sábado, 31 de dezembro de 2011

ÚLTIMOS ESCRITOS ou THAT'S OVER, BABY!


Talvez este post não esteja à altura do meu blog. Mas eu também nunca estive.

Oi amigo. Eis que escrevo pela última vez neste blog. Isso é tão estranho. As palavras, tão cúmplices, somem. Queria dizer tanta coisa. Acho que vou pedir ajuda a alguns mestres pra expressar o que tenho no peito.
Eu poderia muito bem cantar Raul e dizer: "No momento em que eu ia partir, eu resolvi voltar". Infelizmente não sou Dom Raulzito, mas como ele “vou viver! Vou poder contar meus filhos, caminhar nos trilhos . Isso é prá valer... Vou sentir! Que a minha dor no peito, que eu escondi direito, agora vai surgir...".

É ululante que muitas coisas ficarão sem serem ditas, sobretudo as mudanças que incidirão sobre mim. Afinal, “o homem é o que é, não o que foi”. E como vocês sabem, já fui muita coisa, vi tantas coisas, tantas realidades-foda e lhes devo inúmeras histórias/estórias. Mas fica pra próxima. No momento eu apenas “desço dessa solidão e espalho coisas sobre um chão de giz. Há meros devaneios tolos a me torturar. Fotografias recortadas em jornais de folhas. Amiúde!” Então, “disparo balas de canhão”, mas “é inútil”. Assim como eu muitas vezes. Eu, amante e estudioso da loucura, “queria usar, quem sabe, uma camisa de força ou de Vênus”. Não, nem Vênus nem Afrodite. Pra que certos prazeres?
Parei de fumar a quase nove anos. Troquei por beijos. “Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro, nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom...” Infelizmente eles acabaram. Meus vinte anos de "boy"... That's over, baby!

Ainda não vejo Freud, Lacan ou Jung me explicando as coisas que sinto. É complexo, não é existencialismo. Sou fácil e complexo, ou melhor, somos assim. “Somos o que há de melhor.
Somos o que dá pra fazer. O que não dá pra evitar. E não se pode escolher
”.

Tenho três livros pra editar em 2012 (Eu: A insustentável leveza de ser – você; Heloísa e o Mundo das Possibilidades; Poesias soltas de uma mente noir), outros tantos pra irem pro papel, defender uma monografia de especialização, começar um mestrado... Novos títulos, novos trabalhos, novos amigos, novos julgamentos, novos rótulos, novos “eus”.

É, amigo, “se eu tivesse a força que você pensa que eu tenho, eu gravaria no metal da minha pele o teu desenho.” Mas sou fraco pra caramba em tanta coisa. Não que eu não queira ou possa mudar. Então, mudarei. Tentar nunca. Fazer! (Credo!!! Parece auto-ajuda.)

Queria aproveitar a oportunidade e agradecer a todos que me seguem ou já me seguiram, pelas leituras e comentários. Lembro quando Jéssica Laís comentou pela primeira vez neste humilde cafofo de ideias. All you need is Love”, em 25 de agosto de 2008. De fato, all you need is Love. Amor este, que minha amiga, parceira, mulhermaistudodomundo me dá mais que mereço. Só minha Flor Dalma, minha Glena, leu este blog todo, acredito, deixando comentários, me apoiando, me amando... Lembro também da empolgação de Alexandre com um conto meu (que foi até parar num livro depois), do carinho de Jefferson e Vinícius, do contato de outros blogueiros como a Reny, a Lais Sampaio, a Helena, o Wandeilson e o Railler; do reencontro com Polly (multimídia e polifônica), Duda, Ênio, Hélio, Fábio, TT, ex-colegas do colégio em geral, além de outros amigos como meu super-seguidor Nilson, PH, Gio, Raboni, Salviano, Batista, Catarina, Ceça, Malu, Mário, Carlos, Alexandre Furtado, Daniel; bem como alguns ex-alunos que apareceram por aqui. De fato, quem deu uma sintetizada ímpar para classificar meu blog foi minha amiga Elyne Veras. Ela disse que ele era um “Manual de Rafael Monteiro, aprenda como ele funciona!” Concordo com a Srta. Veras. Tanto que algumas pessoas que nunca me viram viraram amigos, é o caso da Srta. Roberta Cavalcanti, ou seria AMARela Cavalcanti? Outra Roberta, a Blá, essa de mais longe, saia do canteiro dela, onde tem Garota Flor e caia aqui, na casa do Chapeleiro Maluco. Mais recentemente ganhei um novo leitor, Pedro, um brother que curte o que escrevo por ver além das palavras. Sinto que entre erros, eu acertei. Sem palavras pra agradecer. Amei ter vocês por aqui. Caso queiram... Sou o velho maluco de sempre... Apenas Rafa... Sem frescuras... No e-mail de sempre (j.rafaelmonteiro@gmail.com).

