sinto um burro incompetente. Fico arrotando um QI de mais de 130, esquecendo que meu cérebro parou de produzir neurônios sadios desde que passei a me estressar com tudo, virando vítima da doença pop do século XX. Em pleno século XXI sou vítima das dores de coluna, do nervosismo, do stress, consumidor de inúmeros remédios de tarja preta, transformando minha psiquiatra na minha confidente, meu padre, exorcizando meus demônios interiores e me ajudando a entender a merda do mundo que me cerca. Ai de mim! Um escritorzinho de bosta, sem talento, um filósofo que não pensa, questionando a essência metafísica da vida, do mundo, do ser, levando a ontologia ao extremo e me tornando um chato do caralho que nem sequer pede desculpas pelos palavrões escritos e/ou pronunciados. Quem se interessa por pensamentos soltos de um escritor noir? Quantos realmente conhecem a mente do professor? Quem é o dono dessa cara marcada? Quando terminará um livro? Onde está "Heloísa e O Mundo das Possiblidades”? Cadê “Eu”? E a essência da boemia? Você não passa de um verme, envergonhando a língua e a profissão de Saramago. Ele sim é um escritor. Mesmo com as intermitências da morte, ensaiando um evangelho. Quem me dera ser Nietzche!?! Eu e Zaratustra numa caverna mandando as sombras, as sobras e os sambas de Platão ir embora com a chama de uma vela.




O fogo lá da vela, lá da vela é o eterno coringa do jogo” “Eu sou a areia da ampulheta

ENTREMUNDOS ou O QUE PERDI QUANDO CHEGUEI


Mente insana
Barba rala
Ocioso
Barriga flácida
Fraco
Braços finos

Quem é você?

A eterna insustentável leveza de ser.

Cadê você?

Onde estão as vozes?

"Vozes veladas
Veludosas vozes
Volúpias dos violões
Vozes veladas
Vagam nos velhos vótices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas"

Vulcanizados pensamentos
Vozes caladas
Levados pelos ventos
Tolos e vís pensamentos
Mais uma vez me calo
Na minha mão mais um talho
Um estigma
Estigmatizado, rotolado
Mais uma vez caminho
Sem destino
Com rumo
Sem rumo
Seguindo o destino certo
Tudo escrito
Do maktub duvido
Paulo eu leio
Amigo Pedro não escuta
Raul uma falta
Falta de consciência
Abandonado pela inteligência

Sigo só
Entre sete bilhões

Só o eco me responde
Narciso me olha

Quem é você?

Quem me olha através do espelho?

Sumidoro da imagem
Nascedoro do rio
Rio?
Sorriso do meu rosto não faz parte

"O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo."

O que sou?

Gregório de Matos?

Cruz e Souza?

O todo?

A parte?

A partir de quando devo partir?

Parti minha parte
Coração partido
Mil pedaços
Quebrei
Copos na parede
Cabelos no ralo do banheiro
Passando
Vida passando
Dormindo eu

Morri?

Quem?

Não fui eu!!!

Minha
Somente minha
Colem meus pedaços
De uma parte não esqueçam
Inteiro sou com a parte

Qual parte?

Não sei!!!

Procuro desde 81.

Você viu por aí?

Ajudem-me!!!




"Help! I need somebody ........ Meus amigos cadê? Minha alegria, meu cansaço?"

domingo, 28 de setembro de 2008

MUITO ALÉM DO ORKUT ou THE SURFACES


Quem não preserva a memória não merece ter grande parte do seu inútil cérebro. Quem não preserva os amigos não merece absolutamente nada.
Não sei se sou a pessoa mais adequada para falar de preservação de memória e/ou amizade, mas, independente disso, me arriscarei a dissertar um pouquinho sobre o assunto.

Existiam muitos naquelas salas de aula. Porém, alguns sempre são inesquecíveis. E aqueles eram inesquecíveis. Bem, é certo que a gente já se conhecia há um certo tempo, mas o ano de 1999 foi sem sombras de dúvida o nosso ano. O ano do fim do nosso Ensino Médio. O ano do nosso vestibular.

