segunda-feira, 17 de novembro de 2008

ROUBANDO LETRAS ou SEGUNDO RAUL, SOU EU







"Eu sou a areia da ampulheta


O lado mais leve da balança


Balança que não me aguenta


O ignorante cultivado


O cão raivoso inconsciente


O boi diário servido em pratos


O pivete encurralado


Eu sou a areia da ampulheta


O vagabundo conformado


Sem nunca se ter reformado


O que não sabe qual o lado


Espreita o pesar das pirâmides


Cachaceiro mal amado


O triste-alegre adestrado


Eu sou a areia da ampulheta


O que ignora a existência


De que existem mais estados


Sem idéia que é redondo


O planeta onde vegeta


Eu sou a areia da ampulheta


Eu sou a areia


Eu sou a areia da ampulheta


Mas o que carrega a sua bandeira


De todo o lugar o mais desonrado


Nascido no lugar errado


Eu sou, eu sou você"





Areia da Ampulheta - Composição: Raul Seixas

domingo, 19 de outubro de 2008

DIAS SEM SOL ou NÃO TINHA NADA DEMAIS




Como era pra ser?
O que devo fazer?
Qual a atitude mais sensata a tomar?
Qual a mais plausível escolha devo fazer?
Ai de mim! O que fazer ao ser Romeu?
Que veneno tomar?
Que briga devo travar?
Que amigo devo procurar?
Sei que fui punido.
Qual crime?
Tantos.
Incontáveis enganos.
Um sem número de fracassos.
Qual erro cometi?
Cometi?!
Cometi!
Reconheço.
Fui o frouxo. Um grandessíssimo imbecil.
Caí em todos os contos...
Contos de fadas...
Contos do vigário...
Contos eróticos...
Caí.

Fui um bobo ao enxergar o mundo com olhinhos infantis...
Ai de mim. Um Idiota S/A. Sem nenhuma noção de vida.
Homem?
Que homem fui?
Que homem sou?
Bobo. Ah, tolo garoto! Nunca foste homem de verdade!
Não passas de um menino de barba rala e orelha furada.
Você é um merda. Um bostinha que tem que sofrer...
Rasgue seu peito... Jogue fora seu coração... Essa carne podre que carregas apenas para adiar o inevitável.
Trata logo de desistir. Você não enxerga que seu corpo e sua alma não tem mais nenhum vislumbre de força. Não existem mais resistências. Se entregue aos males desconhecidos.
O que o cigarro te deu?
E o álcool?
Bela maresia aquela!
E o perfume, então? Quais problemas resolveram?
Quais você tem agora?
Qual a solução?
Diazepan? Prozac? Lexotan? Apraz? Rivotril?
E os miligramas? 0,25 ou 2,5 mg?

Incontáveis horas de sono. Demência instantânea. Como se isso resolvesse os problemas.
Fraco. É isso que você é. Fraco.

Seus bracinhos finos, suas canelas secas, sua barriga flácida e sua coluna torta... Reflexo do seu “eu” interior. Uma decrépita figura procurando um epitáfio condizente com sigo própria. É lamentável.
Você me dá pena e nojo. É só o que consigo sentir por você. Você não é digno nem de uma tuberculose. Seria anacrônico demais morrer como um “dos Anjos”, se nem como um demônio mereces morrer. Vil figura. Esse é teu destino. Vagar inerte na contradição da vida. Terrena ou mundana caçando no escuro seus próprios fantasmas como os cegos em um castelo mal-assombrado.

O toque, o sangue, a obsessão, o transtorno obsessivo compulsivo, a síndrome do intestino irritável... Você é doente. Uma pessoa como você não pode ser normal. Por isso está só. Quem ficaria ao lado de uma pessoa que vive na lástima de si própria, num tênue limite entre a auto-piedade e a crise existencial?
Quantos problemas, cara. Quando eles vão acabar? Nunca, talvez. Você sempre ficará doente, alguém sempre sofrerá. Talvez você pague suas dívidas, crie juízo, pare com as viagens psicodélicas dos docinhos e as tarjas pretas indiquem apenas a censura mundana.
Seus grandes amigos Skol e Smirnoff talvez te visitem apenas nas festas, ao invés de serem habitués de sua casa.