Quando ganhei a revista em quadrinhos número 100 do Cascão, foi emocionante pra mim. Lembro de cada coisa escrita. Cada história. Eu devia ter uns nove anos, algo assim. Hoje aos 30, no último dia do ano de 2011 (aliás, que 2012 seja melhor que todos os outros anos passados, pra todo mundo), eu chego ao meu centésimo post e me despeço. Se parassem de publicar o Cascão na revistinha nº 100 eu ia ficar arrasado. Mas, no blog é diferente... Qualquer coisa eu digo que não fui eu, foi meu eu lírico.

No mais estou indo embora!”
Pois sei que
Não dá prá imaginar quando é cedo ou tarde demais pra dizer adeus, pra dizer jamais”
Mas
“Adeus também foi feito pra se dizer
Logo,
“Adeus você... Eu hoje vou pro lado de lá. Eu tô levando tudo de mim que é pra não ter razão pra chorar”.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

ENTRE PORTAS FECHADAS: O IMPROVÁVEL ou NEM TODA HIGHWAY É INFINITA



Há momentos que precisamos fechar algumas portas e seguir em frente com as nossas vidas. Estou fechando portas, descendo cortinas, colocando pingos nos “is”. Faço isso justamente porque muita coisa deu certo, não pelo oposto. Se “se ainda não deu certo é porque não chegou no fim”, se deu certo é porque o objetivo final foi alcançado. Shakespeareanamente falando, “tudo vai bem, quando tudo acaba bem”, pois, nem todo game é over.
O ano está acabando e meus posts neste blog também. Ele foi super importante, como já disse em outras ocasiões. Devo a ele 4 participações em livros, noites de insônia morta, alguns novos amigos e horas de auto-terapia.
Do “muito além do Orkut” às “amizades: quanto vale ou é por quilo?”, expressei muita coisa. Amigos que vieram e foram sem adeus, como a maioria da vida de todos.  Eu, apenas mais um rosto na multidão. Ciclos que se fecham. Como diria o grande filósofo contemporâneo (sarcasmo, ok?!) Zezé di Camargo – “quanta gente a gente vive deixando pra trás?”.
De fato, o que mais fazemos na vida é permitir às pessoas irem embora das nossas vidas. Algumas voltam, outras não. Chovendo no molhado, digo: a vida é assim mesmo, cheia de reviravoltas. Futuro incerto é pleonasmo.
Em janeiro de 2008 jamais imaginaria que abriria uma empresa, viria amizades ruírem, montaria perfil no Orkut, criaria um blog, entraria em depressão, engordaria 20 quilos... Já em janeiro de 2011 jamais imaginaria que faria novos amigos, viveria experiências que nunca acreditei serem possíveis, voltaria a ser professor, faria uma especialização em cultura pernambucana, passaria no mestrado de teoria da literatura de uma universidade federal. Enfim, por mais planos que façamos tudo pode mudar no meio do caminho, haja vista o invisível nos saltar aos olhos. Algumas vezes o improvável acontece. É assim em tudo na vida.
Eu, garoto arrogante, boçal, cônscio dos meus sentimentos, idealista e sonhador de 19 anos, jamais imaginaria que iria encontrar uma garota tão forte, encantadora e que quebraria o gelo do coração deste que vos escreve, em uma lista de aprovados no vestibular para o curso de História da UFPE no ano 2000 e me casar com ela poucos anos depois. Assim como Eric Clapton jamais imaginou que ao consolar por inúmeras traições a mulher do seu melhor amigo (George Harrison) acabaria se apaixonando por ela. Mais uma vez digo: a vida é assim, o improvável pode acontecer. Quanto a Clapton... teve seu mundo inteiro virado de cabeça pra baixo por ter se apaixonado como um tolo... “Layla” o colocou de joelhos. “Layla” era Pattie Boyd, casada com Harrison em 1966, divorciada dele em 1974, casando com Clapton em 79, que a amava desde 1970, de quem se divorciou em 1988. Clapton e Harrison foram amigos eternamente e o belo amor de ambos por Pattie Boyd resultou em algumas das mais incríveis músicas do rock inglês, como “Something”, gravado pelos Beatles e composta por George Harrison; “Layla” e "Wonderful Tonight", composta e gravada por Eric Clapton. (A título de curiosidade: O caso improvável do rock tupiniquim envolvendo uma mulher lindíssima e dois grandes amigos foi protagonizado por Paula Toller, Leoni e Herbert Viana. No final, ela casou com outro e Leoni e Herbert continuam muito amigos.)
Hoje... Eu, nem tão garoto, nem tão arrogante, nem tão cônscio de quase nada, do alto dos meus 30 anos, apenas vivo... Um dia depois do outro... Embora eu faça planos, tudo pode mudar no balanço das horas. Pra qualquer pergunta que me façam, humildemente respondo: Eu não sei. No momento só estou certo que este é meu penúltimo pensamento solto desta tão noir mente que assoladamente ostento. Como diria Raul: “Não sei onde estou indo, mas sei que estou no meu caminho”. Se quiser vir comigo: vamos nessa! A estrada é grande, mas nem toda highway é infinita.