André Luiz Borges de Almeida (Doug), Fabio Coutinho (Jesus), Rodolfo Ramos Ferreira (esse sempre foi só Rodolfo), Thiago Tavares (TT) e eu – José Rafael Monteiro Pessoa (ou simplesmente Garga). Tirando Rodolfo, nenhum de nós passou pra uma universidade federal naquele ano. Contudo, o vestibular era a menor preocupação que tínhamos. Queríamos mesmo é curtir a vida como se fossemos “morrer amanhã”. Nós, libertários pensadores, jovens revoltados (ninguém tanto quanto Fabio, sempre de calça rasgada e riscada, cabelo comprido, barba de bode – nem adianta se ofender Fabio, você era assim e sabe disso), estávamos curtindo a essência do Rock.

Rock na veia, caralho!!!

Daríamos um mosh na multidão, gritando bem alto, arrotando “Raimundos” e “Só no Forevis” (saudosos tempos do Raimundos – Quem mandou você gostar dessa banda de fases?).

Afinal, quem eram os caras do Surfaces? (Acho que só eu lembro da banda que montamos e que nunca tocou porra nenhuma. Eu nem sei quem tocava o que no Surfaces, só lembro que eu seria o batera).

Conheci Doug no primeiro ano do ensino médio. Era um novato calado transferido de uma unidade do colégio para outra. Não demorou muito e ele já virara um dos nossos.

Fabio e TT eu conheci no maternal (faz pouco tempo, eu sei. Acho até que foi ontem.). Estudávamos numa escolinha próxima de nossas casas que era da tia dos meninos, que (só para constar) são primos. Contudo, ficamos longo tempo sem se ver e apenas minha memória permaneceu ativa. Voltamos a ser amigos mesmo já com espinhas e pêlos na cara.

Rodolfo eu conheci no Imaculado, o colégio dos nossos corações e onde estudamos até a 8ª série, mas ficamos amigos mesmo no ensino médio (repetitivo isso, não?).

Eu era provavelmente o mais nerd, o mais calado, introspectivo, Rodolfo o mais desenrolado, Fabio o mais artista (ninguém desenha como Fabio), TT o mais engraçado (rio sozinho lembrando dele e Doug autografando o caderno de Rodolfo com – Um abraço do seu herói Canibal ou algo do gênero), Doug era meu parceiro de viagem, cansativos minutos dentro do ônibus passavam mais rápido ao seu lado, me emociono lembrando de suas lágrimas na quadra de esportes na véspera do dia do vestibular. Parece que sabíamos que tudo seria bem diferente a partir daquele dia.

Infelizmente aos poucos fomos nos distanciando e o tempo tornando cada vez mais escasso para nos encontrarmos. Possivelmente eu fui o mais ausente (verme)... Em meio a esbarrões vi meus amigos pelas ruas. Doug reencontrei alguns meses atrás num shopping, estava com uma garota (imagino que seja sua namorada), parecia bem, mas pouco conversamos. Fabio há muito não vejo e, fora o coração, não lembra em nada o gordinho cabeludo e de barba por fazer, virou um lutador de jiu jitso bonitão, com um filho lindo e tudo mais. Rodolfo encontro com mais freqüência, virou um “federal”, saradão. TT o encontrei no Orkut e foi a mola que faltava pra que eu escrevesse pros meus eternos amigos de Humanas, que eles nunca saíram dos meus pensamentos. A vida é muito foda. O tempo sempre nos dá uma fatura alta cobrando pelos momentos maravilhosos que ele te propiciou enquanto você se divertia ao lado dos seus companheiros.

Todos sabem que odeio o Orkut. Nunca gostei de exposição. Mas para rever amigos de verdade o esforço vale à pena.

Só para constar, caso eu não tenha deixado muito claro... Doug, Fabio, Rodolfo e TT, talvez eu nunca tenha falado... mas... EU AMO TODOS VOCÊS.

Saudades meus amigos.

O que vai ficar na fotografia são os laços invisíveis que havia.”

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

PRIMEIRA HISTÓRIA DE RAQUEL ou A MENINA E O CALANGO


Como sempre distraída, eu contemplava a fumaça que vinha em minha direção. Seu cheiro forte revelava que mais que a boa e simples nicotina estavam naquela composição. Nada mais natural, eu não devia me espantar com isso, haja vista eu estar numa calourada no curso de História da Universidade Federal de Pernambuco.

Foi lá que tudo aconteceu. Aquele era "o" dia. O meu dia. Que dia!