O que mais falar?
O estilete sempre está do meu lado. O que me transforma em covarde?
Se eu fosse Jesse James...
.
.
"Oh, coitado foi tão cedo. Deus me livre eu tenho medo."

domingo, 12 de outubro de 2008

TIRANDO AS RODINHAS ou QUEDAS INEVITÁVEIS


A reflexão excessiva vem se tornando o ícone máximo da minha rotina. Porém, as soluções não brotam com tanta freqüência nas minhas galáxias neroniais quanto problemas.
Problemas sempre existiram e sempre existirão na vida de todas as pessoas. Contudo, não precisamos do “Acorda, Menino” de Ana Maria Braga para se tocar que precisamos fazer alguma coisa quando a vida não está muito bem.
Minha hora chegou. Devo admitir meus fracassos e tentar limpar meus machucados, seguindo em frente enquanto vida ainda tenho. Não sei e nem nunca soube trabalhar em equipe, minha arrogância excessiva limitaram toda e qualquer opinião alheia para o desenrolar de acontecimentos que estavam além das minhas capacidades. Devo desculpas a minha mulher, aos meus pais, a minha irmã, meus amigos, meus ex-colegas de trabalhos, meus ex-patrões, meus ex-sócios e meus ex-funcionários. Não tenho como corrigir os meus erros de outrora. Lamento e pagarei por eles. De alguma forma. Meu sofrimento, minhas noites de insônia, os foras e as lições de moral que levo cotidianamente, de alguma forma são maneiras de ser punido. Infelizmente as pessoas que amo e que convivem comigo sofrem ao meu lado. Mais uma vez eu sou punido, sendo responsabilizado pelas dores de quem enxuga as minhas lágrimas e escuta os gritos e urros que disparo insanamente.

A que isso me leva?
À solidão?
À depressão?
Ao suicídio?

Bem... Mais uma vez reflexão. O post que seria originalmente dedicado ao dia 12 de outubro terá que esperar. Os pensamentos noires que por hora escrevo estão clamando para saírem.
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Retornarei ao ano de 1986, tenho cinco anos incompletos, sou o orgulhoso dono de uma Monark Monareta vermelha com duas portentosas rodinhas (igual a da foto, sendo vermelha e com rodinhas), pedalando na supersônica velocidade permitida (pelos meus pais, é óbvio) pela calçada da minha bela Rua Eugênio Luciano de Mello, no Bairro Novo, Olinda – PE. E, como todos os meninos de qualquer bairro, eu tinha, ou melhor, tínhamos um líder, Chico, três anos mais velho que eu. Um herói para todos nós. O organizador das brincadeiras .
Certa vez Chico disse que não andaria na minha bicicleta por ter rodinhas, caso eu as tirasse ele andaria sem problemas. Mas como eu andaria sem rodinhas se eu mal me equilibrava com as mesmas? Um desafio astronômico para qualquer criança como eu. Mas, diferente do que sou hoje, o desafio não me pôs medo. Levei cabisbaixo minha bicicleta para o apartamento em que morava. Lá chegando, encaminhei-me para o quartinho da bagunça e peguei algumas ferramentas do meu pai, e tirei (contra a vontade da minha mãe) as rodinhas da minha bicicleta. Passando por cima da autoridade materna levei minha byke envenenada para baixo. Desafiante, subi no selim da minha virginal companheira. Tentei me equilibrar e o chão virou um amigo próximo. Inúmeros tombos feriram minhas pernas, mas... Por volta das 17h30min, quando a escuridão já se anunciava, a vitória não se fez de rogada e jogou-se em meus braços. Um grito de êxito saiu dos meus secos lábios:

MAINHA!!! MAINHA!!!
.
Minha mãe na sacada da varanda, ao me avistar falou:

Meu filho, cuidado. Esse menino é danado.

Pouco tempo depois suas feições mudaram e o orgulho tomou conta do seu rosto. Seu menino danado aprendera sozinho a andar de bicicleta. Na realidade eu não aprendi sozinho. Aprendi com a inquisitória de Chico, com o fato de todos da minha rua já saberem pedalar sem rodinhas (embora mais velhos que eu), com o medo da minha mãe, com as minhas quedas e... Sobretudo... com minha determinação.

Caí! Inúmeras vezes na minha vida eu caí. Nenhuma queda foi fácil de levantar. Mas não as dores da queda e sim a vergonha proporcionada pelos tropeços o que mais incomoda. A maior dificuldade não é a derrota e sim assumir que o sucesso é passageiro. O sucesso foi o maior de todos os adversários que enfrentei. Ele me cegou e os conselhos recebidos ganharam como feedback um gostoso – FODA-SE!
Agora a vida me devolve os ultrajes cometidos por mim com um lindíssimo e sonoro:

- Hey, Teacher. Vai tomar no cu.
Mas não é apenas um “vai tomar no cu”. É um (por favor, perdoem-me pela grosseria pornográfica a seguir)
– Filho de uma puta safada vá tomar no olho do seu cu, caralho!!!

Essa doeu em mim abissalmente. Mas... Consegui ultrapassar dificuldades sem precedentes. Ainda estou vivo e dentro de mim ainda existe um garoto que não se deixará abater pelas dificuldades apresentadas. O problema é que não sei direito em que lugar de mim ele está escondido. Mas ele não me deixará na mão, assim como as pessoas que ao meu lado estão nesse momento em que o selim acolchoado da minha bicicleta não existe mais.