I don't want to leave her now / You know I believe and how

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

FRAGMENTOS DE "EU: A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE SER - VOCÊ" ou MAQUIAGENS E O MUNDO INVISÍVEL


Anos atrás escrevi um livro intitulado "EU: A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE SER - VOCÊ". Ele  é um atentado filosófico que visa mostrar o quão os humanos são limitados, idiotas e por aí vai, mas não falarei dele, apenas utilizarei um trecho neste post, haja vista estarmos em dezembro e...

...são uma realidade. Mas mesmo assim... é pra isso que existe maquiagem. Apenas o belo deve ser mostrado.

Mas o que vem a ser o belo?
O agradável aos olhos?
E se te disser que “eu não gosto do bom gosto. Não gosto do bom senso. Não gosto dos bons modos. Não gosto. Eu gosto dos que tem fome, dos que morrem de vontade, dos que secam de desejo, dos que ardem”.

Pois é. Mas...voltemos a maquiagem.

Maquiagem no rosto.
No colo.
Feminina.
Masculina.

Ah! Maquiagem!

O que seria do mundo, da humanidade, sem adornos e... maquiagem.

Tudo é tão melhor com maquiagem. Mas... Falso! Artificial! Distante das realidades muitas vezes. Como cidade turística em alta estação. Toda limpinha, arrumadinha e pintadinha. Igualzinho a sua casa em dezembro, esperando o Natal e o Ano Novo.
Até você é melhor em dezembro.
Roupas novas e... ‘Feliz Natal! Tudo de bom pra você e sua família. Sucesso! Paz!'

Que besteira é essa?
Você odeia esse cara.
Nós dois sabemos que você odeia esse cara... somos a mesma pessoa

Ah! Natal!
Festa hipócrita!
Tão linda!
Tanta neve!
Até em Cuiabá e no Piauí tem neve.

Ah, se não fosse a maquiagem?!

Tudo seria tão diferente.

Bem, admito... tão feio quanto de costume. Mas...

Hoje prefiro uma realidade tosca que as mentiras de maquiagens hipócritas.


"Vai cair... vai subir... vai partir..."

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

ENTRE NOIRES E CARTOLA ou UM RETALHO DE COLCHA

Sei que tá grandinho, mas leiam (se quiserem, óbvio).

