O tempo está acabando. Então, a mente ferve. Leiam o que não
leram. É só um conselho antes de começar.
Ela conheceu o sublime.
Aquilo que faz a mão suar gelidamente, enchendo a barriga de
borboletas, o coração dar violentas palpitações e a auto-estima dar cambalhotas
em camas-elásticas. Sua seca boca exibia sorrisos tolos, seus olhos brilhavam
sem motivos e sua cabeça estava sempre em volta no nome do ser querido. Naquele
momento ele era seu universo em desencanto.
Nada nem ninguém eram tão especiais quanto ele. Cada instante que
eles passaram juntos foi de sublime magia. Independente de quais problemas o
mundo fosse portador, nada os atingiria. Aqueles momentos fizeram suas vidas
serem inacreditavelmente mágicas.
Nos trinta anos de minha desimportante existência apenas uma mulher
foi capaz de se apaixonar por mim. Muito embora eu tivesse penado como um
condenado em alcatrazes solitárias. Hoje sou amado. O amor nunca foi um grande
amigo, mas... eu não tenho nenhuma importância nesta história.
Minhas elucubrações do post 94 não se limitam a minha vida e a
forma de como eu a enxergo. Afinal, muitas vezes o amor alheio é uma mentira desejada pela sua própria vaidade, contentada com mentiras sinceras, raspas e restos.
Voltando...
Se em 2006 essa pessoa não tivesse transformado a minha existência,
vocês sequer leriam qualquer que fosse minhas loucas dissertações ou descabidos
versos.
Com ela na minha história de vida, literalmente, senti vontade de
viver, de ser um ser humano responsável, respeitável, de conhecer o mundo só
para apresentá-lo para ela. Acima de tudo queria colocar uma redoma de vidro ao
seu redor. Mas, isso é impossível e desnecessário. Infelizmente um dia ela
conhecerá a dor, sobretudo a dor que nos impulsiona a vômitos, a desejos de
morte, a torrenciais lágrimas, a apatia, o fastio, a insônia e uma profunda
depressão. Conheço como poucos essa dor. Excetuando uma, todas as minhas
paixões foram em vão.
Eu, sendo dono de um amor incondicional, torço que suas paixões
não sejam vãs. Espero que ela não confunda nunca amor com dor de dente. Mas, se
confundir, estarei ao seu lado, segurando-lhe a mão e ensinando um pouco sobre
os sentidos da vida. E embora ela possa achar que é pra sempre, direi como
aquele jovem candango dos anos oitenta, “o
pra sempre... sempre acaba”.
Talvez eu cantarole na língua da minha bisa um Passerá, mas como sei que hoje minha
musa jamais entenderia, eu arriscaria um ipsis
litteris traduzido, algo como...
“Passará cedo ou
tarde
Esta pequena dor
que existe em ti
Que existe em
mim, que existe em nós
E nos faz sentir
como marinheiros
Em poder do
vento e da saudade
A cantar uma
canção que não sabes como faz
Mas aquela
pequena dor, que seja ódio, ou que seja amor
Passará”
Minha lindona, de você ninguém sente ciúme porque todos te
amam.
Obrigado pela vida que você me deu.
Eu, nascido do ventre gordinho, tão magro, do meu bebezão
que me disse a três dias que amava um menino e que queria namorá-lo por ele ser
lindo, ter brincado com ela o dia inteiro e ter tomado sorvete ao seu lado.
Nesta hora coloco de lado todo meu ciúme e protecionismo para dizer que o amor
seja isso... não sempre... mas... ETERNAMENTE... Belo... Puro... Simples... Sublime.
"Eu te amo você não precisa dizer o mesmo não"