"Quando chega a noite e você pode chorar. Há uma luz no túnel dos desesperados. Há um cais de porto pra quem precisa chegar."

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

1984 ANTES DE ORWELL ou HÁ TEMPOS

Abrirei um parêntese antes de começar a escrever meu post para dedicá-lo aos meus amigos de infância, pessoas que dividiram comigo inocentes conhecimentos, muito antes de eu definir para mim o que vem a ser conhecimentos. Obrigado a todos. Independente de onde estejam. Obrigado Cris, Rita, Lia, Joana, Chico, Renné, Doris, Victor, Júnior, Nicole, Thiago, Ana Laura. Foi muito bom ser criança ao lado de vocês. Um amigo nunca esquece. Várias vezes... OBRIGADO!


Tempos tranquilos... Todos já tivemos tempos tranqüilos. Quando eles acabaram?



Certa vez escrevi pra minha irmã sobre um período distante, nos quais enquadramos nossa inocência. Então, questionei-lhe quando nós perdemos nossa inocência. Questiono agora a todos – Quando perdemos nossa inocência? Realmente você se recorda de quando deixou de ser uma simples e mais infantil criança e se tornou quem você é hoje? Vou além, você sabe quem realmente você é?
Questões são suscitadas quando prestamos atenção em letras de música, em mensagens de livros, em histórias de filmes, etc. No premiado Crash, nos é questionado até que ponto nos conhecemos de verdade, em Dogma é levantada a máxima de que “se não fizerem um filme a respeito você nunca vai parar pra pensar nisso”.


Até que ponto você se conhece? Que paradigma é seu patrão? Nenhum? Realmente você não tem preconceitos? É. Acho que você precisa rever seus conceitos a seu próprio respeito meu amigo Dalai Lama.
Quando assisti “Ensaio sobre a cegueira” baseado na obra homônima de José Saramago, e, como um bom Saramago, é apresentado um universo de realidades fictícias onde o ser - humano é colocado no limite de suas emoções, levei mais um tapa na cara. Somos assim? Pasmem! Somos. Aprisionamos quem intimamente somos dentro de máscaras hipócritas para não chocar nossa perfeita sociedade.



Fé, lei e rei.



Temos isso?



Você teme a Deus ou outra autoridade que pode te jogar numa cela imunda, condenando-te a anos de reclusão sem a felicidade proporcionada pelas compras no supermercado ou num sofisticado Shopping Center?
Quem cerceia quem você realmente é?
Prudência mundana?
A moral e os bons costumes?
A etiqueta?
A educação?
A ética?
O medo?
Tememos ou amamos aquilo que desconhecemos.
Não faça isso ou o bicho-papão vai te pegar!
Você acredita nisso? No bicho-papão? E nos quilinhos que te incomoda ao vestir aquela linda calça da Colcci? Ah! Gisele! Quem me dera ser Gisele.
Ok! Seu corpo está perfeito. Sua conta também? Quantos zeros a direita tem seu extrato bancário? Ah! Você é rico? Desculpa é que nunca pensei em conhecer J.K. pessoalmente. Aproveito para dizer que eu nunca li Harry Potter, mas assisti todos os filmes... Né que eu gostei.
Perdão! Pode ser que eu esteja divagando muito. O problema é a inteligência, não é? Caramba! Ainda por cima você é inteligente. Então, você acha Paulo Coelho um lixo, estou certo? Escrever daquele jeito... Sem as ironias machadianas... Sem os quinze minutos/página de um James Joyce. Comparação é foda! Eu sei. Mais que ninguém.
Quem é você?
Seu corpo?
Seu dinheiro?
Seus conhecimentos?
Sua cultura?
Sinceramente eu não acredito que você de 5 anos amasse você de 25. O meu eu com certeza me mataria. Bem, ele não mataria. Ele era inocente demais pra fazer isso. Mas... eu merecia.
Quem devolve seu olhar no espelho diariamente?
Você?
Quem é você?
Quem você se tornou ao crescer?

Tem razão. Pensar pra quê?! Afinal... Você não é mais inocente.
Contas a pagar!!!

Bem vindo ao mundo real.



Você pode achar o que eu digo fascista, mista, ciclista... ou anti-socialista. Eu admito você está na pista. Eu sou ista. Eu sou ego. Eu sou ista. Eu sou egoísta.”

terça-feira, 7 de outubro de 2008

ENTRE ELES, EU ou QUEM FOI VLADIMIR MAIAKÓVSKI?