Entre batuques soltos e danças psicodélicas, inúmeras pessoas passavam a minha frente, nenhuma me surpreendia, nenhuma me encantava. Tudo era bastante natural e corriqueiro. Eu estava cansada daquilo tudo. Sete anos daquela coisa. Nada era novidade. As mesmas músicas, os mesmos sons, as mesmas viagens, os mesmos calouros, afinal, calouro é sempre calouro. Eu também era sempre a mesma. Sandália rasteira de couro, saia de tecido leve amassadinho, camisa branca, feita artesanalmente, comprado lá no Alto da Sé de Olinda, assim como meus brincos, colares e pulseiras. Eu... uma típica aluna do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFPE. Mas algo em mim atrai a atenção do sexo oposto. De surfistas a políticos, todos viram os olhos em direção ao meu magnetismo.

Repentinamente, enquanto eu divagava serelepe sobre o tempo, um cheiro forte perturba meu sentido olfativo... Sou abruptamente agarrada. Um hippie sujo me puxa pela cintura fazendo-me rodopiar.

A minha primeira reação foi a de me afastar daquela figura.


"Sai pra lá menino! Oxe! Tem cada uma! Sai pra lá, atabacado!"


Depois de xingá-lo me virei e continuei a prestigiar o balé da fumaça proveniente da massa tipicamente pernambucana. E... Mais uma vez sou puxada. O hippie novamente dá uma investida em mim, aparentemente tentando me beijar... foi aí que...


"Quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus resolvem se encontrar"


Na cabeça do hippie estava ele... Billy (identidade verdadeira ocultada). Olhos verdes como seu corpo dividido - cabeça, tronco, membros e seu enorme rabo.

Ao me ver, Billy ficou nervoso, seu pescoço fazia sua cabeça virar ora pra esquerda, ora pra direita. Aquela habilidade fez meu coração acelerar e um voluptuoso suspiro saiu do meus secos lábios. Olhei fixamente para seus olhos enquanto suas pupilas dilatavam incessantemente (como a da maioria dos calouros). Então... Me declarei...


- Billy, agora eu entendo porque frequento essas calouradas chatas há 7 anos. Eu estava a sua espera. Preciso de você. Dê-me um sinal que esse sentimento é mútuo.


Infelizmente, Billy balançava a cabeça negativamente. Eu quis chorar e disparei para ele o maior dos meus questionamentos:


- COMO ASSIM?


Isso não tinha explicação. Foi aí que percebi que Billy era fiel ao seu dono. Billy, como um bom aluno de Artes Plásticas, era gay. Eu não merecia isso. Ambos foram embora. No meu peito ficou uma profunda dor e na minha mente a lembrança do suave balançar da cabecinha de Billy - O calango na cabeça do hippie.



"Quem um dia irá dizer que existe razão pras coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?"

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

4 DE SETEMBRO ou PARABÉNS, RAFAEL

Quando você está prestes a fazer aniversário, vive-se um período de extrema mudança, não implicando, no entanto, que essas mudanças serão de altas benesses para você e para os outros. Porém, sente-se que um ciclo da sua vida está se fechando. Antes desse ciclo se fechar vislumbra-se a porta do inferno, o seu diabo interior é jogando à cara, paga-se os pecados com juros incalculáveis, vive-se o conhecido inferno astral. Essa é a minha vida agora. O mais lindo e doce inferno astral. Eu o mais perfeito diabo em Terra. Felicidade plena em Inferno Astral.
Vinte e sete anos passados a limpo. Feliz Aniversário José Rafael Monteiro Pessoa. Parabéns pelas conquistas obtidas. Vamos festejar uma vida de fracassos. Vamos parabenizar sua arrogância, sua boçalidade, seu medo, sua insegurança, seu torpe perfeccionismo, seu egoísmo, seu egocentrismo, suas dores-de-barriga, sua mão no peito... Peito... Coração... Que coração?
Parabéns, Rafa.

Obrigado. Mas eu sei que não mereço tanto. Não por quem sou por dentro. Embora, eu sei que você não tem visão de raios-X. Para os outros sou o que faço. Logo, não sou grandes coisas. Bem, como escrevo pra mim, desabafarei comigo mesmo.

Só queria poder voltar no tempo por um dia. Um único dia. Mas que dia seria esse? Que dia faria mudar todo o curso da minha vida? Qual o momento chave da minha existência mudaria o rumo do meu destino? Será que sei? O fato é que o tempo é algo muito precioso. “Os anos ensinam mais do que os dias jamais saberiam”.

