terça-feira, 12 de janeiro de 2010

NOSSA LINDA JUVENTUDE ou SOMOS O QUE NÃO FOMOS



Ok, ok. Estou na inatividade por muito tempo, eu admito. São os pecados capitais, vocês me entendem, não é?!

Não sei se todos sabem, mas após 5 anos de muitas leituras e labor, recebi da Universidade Federal de Pernambuco um papelzinho me autorizando a lecionar História em qualquer instituição de maneira legal. Além de História, já lecionei as disciplinas de filosofia e sociologia.
Reconheço-me como professor há exatos cinco anos. Ao longo desse período já possuí turmas de diferentes idades, credos e classes sociais. Contudo, confesso que tenho maior interesse em lecionar para jovens, haja vista estes possuírem uma mente em formação, possibilitando um maior entendimento do mundo, sem as visões solidificadas através dos anos e das frustradas experiências anteriores, assim como os preconceitos estabelecidos por gerações precedentes.
Ser professor é ter poder nas mãos, é ser um formador de opinião, é ter o coração eternamente jovem, é sentir-se um desbravador entre o desconhecido.
Sou feliz por transformar meus ex-alunos em amigos e não vejo nada que macule a ética com essa relação. Sempre fui um ser humano sério e respeitável, ciente dos meus deveres e do meu lugar na sociedade. Posso dizer também que muitas vezes sou um chato politicamente correto, introspectivo, muito embora seja do tipo que enxerga o copo metade vazio.
Tive o privilégio de ajudar na educação de cucas maravilhosas que dominarão o Brasil e o mundo daqui a alguns anos. Mas disso falarei em outro post (O que deixamos pra trás – Parte 2).
A comunicação, o mass-media, a internet e a freneticidade dessa vida pós-moderna, nos coloca frente-a-frente com situações absurdas, mas que não chocam, pois nos acostumamos com tudo e qualquer coisa.
Esperei muito tempo até a poeira baixar para falar sobre assuntos que ainda estão frescos na cabeça de todos.
No dia 04 de dezembro uma jovem atriz fez um vídeo e o postou no youtube, trata-se do insight consciente de Carolinie Figueiredo. No vídeo ela fala que fará uma diferença em sua vida (no caso, a dela), abrindo mão das “pequenices” que teimamos em colocar como o centro de nossa vil existência. Os comentários acerca de seu monólogo foram inúmeros, muitos deles estúpidos, acusando a garota de ter feito uso de substâncias que alteram a percepção do mundo, ou seja, drogas (sejam lícitas ou ilícitas).
Eu compreendo que a maioria dos usuários do youtube é jovem, me fazendo lastimar um comportamento deplorável dos mesmos. Se para eles introspecção é coisa de viciado... Prazer, eu sou viciado.
Todos sabem que jogo bola no time de Glauber Rocha e Marcos Mion. Somos loucos, anti-caretas, mas não usuários. Em matemática, menos com menos dá mais, logo, se já sou maluco por vida o que farei usando drogas? Não sou contra nada, na modernidade líquida tudo é liberado.

Em outros dois icebergs isolados vejo uma jovem morta numa catástrofe natural em Angra dos Reis e outra que planeja um assalto a sua própria mãe.
A estrela do céu é a encantadora Iumi Faraci, de 18 anos, que lágrimas colocou nos olhos de muitos de nós pelo seu jeito de ser que conhecemos de uma triste forma. Já a inqualificável é a estudante de direito Lauren Mayá Portella, de 19 anos, que tramou junto ao namorado um assalto a sua própria mãe. Felizmente, não foi mais um caso Richthofen, mas...
Certas vezes acho que estou velho e obsoleto e esse mundo é underground demais para mim. Acho que por isso que o Belchior sumiu por aí, pois não dava mais pra cantar que “ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais”.
No mundo onde se ridiculariza uma atriz de pouca idade por esta se mostrar de certa foma racional, onde uma alma bondosa tem sua vida ceifada precocemente e outra foge após assaltar a própria mãe, é um mundo que Marx não imaginava quando disse que “tudo que é sólido desmancha no ar”.
Esse é nosso mundo.
Um mundo despreparado para superar as pequenices da vida.


Ô, ô Seu Moço, do disco voador, me leve com você pra onde você for. Ô, ô Seu Moço, mas não me deixe aqui. Enquanto eu sei que tem tantas estrelas por aí.”