terça-feira, 24 de abril de 2012

QUARTA-FEIRA DE CINZAS ou IMENSA MENTE




A vi parada
Tão sublime
Encantada
Desejada
Devota mente
Em minha mente
Apenas desejo
Acendi sua chama
Lenta mente
Deixei queimar
Levei a boca
Sorvi
Calma mente
Em meu corpo
Sinestesia
Em meus olhos
Alegria
Na casa
Seu cheiro
Afrodite
Eterno desejo
Acredite
Loucura e dor
Ansiedade
Ânsia
Maldade
Inúmeras facas
Profundos cortes
Pobres borboletas
Mortas meninas
Sem
Sorte
Sortilégio
Aflição
Sentimentos
Morte

domingo, 8 de abril de 2012

AS ESCOLHAS E O CAMINHO DO RETORNO ou ANTES QUE A MENTE EXPLODA


Quase 100 dias, mais especificamente 99 dias depois do post número 100, o do “último adeus”, estou de volta. (Cara sem palavra!!!)

Desde sempre somos ensinados que a vida é feita de escolhas. Ao longo de minha vil existência fiz escolhas que despertaram em mim desde orgulho (não pejorativo) à frustração, passando inclusive por arrependimentos. Contudo, acredito que nunca devemos nos abster, resignando-nos e condicionando-nos a uma vida de caminhos sem volta e orgulho bobo (agora sim pejorativo).

Sou defensor de que a escolha é uma eterna ilusão, fazemos o que fazemos porque somos condicionados a fazer, haja vista a liberdade não existir. Não obstante, existe o livre arbítrio e sua natural causalidade. (Acho que corro risco de transformar meu post de retorno num ensaio filosófico, ao qual não tenho competência de fazer se eu continuar a falar sobre escolhas, liberdades e livre arbítrio.)

Pois bem, meus companheiros de viagem das minhas loucuras vãs... Acho que ninguém colocou muita fé que eu não escreveria mais neste meu cantinho virtual. Somos vigiados o tempo inteiro com internet ou não. Logo, eu estava punindo a mim e aos meus nobres amigos ao não utilizar as teclas empoeiradas do meu notebook para exorcizar meus demônios internos, transformando meus pensamentos soltos de mente noir em prosa.

Quando virei blogueiro assumi o desconhecido risco que meu universo particular se tornaria de domínio público. Estou longe de me considerar um artista, afinal nunca participei de reality show nem tenho vídeos no youtube com mais de um milhão de visualizações, ferramentas necessárias como fatores legitimadores para uma pessoa ser considerada artista no século XXI. 

Escrevo... apenas escrevo. Embora admito que sou preguiçoso. Muitas vezes por achar que não tenho nada a dizer. Quem sou eu depois de Guimarães Rosa, Machado de Assis, Dostoievski, James Joyce, George Orwell? Vou escrever o que se o mundo teve Shakespeare? Contudo, aprendi com Fábio Hernandez, colunista do Revista VIP, com seu Homem Sincero, nos idos da década de 1990 a ser um escritor barato. É exatamente isso que sou, um escritor barato. Por mais que eu tenha voltado pra Academia depois de seis anos, continuo sendo um escritor barato. Ter passado num concorridíssimo processo seletivo para o curso de Mestrado em Teoria da Literatura da UFPE não me envaidece. Agora, mestrando, infante no universo da loucura, apenas ratifico minha total ignorância socrática.

E a literatura?

Bem, a literatura é a forma dos loucos (como eu) fazerem sua catarse.

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo"


P.S. O Chapeleiro Maluco colocou mais chá no bule. Querem mais chá?