sexta-feira, 27 de novembro de 2009

FERA NENÉM ou ENTRE 2001 E 2010


Quem tem mais de 28 anos (ou se tem menos e possui uma memória assombrosa) com certeza lembra-se da música “Fera Neném” cantada pelo Trem da Alegria e com a participação do músico e ator Evandro Mesquita, no ano de 1986.

Mas antes de falar da música em si e dos reais interesses do meu post, como um bom historiador (quem disse que eu sou um bom historiador?) preciso contextualizar historicamente para vocês.

Primeiramente os anos 80 são mágicos para todos os balzaquianos (ou quase balzaquianos – meu caso) que viveram aqueles últimos dias de ditadura militar e os primeiros anos da democracia brasileira. Tínhamos uma apresentadora infantil loira, com voz de quem esta dando uma bela... Bem, deixa isso pra lá; um palhaço com ar norte-americano que colocava medo nas criancinhas; desenhos animados incríveis – He-Man, Thundercats, Smurfs...; tardes maravilhosas durante a semana com clássicos como “Os Gonnies”, “Caravana da Coragem” e “A Fantástica Fábrica de Chocolate” de Gene Wilder – Willy Wonka; domingos hilários com Os Trapalhões; além de um monte de coisas que me faria dissertar por horas.

Como diria Raulzito, a “charrete que perdeu o condutor”, ou melhor, os anos 80, entraram na moda há alguns anos com o renascimento de alguns ícones da década perdida (fica na tua, Nilson), incluindo o boom das festas trash 80 (que na boa, amigos – são ótimas), que fazem qualquer boite se transformar no Delorien voador do Dr. Brown e te levar de volta ao ano de 1985 (e os outros anos da década de 80, é óbvio). Abrindo um parêntese para encerrar esse preâmbulo, os anos 80 estranhamente terminaram em 1996 com a morte dos Mamonas Assassinas e do Renato Russo. Preciso explicar? Bem, se você viveu o que eu e outros felizardos vivemos não preciso explicar, não é? Se você não viveu, vai pro Google.

Mas voltando ao início...

No tempo da inocência (ou nem tanta) as músicas infantis eram feitas para crianças. Existia o Trem da Alegria, o Balão Mágico, os Abelhudos (lembram deles ou só eu lembro?), a Xuxa, o Fofão (vocês se lembram da história do boneco do Fofão? Bem, essa história é pra outro post), todos com músicas feitas para crianças. Não era Tchan, Calcinha Preta, Saia Rodada, Calypso e outras porcar... digo, músicas que existem por aí.
Pra vocês entenderem claramente o que meus confusos pensamentos noires estão tentando expressar, peço encarecidamente que leiam a letra de Fera Neném.

Fera Nenem
Trem da Alegria
Composição: Vinicius Cantuária E Evandro Mesquita

Evandro - Salve, salve Juninho, como é que é, tudo bem?
Juninho - É... mais ou menos
E - Ué, por que, irmãozinho, que cara é essa?
J - Sabe o que é, Evandro, eu quero é ser presidente do Brasil
E - Ei, diz aí então, me conta


Hoje acordei e ouvi no rádio
Alguém dizia que o mundo ia mal
Que entre dois mil e um e dois mil e dez
Já era a Terra numa guerra final

Eu sou o fera, o fera nenem
Olha só o mundo que a gente tem
Eu sou o fera, o fera nenem
Se eu for presidente, você vai se dar bem

Eu canto, danço, nado, brinco com tudo
E até que não me dou mal no estudo
Quando quero alguma coisa, eu berro
Brinco de médico, ninguém é de ferro

Eu sou o fera, o fera nenem
Qual o futuro que a gente tem?
Eu sou o fera, o fera nenem
Se eu for presidente, você vai se dar bem

Quando sonho, viajo por mil lugares
O mundo é lindo pra quem sabe viver.... só na paz
E corro feliz pra te ver
Vou em frente, não dou bola pra bruxa
Acordo contente quando sonho com a Xuxa
Só quero dizer que eu,

Sou o fera, o fera nenem
Pára na minha que você vai se dar bem
Eu sou o fera, o fera nenem
Se eu for presidente você vai se dar bem


J - Alô, alô, gatas, gatinhas e cachorrões
Eu sou a solução!
"We are the world!"


E - E vem aí Juninho Bill a cores para todo o Brasil
Esse é fera hein, diz aí, Juninho


Eu canto, danço, nado, brinco com tudo
E até que não me dou mal no estudo
Quando quero alguma coisa, eu berro
Brinco de médico, ninguém é de ferro
Eu sou o fera...


Olha aí, vote em mim pra presidente
E alô, alô, senhoras e senhores
Paguem logo a tal da dívida, senão vai sobrar pra gente
É isso aí, mais fantasia no seu destino
Bote fé nesse menino, sou o futuro no presente
Juninho Bill para presidente do Brasil


E - Tô contigo e não abro, Juninho
J - Muito obrigado, muito obrigado!

Bem, amigos, depois de ter participado da campanha de Lula para presidente em 2002 (Como diria o imortal Tim Maia – “Não me iludo mais, Não me iludo mais”) quando eu era um idealista estudante de História da UFPE, assumo agora a campanha de Juninho Bill pra presidente do Brasil em 2010. (Dilma quem? Marina o que?)

Crescemos... e crescemos bem. Acho que não preciso nem explicar, não é? Basta ler a música novamente e lembrem-se que estávamos em 1986.

Quando estava escrevendo este post, vi que um xará meu lembrou dessa história em 2003, mas a campanha é minha.

Voto em Juninho Bill. Esse é Fera.



“Tô contigo e não abro, Juninho”