Não sou um expert
Não sou um intelectual
Não sou douto
Não sou erudito
Não sou simplista
Não sou realista
Não sou futurista
Não sou cubista
Não sou Vladimir Maiakóvski
Não sou russo
Não sou grande
Não sou revolucionário
Não sou a revolução

Sou um poeta
Fraco poeta
Poesia ruim
Sem pé
Sem cabeça
Sem princípio
Sem fim
Com princípios
Com finalidades

Vidinha medíocre
Oh! Humanidade
Húmus podre
Poderes podres
Homens podres
Animais na jaula
Cabeça de dinossauro
Solitário
Cérebro sem função
Vidas sem razão
Cursos sem destino
Repetição do tudo
Adoração do nada

Chuva
Rua molhada
Um molho de chave sem porta
Quem se importa?
Chuva
Dos seus olhos escorrem
Sem sentido
Mais um homem que morre
Mais um tiro de grosso calibre
Mais pólvoras em minhas mãos
Mais pó branco em meu nariz
Mas não sei porque
Lágrimas de veneno
Escorre
Nariz da esfinge
Descongestiona com o pó
Responda
Qual o maior desejo?
Qual o maior prazer?
Gozar o que?
Onze minutos
Tudo termina
Culmina ao terminar
Perguntas a responder
Quero calar
Quero dor
Quero dormir
Quero mandar se foder
A delícia de dizer
Qual o sentido?

Mais uma cruz
Mais uma crucis
Quem me via?
Quem vigiava os estigmas da minha mão?
Um tiro na cabeça
Uma masturbação
Não estou só
No banheiro tem os ralos e o cabelo
O ópio de Lourenço
O meu cheiro
O meu crime
O meu castigo
O meu Dostoyévski
Idiota o que sou
Sem glamour
Sem fama
Sem visibilidade

De cabeça pra baixo
Pichações muralistas
Frases desconexas
Imagens de Basquiat
O speedball de sua morte
Vinte e cinco anos de sonho
Vinte e sete anos de morte
Vinte e oito anos de overdose
Vinte anos sem Basquiat

Talento?
Pra que serve o talento?
Pra que serve a inteligência?
Pra que serve o poder?
Pra que serve o dinheiro?
Você vai cair
A Bolsa vai cair
Vai cair
Juízo Final
O preço do caos
O nível mental
Não sobe mais
O preço do horror
Extrapolou
O som
Acabou
A música, a arte, a literatura
Ficou
Carlos por vezes me perguntou
E agora, José?

Raul me diz
Quem foi feliz?
Só o que sei
Entrar pra história é com vocês





"Sem forma revolucionária não há arte revolucionária"




quarta-feira, 1 de outubro de 2008

LAMENTÁVEL, A SURDEZ ou O CORAÇÃO DA MÚSICA


Tambores, timbres, pratos, percussão, pedal, chimbal, eu giro as baquetas nas minhas mãos. Bato suavemente, aceleradamente, dito como a música deve ser tocada.
Ritmos. Eu comando. O mundo está nas minhas mãos. Jazz, Blues, música de negros como o bom e velho Rock and Roll.
SINTA. Seus pêlos começam a se levantar. Braços, pernas, costas, rosto... Arrepiem-se. É a essência. Sinta a bateria. Minhas mãos compassadamente batem as baquetas nos tambores. Minhas pernas trabalham paralelas, ajudando na execução. O vocal é um detalhe. A bateria é o coração de cada música. De Carmina Burana ao Iron Maiden, a bateria dita o pulsar arterial do som.
Não deixem nada pra depois. Viva a bateria. É uma pena escrever. Roteiro sem interpretação. Feche os olhos. Sinta a freneticidade da bateria, a suavidade que contradiz. Imagine. Deixe a música entrar em você. Se sua imaginação não tiver sido fertilizada, lamentos.


Viva o som!!! Viva o trap set!!!


"Agora silêncio. A bela Ofélia, ninfa em tuas orações, recorda-te de meus pecados."

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

MAIS UM SETEMBRO ou ENTRE ELES


Setembro.
O que tem de mais em setembro?
O que tem de mais na vida?
O que tem de mais nas coisas?
Por que supervalorizamos tudo?