Bem, amigos (faz tempo que não escrevo isto)! 
O fim está próximo!
É estranho pensar que vou deixar isso de lado.
Todos sabem que sou o cara do contra, o metido a revolucionário.
Então, não fazer uso das redes sociais ou de alguma forma expor minha vida é uma forma de dizer a George Orwell, Aldous Huxley, Isac Asimov, Jean Baudrillard e tantos outros - MUITO OBRIGADO!
O mundo (pós)moderno é ducaralho, mas perigoso demais. Tudo é uma questão de perspectiva.
Não vou decantar nenhuma sapiência, nem ser um idiota qualquer, mas cansei de viver virtualmente. Quero vida real. Quero tocar nas pessoas, sentir seus perfumes, dividir sorrisos visuais e sonoros, não kkkais. Quero esperar meus amigos numa tarde de sábado para comer um bolo de rolo, tomando refrigerante, como meus pais fazem desde sempre e estão vivos e bem, felizmente. De que adianta ter 500 amigos virtuais e ter menos de 5 na vida real? De que adianta reencontrar amigos depois de anos, se eles mal se importam com vocês? Bem... não quero polemizar nada. Mas, cada vez que vejo um novo rosto, um novo contato, sobretudo através do que escrevo, sinto que tenho deveres com vocês. Sobretudo porque vocês gostam de mim gratuitamente e eu devolvo esse carinho da melhor forma. Pois bem...

Existe a mentira.
Aquela anãzinha.
Existe a falsidade.
Aquela com máscara veneziana.
Existem os amigos sinceros.
Aqueles que choram tua dor e que vibram tua vitória.
Existem os homens sensíveis.
Aqueles que cantam a lua, que poetizam a vida.
Existem os canalhas.
Aqueles que enganam com facilidade.
Existem os céticos.
Aqueles que duvidam até de si.
Existem os ingênuos.
Aqueles que acreditam tão fácil.

Infelizmente conheço inúmeros canalhas, mentirosos e falsos seres humanos. Mas, felizmente conheço algumas pessoas que eu doaria o meu coração. De certa forma já doei pra elas. Mas em retribuição ganhei os delas.

Contudo, eu tenho um enorme medo. Um medo que escorre entre os meus dedos. Medo que essas pessoas sejam magoadas pela gama de canalhas que existe por aí. Mas... A vida é cheia disso.

Para o medo digo:

Medo
Infeliz companheiro
Responsável pelas minhas dores
Pelas culpas
Pelos pudores

Medo
Pai das minhas lágrimas
Mãe dos meus pesadelos
Oh! Infeliz companheiro
Ajuda esse amigo agora
Um pedido te faço
Por favor, vá embora!
 
É isso, meus amigos. Em 3 posts, um tchau pra vocês. Mas devo agradecer aos meus amigos que vibraram comigo esta semana por uma conquista pessoal e a cada mensagem de carinho que recebo de vocês por este humilde blog. Bem, meu email é o mesmo há 10 anos e será sempre o mesmo. Não tem como a gente se livrar de tudo da virtualidade, mas receber um cartão de natal pelos correios até que não é tão mal.


"Ainda é cedo amor. Mal começastes a conhecer a vida. Já anuncias a hora da partida"

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A CERTEZA DE QUE SOU SÓLIDO E DESMANCHO NO AR ou HUMANOS



Nada como ser incompreendido
para se ter a certeza
de que somos falhos.

Limitados e tolos humanos.
Não imaginam como viver.
Sentem dor, medo, medo da dor de querer.

Quantos milhares de anos de evolução,
carne,
encarne,
reencarnação?

Todos bobos.
Todos bestas.
Todos tão humanos.
Sem sal,
açúcar,
afeto,
anfetamina.

Tolos homens,
mulheres,
meninos,
meninas.

Tolos!

Buscam felicidade,
deixando pro futuro,
 numa boa idade.

Um descanso, um deleite.
Tão bobos, incompetentes.
Quando virem... já era.
Coração doente.
Finita vida.
Passado, presente.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

PARADOXO ou ARCANJOS CAÍDOS




Somos frutos de uma contradição
Eu, tão baluarte
Arcanjo travestido
Uma inerte agitação

Compartilhando o eu
Despindo máscaras
Entregando-te o mel
Bem mais que um nome
Versos
Bem mais que Rafael

Hoje
Menos sorrisos
Migalhas
Cacos de amor
Pouca importância
De vômitos
Ânsia

No teu vaso
Flores mortas
Passageiros desejos
Emoções remotas
Efêmeras
De um caso
Imaginário mundo
Doutor Parnassus

"Você tão calada e eu com medo de falar"

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

COMO SEMPRE ELE: O AMOR ou AO VENCEDOR: VENCER DOR


O tempo está acabando. Então, a mente ferve. Leiam o que não leram. É só um conselho antes de começar.

