domingo, 24 de abril de 2011

SAUDADES: A VIDA COMO ELA ERA ou FOMOS O QUE NÃO SOMOS

Sempre que eu vier a escrever qualquer coisa que remeta à boemia, a dedicação hors concours será para o meu avô materno, o maior de todos os "Monteiros", o maior boêmio que já conheci, Manoel Monteiro Filho.
Não obstante, dedico meus versos abaixo também ao aniversariante do último dia 19, Manuel Bandeira, aos mestres Carlos Pena Filho e  Rostand Paraíso e ao meu novo mestre Alexandre Furtado.

PS. Optei pela grafia "Chantecler" ao invés de "Chanteclair", haja vista a imprensa local utilizar mais frequentemente a primeira.






Levantar às seis horas
Caminhar pelas ruas da Aurora
Aurora dos tempos
Dos verdadeiros maltados
Antes dos enlatados

Tempo tão inexistente
Legando hoje, ao regalo presente
Sociedade enferma, doente

Carente da boemia
Onde quentes noites frias
Aqueciam

Entre roliças coxas
Dessas e daquelas moças
Moças do Chantecler
Garotos virando homem
Meninas – mulher

Volutas na barriga
Frio de ciclone
Saudosismo e memória
Passado que nunca some


"Sou de Pernambuco. Eu sou o Leão do Norte".

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O CHORO DE UM CORPO SEM FOME ou COMERCIAIS, POR FAVOR


O final é pra Wagner.

Ano novo e velhas promessas. Furadas promessas e velhas reclamações.
Meus velhos leitores devem saber que nem tudo que falo se escreve, ou melhor, nem tudo que eu escrevo deve ser levado ao pé-da-letra.
Reclamar da vida é uma das coisas que faço mais rotineiramente.
Que saco!
Preciso confessar... Não sou santo, meu amigos... Mas também não sou um capeta.
Existem rótulos pra todas as embalagens e todos sabem que odeio rótulos.
Tenho um puta medo deles. Mas... 
Ah! Foda-se. 
Quer rotular, rotulem.
Sem querer parecer arrogante, sempre serei uma das melhores pessoas que conheço, uma das mais sinceras, amigas e verdadeiras. E tenho humildade suficiente pra reconhecer meus erros. E erro pra cacete.
O que professo entre colegas, amigos, familiares é o que acredito. Embora sou contra as crenças, ao xiitismo, a intrasigência, ao preconceito... O que não me deixa imune a nada.
Mais uma vez eu reclamo da vida. Reclamo das dores abdominais, das diarréias, das prisões-de-ventre, da gastrite, da esofagite, do refluxo... Reclamo desse cotidiano infernal que tira minha sanidade, meu bom-humor, minha paciência e minha paz.
Peço desculpa para os que me amam e vêem a materialização da minha dor sempre. Eu fico insuportável com dor, fico reclamando de tudo. Mas tenho consciência disso e desejo mudar, mudar de verdade.
Não adianta eu ser visto como um exemplo de bom mocinho, de cidadão consciente, de profissional excepcional... Se eu for um mascarado... Tenho medo da vaidade. Mas esse é o menor dos meus medos. Não sou mais tão garoto.
É natural que a gente esteja sempre buscando nossas melhoras. Precisamos saber o que queremos. Essa é a questão.
Eu gosto de ser professor, o que não gosto é da péssima remuneração. Eu gosto de saber que o pouco de conhecimento que adquiri ao longo da minha vida, aliada aos valores que somei através da riquíssima educação que meus pais me proporcionaram podem ajudar os que me cercam.
Vejo meus amigos reclamando sempre da vida também. De relacionamentos falidos, de empregos odiosos, da falta de emprego e da falta de amor. Mas, pessoas como eu, que trabalham com comunidades carentes e vêem que a vida pode ser bem pior, entram em paradoxos. Será que não estamos reclamando de barriga cheia? Mas outra constatação vem a mente. O axioma não é meu, mas o roubarei para o momento – “Não é porque tem um mais feio que quer dizer que sou bonito”. É isso.
Mas viver é isso. Ou melhor, também é isso.

Viva Rocky Balboa!

".. O mundo não é um mar de rosas. É um lugar ruim e asqueroso... e não importa quão durão você é... ele te deixará de joelhos e te manterá assim se permitir. Nem você, nem eu, nem ninguém baterá tão forte quanto a vida. Mas isso não se trata de quão forte pode bater. Se trata de quão forte pode ser atingido... e continuar seguindo em frente. Quanto você pode receber e continuar seguindo em frente. É ASSIM QUE A VITÓRIA É CONQUISTADA!..."