Não entendo direito o porquê das coisas que anteriormente eu tirava de letra. Não estou com saco ultimamente pra falar das coisas que costuma discorrer com tanta naturalidade. Parece até que minha inspiração foi embora. Só estou literalmente escrevendo pensamentos soltos, palavras descompassadas. Setembro foi um mêsinho cabuloso pra minha literatura. Acabaram meus vinhos, meu cachimbo quebrou, do haxixe só os assassinos pensamentos sobraram.
Que falta me faz um bom Baudelaire. Ai que saudades que tenho do chiado de um disco de vinil quando termina o lado A. Impulsiono-me para virar o lado do disco. Quisera virar o lado da minha vida. Poder voltar no tempo, entrar no Delorien, olhar para o capacitor de fluxo... Quem me dera voltar. Remoçar alguns anos. Jogar bola na praia. Surfar ondas anãs de Olinda. Reviver os sóis do nascer e do anoitecer. Quanta nostalgia! Estou lendo muito almanaque. A quem quero enganar? Ultimamente não consigo ler nem “O Vencedor está só”, quanto mais aqueles chatos livros de Pierre Boudieu que servem apenas para eu me gabar de ter um pau de mais de 20 cm. Não que eu quisesse que ele fosse menor. Não é isso. Mas a lotomia fica deverasmente chata quando você vive num ritmo mais acelerado que a maioria das pessoas que te cercam. Tenho raiva de quem sorri com as folhas, gente de interior que não se preocupa com a crise da razão histórica ou com o Fim da História, que nunca ouviu falar de Hegel, Marx, Focault ou qualquer outra bicha insana que jogaria uma Ferrari no rio Sena. Invejoso dos infernos sou eu e não consigo ser feliz. Critico a Academia, mas não passo de um merda a-acadêmico preconceituoso com tudo e todos. Tenho milhões de defeitos. Ora me acho demais, ora me sinto um burro incompetente. Fico arrotando um QI de mais de 130, esquecendo que meu cérebro parou de produzir neurônios sadios desde que passei a me estressar com tudo, virando vítima da doença pop do século XX. Em pleno século XXI sou vítima das dores de coluna, do nervosismo, do stress, consumidor de inúmeros remédios de tarja preta, transformando minha psiquiatra na minha confidente, meu padre, exorcizando meus demônios interiores e me ajudando a entender a merda do mundo que me cerca. Ai de mim! Um escritorzinho de bosta, sem talento, um filósofo que não pensa, questionando a essência metafísica da vida, do mundo, do ser, levando a ontologia ao extremo e me tornando um chato do caralho que nem sequer pede desculpas pelos palavrões escritos e/ou pronunciados. Quem se interessa por pensamentos soltos de um escritor noir? Quantos realmente conhecem a mente do professor? Quem é o dono dessa cara marcada? Quando terminará um livro? Onde está "Heloísa e O Mundo das Possiblidades”? Cadê “Eu”? E a essência da boemia? Você não passa de um verme, envergonhando a língua e a profissão de Saramago. Ele sim é um escritor. Mesmo com as intermitências da morte, ensaiando um evangelho. Quem me dera ser Nietzche!?! Eu e Zaratustra numa caverna mandando as sombras, as sobras e os sambas de Platão ir embora com a chama de uma vela.




O fogo lá da vela, lá da vela é o eterno coringa do jogo” “Eu sou a areia da ampulheta

ENTREMUNDOS ou O QUE PERDI QUANDO CHEGUEI


Mente insana
Barba rala
Ocioso
Barriga flácida
Fraco
Braços finos

Quem é você?

A eterna insustentável leveza de ser.

Cadê você?

Onde estão as vozes?

"Vozes veladas
Veludosas vozes
Volúpias dos violões
Vozes veladas
Vagam nos velhos vótices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas"

Vulcanizados pensamentos
Vozes caladas
Levados pelos ventos
Tolos e vís pensamentos
Mais uma vez me calo
Na minha mão mais um talho
Um estigma
Estigmatizado, rotolado
Mais uma vez caminho
Sem destino
Com rumo
Sem rumo
Seguindo o destino certo
Tudo escrito
Do maktub duvido
Paulo eu leio
Amigo Pedro não escuta
Raul uma falta
Falta de consciência
Abandonado pela inteligência

Sigo só
Entre sete bilhões

Só o eco me responde
Narciso me olha

Quem é você?

Quem me olha através do espelho?

Sumidoro da imagem
Nascedoro do rio
Rio?
Sorriso do meu rosto não faz parte

"O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo."

O que sou?

Gregório de Matos?

Cruz e Souza?

O todo?

A parte?

A partir de quando devo partir?

Parti minha parte
Coração partido
Mil pedaços
Quebrei
Copos na parede
Cabelos no ralo do banheiro
Passando
Vida passando
Dormindo eu

Morri?

Quem?

Não fui eu!!!

Minha
Somente minha
Colem meus pedaços
De uma parte não esqueçam
Inteiro sou com a parte

Qual parte?

Não sei!!!

Procuro desde 81.

Você viu por aí?

Ajudem-me!!!




"Help! I need somebody ........ Meus amigos cadê? Minha alegria, meu cansaço?"

domingo, 28 de setembro de 2008

MUITO ALÉM DO ORKUT ou THE SURFACES


Quem não preserva a memória não merece ter grande parte do seu inútil cérebro. Quem não preserva os amigos não merece absolutamente nada.
Não sei se sou a pessoa mais adequada para falar de preservação de memória e/ou amizade, mas, independente disso, me arriscarei a dissertar um pouquinho sobre o assunto.