Ela conheceu o sublime.
Aquilo que faz a mão suar gelidamente, enchendo a barriga de borboletas, o coração dar violentas palpitações e a auto-estima dar cambalhotas em camas-elásticas. Sua seca boca exibia sorrisos tolos, seus olhos brilhavam sem motivos e sua cabeça estava sempre em volta no nome do ser querido. Naquele momento ele era seu universo em desencanto.
Nada nem ninguém eram tão especiais quanto ele. Cada instante que eles passaram juntos foi de sublime magia. Independente de quais problemas o mundo fosse portador, nada os atingiria. Aqueles momentos fizeram suas vidas serem inacreditavelmente mágicas.

Nos trinta anos de minha desimportante existência apenas uma mulher foi capaz de se apaixonar por mim. Muito embora eu tivesse penado como um condenado em alcatrazes solitárias. Hoje sou amado. O amor nunca foi um grande amigo, mas... eu não tenho nenhuma importância nesta história.

Minhas elucubrações do post 94 não se limitam a minha vida e a forma de como eu a enxergo. Afinal, muitas vezes o amor alheio é uma mentira desejada pela sua própria vaidade, contentada com mentiras sinceras, raspas e restos.

Voltando...

Se em 2006 essa pessoa não tivesse transformado a minha existência, vocês sequer leriam qualquer que fosse minhas loucas dissertações ou descabidos versos.
Com ela na minha história de vida, literalmente, senti vontade de viver, de ser um ser humano responsável, respeitável, de conhecer o mundo só para apresentá-lo para ela. Acima de tudo queria colocar uma redoma de vidro ao seu redor. Mas, isso é impossível e desnecessário. Infelizmente um dia ela conhecerá a dor, sobretudo a dor que nos impulsiona a vômitos, a desejos de morte, a torrenciais lágrimas, a apatia, o fastio, a insônia e uma profunda depressão. Conheço como poucos essa dor. Excetuando uma, todas as minhas paixões foram em vão.
Eu, sendo dono de um amor incondicional, torço que suas paixões não sejam vãs. Espero que ela não confunda nunca amor com dor de dente. Mas, se confundir, estarei ao seu lado, segurando-lhe a mão e ensinando um pouco sobre os sentidos da vida. E embora ela possa achar que é pra sempre, direi como aquele jovem candango dos anos oitenta, “o pra sempre... sempre acaba”.
Talvez eu cantarole na língua da minha bisa um Passerá, mas como sei que hoje minha musa jamais entenderia, eu arriscaria um ipsis litteris traduzido, algo como...

Passará cedo ou tarde
Esta pequena dor que existe em ti
Que existe em mim, que existe em nós
E nos faz sentir como marinheiros
Em poder do vento e da saudade
A cantar uma canção que não sabes como faz
Mas aquela pequena dor, que seja ódio, ou que seja amor
Passará

Minha lindona, de você ninguém sente ciúme porque todos te amam.
Obrigado pela vida que você me deu.
Eu, nascido do ventre gordinho, tão magro, do meu bebezão que me disse a três dias que amava um menino e que queria namorá-lo por ele ser lindo, ter brincado com ela o dia inteiro e ter tomado sorvete ao seu lado. Nesta hora coloco de lado todo meu ciúme e protecionismo para dizer que o amor seja isso... não sempre... mas... ETERNAMENTE... Belo... Puro... Simples... Sublime.

"Eu te amo você não precisa dizer o mesmo não"

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A DOR DA PARTIDA ou MUITO MENOS QUE OSMAN LINS



Hoje, revendo minhas atitudes quando vim embora, reconheço que mudei bastante. Verifico também que estava aflito e que havia um fundo de mágoa ou desespero em minha impaciência.                                                 
Osman Lins – A Partida

