quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O BLOG E A BUSCA DO CÁLICE SAGRADO ou O BLOGUEIRO E O CALE-SE SAGRADO

Não faço a menor ideia de quantos blogs existem hoje no Brasil, muito menos no mundo. Mas a maioria (pra não dizer todos) é feito por pessoas que se consideram porta-vozes de algo essencialmente importante.

Tem o blog dos punheteiros – aqueles que só tem sex tapes de pessoas famosas, contos eróticos, fotos das mais gatas do orkut e as tão tradicionais playboy e sexy; o blog das donas-de-casa – com receitas culinárias gostosíssimas e dicas capazes de deixar seu guarda-roupa bem arrumadinho com apenas 3 truques; o blog de humor como o Kibeloco; o blog dos nerds (um dos meus preferidos) – com dicas de Hq, jogos do Xbox e playstation, filmes blockbuster, mulheres gostosas, etc.; e mais um enxurrada de blogs de cunho jornalístico e literário - incluindo poesias melosas e contos underground.

O fato é que todos os escritores, independente do que escrevem, querem ser lidos. O problema é que com esse pensamento nenhum de nós faria mais nada da vida a não ser ler blogs. Eu admito que tem blogs interessantíssimos e que alguns desses membros da blogosfera acabam sendo absorvido pelo mercado da indústria cultural e se tornando celebridades pop-cult. Citarei alguns parcos exemplos: os escritores Santiago Nazarian, Marcelino Freire e Michel Melamed; o multimídia Xico Sá; e o nerd Thiago Borbolla, do Judão.

Todos eles foram precursores na área em que se desenvolveram. Excetuando Xico Sá (foi mal companheiro), o restante é composto por pessoas bem jovens e que, sobretudo começaram nesse universo mais jovens ainda. Contudo, sou contra a criação de rótulos que os coloquem no patamar de imortais da Academia Brasileira dos Blogueiros. Como todos sabem, sou contra todo e qualquer tipo de academia (minha flácida barriga não me deixa mentir). Não sou anarquista, mas acho que a criação de normas e regras torna o mundo uma chatice insustentável. Sempre existirá o novo. Como diria Raul: “Não nego que a poesia dos cinquenta é bonita. Mas todo o sentimento dos setenta onde é que fica?

Continuando com a frase do próprio Raul: “Eu vou fazer o que eu gosto. O que eu gosto.

É exatamente isso que faço com meu bloguinho. Acreditar que somos os “Master of the Universe”, ou num bloguês juvenil, os fodões do universo, é estúpido, arrogante, e até certo ponto ingênuo. Baixando o nível um pouquinho (me perdoem de antemão) – você pode achar que seu pau é imenso, mas sempre existirá um Big Mac com um long-dong ainda maior. Ou seja, quando nos comparamos a alguém ou quando achamos que somos alguma coisa, ou nos tornamos presunçosos ou inferiorizados. Certa vez disseram isso para mim. Já me achei demais, mas hoje sei que sou apenas mais um, nada de mais. E lamento de verdade quando acreditamos que seremos os próximos J.R.R Tolkien, Florbela Espanca ou James Joyce. Desculpem amigos, isso é apenas uma ilusão hollywoodiana (Global no caso do Brasil). A busca pelo Santo Graal da fama e da fortuna é uma fantasia distante. E o mais próximo que você conseguirá chegar dos 15 minutos de fama que Andy Warhol disse que você tinha direito é quando de fato você se permitir sair do Big Brother orweliano... e não quando adentrar no Big Brother hollywoodiano.



Até que parece sério. Mas é tudo armação. O problema é muita estrela mas pouca constelação