Existiam muitos naquelas salas de aula. Porém, alguns sempre são inesquecíveis. E aqueles eram inesquecíveis. Bem, é certo que a gente já se conhecia há um certo tempo, mas o ano de 1999 foi sem sombras de dúvida o nosso ano. O ano do fim do nosso Ensino Médio. O ano do nosso vestibular.

André Luiz Borges de Almeida (Doug), Fabio Coutinho (Jesus), Rodolfo Ramos Ferreira (esse sempre foi só Rodolfo), Thiago Tavares (TT) e eu – José Rafael Monteiro Pessoa (ou simplesmente Garga). Tirando Rodolfo, nenhum de nós passou pra uma universidade federal naquele ano. Contudo, o vestibular era a menor preocupação que tínhamos. Queríamos mesmo é curtir a vida como se fossemos “morrer amanhã”. Nós, libertários pensadores, jovens revoltados (ninguém tanto quanto Fabio, sempre de calça rasgada e riscada, cabelo comprido, barba de bode – nem adianta se ofender Fabio, você era assim e sabe disso), estávamos curtindo a essência do Rock.

Rock na veia, caralho!!!

Daríamos um mosh na multidão, gritando bem alto, arrotando “Raimundos” e “Só no Forevis” (saudosos tempos do Raimundos – Quem mandou você gostar dessa banda de fases?).

Afinal, quem eram os caras do Surfaces? (Acho que só eu lembro da banda que montamos e que nunca tocou porra nenhuma. Eu nem sei quem tocava o que no Surfaces, só lembro que eu seria o batera).

Conheci Doug no primeiro ano do ensino médio. Era um novato calado transferido de uma unidade do colégio para outra. Não demorou muito e ele já virara um dos nossos.

Fabio e TT eu conheci no maternal (faz pouco tempo, eu sei. Acho até que foi ontem.). Estudávamos numa escolinha próxima de nossas casas que era da tia dos meninos, que (só para constar) são primos. Contudo, ficamos longo tempo sem se ver e apenas minha memória permaneceu ativa. Voltamos a ser amigos mesmo já com espinhas e pêlos na cara.

Rodolfo eu conheci no Imaculado, o colégio dos nossos corações e onde estudamos até a 8ª série, mas ficamos amigos mesmo no ensino médio (repetitivo isso, não?).

Eu era provavelmente o mais nerd, o mais calado, introspectivo, Rodolfo o mais desenrolado, Fabio o mais artista (ninguém desenha como Fabio), TT o mais engraçado (rio sozinho lembrando dele e Doug autografando o caderno de Rodolfo com – Um abraço do seu herói Canibal ou algo do gênero), Doug era meu parceiro de viagem, cansativos minutos dentro do ônibus passavam mais rápido ao seu lado, me emociono lembrando de suas lágrimas na quadra de esportes na véspera do dia do vestibular. Parece que sabíamos que tudo seria bem diferente a partir daquele dia.

Infelizmente aos poucos fomos nos distanciando e o tempo tornando cada vez mais escasso para nos encontrarmos. Possivelmente eu fui o mais ausente (verme)... Em meio a esbarrões vi meus amigos pelas ruas. Doug reencontrei alguns meses atrás num shopping, estava com uma garota (imagino que seja sua namorada), parecia bem, mas pouco conversamos. Fabio há muito não vejo e, fora o coração, não lembra em nada o gordinho cabeludo e de barba por fazer, virou um lutador de jiu jitso bonitão, com um filho lindo e tudo mais. Rodolfo encontro com mais freqüência, virou um “federal”, saradão. TT o encontrei no Orkut e foi a mola que faltava pra que eu escrevesse pros meus eternos amigos de Humanas, que eles nunca saíram dos meus pensamentos. A vida é muito foda. O tempo sempre nos dá uma fatura alta cobrando pelos momentos maravilhosos que ele te propiciou enquanto você se divertia ao lado dos seus companheiros.

Todos sabem que odeio o Orkut. Nunca gostei de exposição. Mas para rever amigos de verdade o esforço vale à pena.

Só para constar, caso eu não tenha deixado muito claro... Doug, Fabio, Rodolfo e TT, talvez eu nunca tenha falado... mas... EU AMO TODOS VOCÊS.

Saudades meus amigos.

O que vai ficar na fotografia são os laços invisíveis que havia.”