Sem dúvidas é incrível a dor de um parto. Colocar os pontos em seus devidos lugares é uma coisa necessária, mas ao mesmo tempo complicada. Contudo, as minhas análises transcendem a pontuação das línguas gramaticais. Muito embora eu seja o tipo de pessoa que nem pingo nos “is” coloca.
Muito em breve estarei me despedindo desse espaço virtual que por muito tempo foi o que me mantinha relaxando e me possibilitando expor meus pensamentos soltos noires mundo a fora. Embora meu blog esteja longe de ter grande visibilidade, tive menos de 5 mil acessos desde 2008, o que é pouquíssimo para a internet, ele foi meu melhor amigo, o amigo mais sincero de toda a minha vida, onde eu podia ser eu, nem que fosse meu eu lírico.
Ora lírico, ora confessional, esse blog foi a concretização de muita coisa. Mas está chegando a hora do adeus.
Quem me conhece pessoalmente ou quem lê meus posts desde o início sabe que sempre tive grande aversão à internet. Mesmo assim tive Orkut, MySpace, Facebook, e hoje não tenho nada. Não foi uma decisão tomada com cautela, simplesmente desisti. Não sou mais nenhum garoto, mas tenho medo de ter agido como menino. Admito a vocês que inúmeras vezes agi dessa forma. Esse tipo de sensação é semelhante à inveja de pessoas mais bonitas ou que realizaram coisas mais produtivas. E convenhamos, sentir inveja e ciúme são coisas mesquinhas e deploráveis demais.
Confesso: não sou um bom ser humano. Já fiz coisas das quais tenho vergonha. Sou um eterno arrogante cansado de quebrar a cara e de pagar a fatura por essa vida medíocre.
Como diz minha mulher: Sem dramas, Rafael. Por que virginiano é tão dramático?”
Vai ver ela está certa. No fundo sou só um dramático.
Sei que minha psiquiatra também será contra a minha decisão, mas só eu podia fazer isso. Como diria meu mestre Raul Seixas – “Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar e eu não posso ficar aqui parado”.
Este não será meu último post. Quero encerrar a minha vida de blogueiro no post número 100. Sempre achei esse número muito forte. Este post é o número 93. Logo, tudo está perto do fim.
Em breve dividirei com vocês um pouquinho que existe perdido ainda nessa mente noir, entre pensamentos do passado e do futuro, entre amizades vindouras e as finalizadas sem abraços. Entre dores e amores vou vivendo, assim como vocês. Pois, somos iguais como humanos, mesmo que você seja bem diferente de mim. Até o final deste ano direi adeus a vocês.
Agradeço a esse blog o fato ter reencontrado velhos amigos, me apresentado a amigos que convivem comigo há anos e que não faziam ideia do que eu tinha em mente e acima de tudo aos amigos blogueiros que fiz. Foi bom. Mas no fundo nada é eterno. O problema é que muita gente confunde eternidade com dor de dente. Isso é algo muito forte, dói, mas acaba. Guardarei minhas lágrimas pro último dia.
Valeu negão. Quanto mais conhecemos as pessoas e a si próprio, mais queremos um peixinho dourado.

Adeus também foi feito pra se dizer

domingo, 27 de novembro de 2011

SOB AS ARMADURAS DE JORGE ou ECCE HOMO




Entre fotos escondidas
Cartas amareladas
Mora o cara que matei

Largado entre escombros de sentimentos
Frustrações mal resolvidas
Apenas um cílio denuncia
Eis o homem

Humano, demasiado, humano
Tolo e egoísta super-homem
Com medo das sombras
Criadas pela luz do farol
Guia
Perdido

Desnecessárias conversas
Frases confessionais
De um herege pagão
Um deus morto
Desistiu em canção
De poeta torto
Jesus

Está chegando
Diz o muro
Apenas mais um tijolo
Muro
Das lamentações
Da Berlim sem ações
Sem homem de aço
Apenas muro da esquina
Avistado do espaço
Muralha da China

Entre dois “eus”
Dois mundos
Dores no peito
O homem
Seus defeitos
Barriga fria
Nevralgia
Ecce homo
Limitado, tolo e vaidoso
Lobo
Homem

terça-feira, 8 de novembro de 2011

PLURALIDADE ÚNICA ou MEU SINGULAR PLURALIZADO




Fiel apenas a ti
Meu singular
Tão plural
Acreditando em deus
Deuses
Tendo fé
Fezes
Amores
Amantes
Amigos
Críticos
Desejando extirpar minhas cabeças
Colocá-las em pratos
Baixelas de prata
Meus corpos
Plurais
Meus rins
Intestinos
Pulmões
Corações
Único
Tão duplo
Dois átrios
Dois ventrículos
Suas veias
Seu sangue
Sua circulação
Singular
Tão plural

"Acreditamos na distância entre nós"