Meu cotidiano passou despercebido por mim. Não dei total valor para mim e para minha vida. Será que pra os que amo eu dei valor? Às vezes careço de um mestre, de alguém que me dê a mão. Mas, um mestre que tive disse-me: “Rafaelzinho, largue essas muletas. Você precisa cair pra aprender a andar, não de muletas”. Ele estava certo. O problema era o de sempre – o medo. Hoje me encontro totalmente só. Não tenho nada nem ninguém. De uma certa forma afastei todos do meu redor. Queria ter ao menos um filho. Alguém que se orgulhasse de mim, que me amasse, me admirasse, que aprendesse comigo a jogar xadrez, a escutar Raul, assistir Star Wars, ler os gibis do Batman e do Incrível Homem Aranha... Alguém que me chamasse de PAI, brincasse comigo atirando “teias” na mãe dele. Alguém que eu ninasse cantando “Não é possível Dom Raulzito. Não é possível Dom Raulzito...”. Pois é meu querido Raulzito, seu pai não pôde ser seu pai, não pôde te ensinar nada, viver ao teu lado seus sorrisos, suas descobertas, suas conquistas, nem chorou contigo os teus fracassos... Você não nasceu meu filho.

Eu sou uma enganação. Não tenho o mínimo de talento. Nunca confiei nele mesmo. Mas... Já fui professor, pesquisador, funcionário, empresário, mas nunca me imaginei fazendo outra coisa a não ser escrevendo. Sou escritor... Sem talento, imaginação, coragem... A coragem existe em tentar, eu sei. Mas tenho medo. Minha inspiração é mundana. A culpa é de Deus. Deus criou as mulheres para compensar o fato de ter criado os homens. Dos homens retirou os poetas e presenteou-lhes com a dor. Onde estão as coisas simples? Você não viu. Acabou de passar do teu lado. Wake-up Neo. Open your eyes Dave. Abra los ojos. Voe… Voe Rafael.

“Os anos se passaram enquanto eu dormia. E quem eu queria bem, me esquecia”.

Se fosse pra voltar no tempo por um dia. Só por um dia. Eu escolheria o dia 28 de março de 2003. Viveria todos os melhores momentos de novo e não erraria por bobos erros bobos. Seria HOMEM... O MELHOR POSSÍVEL.

“Faço longas cartas pra ninguém.”

terça-feira, 2 de setembro de 2008

DOR LUPICÍNIA ou INCERTEZA


Nebulosa é uma mente em dúvida
Perturbado é o coração emotivo
Batidas arrítmicas são as dele
Barriga doída, fria, gelada
Dúvida condenada
Condena-me sem julgamento
Pago e sofro calado
A masmorra, a solitária
É minha mente
Que pede
Saiam da frente
Pensamentos sombrios

Lupicínio, eu
Aqui sozinho
Lupiciniaria melhor contigo
Não quero mais um whisky duplo
De cotovelos cravados no balcão
Fazendo bolinhas com copo
Chorando por um quebrado coração

Cafona, brega
Um homem que sofre
Concordo com a cafonice dos românticos
Homem que ama paga o preço
Preço dos pecados
Do original pecado
Só entende quem sente
O que é está com coração quebrado
*
*
*
*
"Volta. Vem viver novamente ao meu lado. Não consigo dormir sem teus braços. O meu corpo está acostumado"

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

PRELÚDIO DO INFERNO ou CONDOEIRO


Medo
Infeliz companheiro
Responsável pelas minhas dores
Pelas culpas
Pelos pudores

Medo
Pai das minhas lágrimas
Mãe dos meus pesadelos
Oh! Infeliz companheiro
Ajuda esse amigo agora
Um pedido te faço, amigo
Por favor, vá embora

Eu só queria acordar
Ver que minha vida está normal
Não de pernas pro ar

Não preciso da dor pra escrever
Preciso da segurança do amor
Da tranqüilidade do lar
Do carinho da minha mulher
Da atenção de outrora
De momentos passados
Vividos

Vivi demais para isso?
Morri depois e respiro?
Inferno é passar o que passo
Pagar por males que pago

Quero arrancar do meu peito
Jogar essa dor fora
Colocar no meu rosto um sorriso
Mandar sofrimento ir embora

Não é bem assim
Eu explico
Não sou isso que apavora
Tenho um amor maior aqui dentro
Se é com a ausência que provo
Que eu suma logo de vez
Que o infinito me leve
Se eterno é meu amor
Mantenha viva a lembrança
Pois o setembro é maldito
Presenteou-me com a vida
Devolvo a ele com a morte

Morrem os fracos muito antes de morrerem. Os bravos provam da morte uma única vez