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

PRIMEIRA HISTÓRIA DE RAQUEL ou A MENINA E O CALANGO


Como sempre distraída, eu contemplava a fumaça que vinha em minha direção. Seu cheiro forte revelava que mais que a boa e simples nicotina estavam naquela composição. Nada mais natural, eu não devia me espantar com isso, haja vista eu estar numa calourada no curso de História da Universidade Federal de Pernambuco.

Foi lá que tudo aconteceu. Aquele era "o" dia. O meu dia. Que dia!

Entre batuques soltos e danças psicodélicas, inúmeras pessoas passavam a minha frente, nenhuma me surpreendia, nenhuma me encantava. Tudo era bastante natural e corriqueiro. Eu estava cansada daquilo tudo. Sete anos daquela coisa. Nada era novidade. As mesmas músicas, os mesmos sons, as mesmas viagens, os mesmos calouros, afinal, calouro é sempre calouro. Eu também era sempre a mesma. Sandália rasteira de couro, saia de tecido leve amassadinho, camisa branca, feita artesanalmente, comprado lá no Alto da Sé de Olinda, assim como meus brincos, colares e pulseiras. Eu... uma típica aluna do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFPE. Mas algo em mim atrai a atenção do sexo oposto. De surfistas a políticos, todos viram os olhos em direção ao meu magnetismo.

Repentinamente, enquanto eu divagava serelepe sobre o tempo, um cheiro forte perturba meu sentido olfativo... Sou abruptamente agarrada. Um hippie sujo me puxa pela cintura fazendo-me rodopiar.

A minha primeira reação foi a de me afastar daquela figura.


"Sai pra lá menino! Oxe! Tem cada uma! Sai pra lá, atabacado!"


Depois de xingá-lo me virei e continuei a prestigiar o balé da fumaça proveniente da massa tipicamente pernambucana. E... Mais uma vez sou puxada. O hippie novamente dá uma investida em mim, aparentemente tentando me beijar... foi aí que...


"Quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus resolvem se encontrar"


Na cabeça do hippie estava ele... Billy (identidade verdadeira ocultada). Olhos verdes como seu corpo dividido - cabeça, tronco, membros e seu enorme rabo.

Ao me ver, Billy ficou nervoso, seu pescoço fazia sua cabeça virar ora pra esquerda, ora pra direita. Aquela habilidade fez meu coração acelerar e um voluptuoso suspiro saiu do meus secos lábios. Olhei fixamente para seus olhos enquanto suas pupilas dilatavam incessantemente (como a da maioria dos calouros). Então... Me declarei...


- Billy, agora eu entendo porque frequento essas calouradas chatas há 7 anos. Eu estava a sua espera. Preciso de você. Dê-me um sinal que esse sentimento é mútuo.


Infelizmente, Billy balançava a cabeça negativamente. Eu quis chorar e disparei para ele o maior dos meus questionamentos:


- COMO ASSIM?


Isso não tinha explicação. Foi aí que percebi que Billy era fiel ao seu dono. Billy, como um bom aluno de Artes Plásticas, era gay. Eu não merecia isso. Ambos foram embora. No meu peito ficou uma profunda dor e na minha mente a lembrança do suave balançar da cabecinha de Billy - O calango na cabeça do hippie.



"Quem um dia irá dizer que existe razão pras coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?"

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

4 DE SETEMBRO ou PARABÉNS, RAFAEL

Quando você está prestes a fazer aniversário, vive-se um período de extrema mudança, não implicando, no entanto, que essas mudanças serão de altas benesses para você e para os outros. Porém, sente-se que um ciclo da sua vida está se fechando. Antes desse ciclo se fechar vislumbra-se a porta do inferno, o seu diabo interior é jogando à cara, paga-se os pecados com juros incalculáveis, vive-se o conhecido inferno astral. Essa é a minha vida agora. O mais lindo e doce inferno astral. Eu o mais perfeito diabo em Terra. Felicidade plena em Inferno Astral.
Vinte e sete anos passados a limpo. Feliz Aniversário José Rafael Monteiro Pessoa. Parabéns pelas conquistas obtidas. Vamos festejar uma vida de fracassos. Vamos parabenizar sua arrogância, sua boçalidade, seu medo, sua insegurança, seu torpe perfeccionismo, seu egoísmo, seu egocentrismo, suas dores-de-barriga, sua mão no peito... Peito... Coração... Que coração?
Parabéns, Rafa.

Obrigado. Mas eu sei que não mereço tanto. Não por quem sou por dentro. Embora, eu sei que você não tem visão de raios-X. Para os outros sou o que faço. Logo, não sou grandes coisas. Bem, como escrevo pra mim, desabafarei comigo mesmo.

Só queria poder voltar no tempo por um dia. Um único dia. Mas que dia seria esse? Que dia faria mudar todo o curso da minha vida? Qual o momento chave da minha existência mudaria o rumo do meu destino? Será que sei? O fato é que o tempo é algo muito precioso. “Os anos ensinam mais do que os dias jamais saberiam”.

Meu cotidiano passou despercebido por mim. Não dei total valor para mim e para minha vida. Será que pra os que amo eu dei valor? Às vezes careço de um mestre, de alguém que me dê a mão. Mas, um mestre que tive disse-me: “Rafaelzinho, largue essas muletas. Você precisa cair pra aprender a andar, não de muletas”. Ele estava certo. O problema era o de sempre – o medo. Hoje me encontro totalmente só. Não tenho nada nem ninguém. De uma certa forma afastei todos do meu redor. Queria ter ao menos um filho. Alguém que se orgulhasse de mim, que me amasse, me admirasse, que aprendesse comigo a jogar xadrez, a escutar Raul, assistir Star Wars, ler os gibis do Batman e do Incrível Homem Aranha... Alguém que me chamasse de PAI, brincasse comigo atirando “teias” na mãe dele. Alguém que eu ninasse cantando “Não é possível Dom Raulzito. Não é possível Dom Raulzito...”. Pois é meu querido Raulzito, seu pai não pôde ser seu pai, não pôde te ensinar nada, viver ao teu lado seus sorrisos, suas descobertas, suas conquistas, nem chorou contigo os teus fracassos... Você não nasceu meu filho.

Eu sou uma enganação. Não tenho o mínimo de talento. Nunca confiei nele mesmo. Mas... Já fui professor, pesquisador, funcionário, empresário, mas nunca me imaginei fazendo outra coisa a não ser escrevendo. Sou escritor... Sem talento, imaginação, coragem... A coragem existe em tentar, eu sei. Mas tenho medo. Minha inspiração é mundana. A culpa é de Deus. Deus criou as mulheres para compensar o fato de ter criado os homens. Dos homens retirou os poetas e presenteou-lhes com a dor. Onde estão as coisas simples? Você não viu. Acabou de passar do teu lado. Wake-up Neo. Open your eyes Dave. Abra los ojos. Voe… Voe Rafael.

“Os anos se passaram enquanto eu dormia. E quem eu queria bem, me esquecia”.

Se fosse pra voltar no tempo por um dia. Só por um dia. Eu escolheria o dia 28 de março de 2003. Viveria todos os melhores momentos de novo e não erraria por bobos erros bobos. Seria HOMEM... O MELHOR POSSÍVEL.

“Faço longas cartas pra ninguém.”

terça-feira, 2 de setembro de 2008

DOR LUPICÍNIA ou INCERTEZA


Nebulosa é uma mente em dúvida
Perturbado é o coração emotivo
Batidas arrítmicas são as dele
Barriga doída, fria, gelada
Dúvida condenada
Condena-me sem julgamento
Pago e sofro calado
A masmorra, a solitária
É minha mente
Que pede
Saiam da frente
Pensamentos sombrios

Lupicínio, eu
Aqui sozinho
Lupiciniaria melhor contigo
Não quero mais um whisky duplo
De cotovelos cravados no balcão
Fazendo bolinhas com copo
Chorando por um quebrado coração

Cafona, brega
Um homem que sofre
Concordo com a cafonice dos românticos
Homem que ama paga o preço
Preço dos pecados
Do original pecado
Só entende quem sente
O que é está com coração quebrado
*
*
*
*
"Volta. Vem viver novamente ao meu lado. Não consigo dormir sem teus braços. O meu corpo está acostumado"

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

PRELÚDIO DO INFERNO ou CONDOEIRO


Medo
Infeliz companheiro
Responsável pelas minhas dores
Pelas culpas
Pelos pudores

Medo
Pai das minhas lágrimas
Mãe dos meus pesadelos
Oh! Infeliz companheiro
Ajuda esse amigo agora
Um pedido te faço, amigo
Por favor, vá embora

Eu só queria acordar
Ver que minha vida está normal
Não de pernas pro ar

Não preciso da dor pra escrever
Preciso da segurança do amor
Da tranqüilidade do lar
Do carinho da minha mulher
Da atenção de outrora
De momentos passados
Vividos

Vivi demais para isso?
Morri depois e respiro?
Inferno é passar o que passo
Pagar por males que pago

Quero arrancar do meu peito
Jogar essa dor fora
Colocar no meu rosto um sorriso
Mandar sofrimento ir embora

Não é bem assim
Eu explico
Não sou isso que apavora
Tenho um amor maior aqui dentro
Se é com a ausência que provo
Que eu suma logo de vez
Que o infinito me leve
Se eterno é meu amor
Mantenha viva a lembrança
Pois o setembro é maldito
Presenteou-me com a vida
Devolvo a ele com a morte

Morrem os fracos muito antes de morrerem. Os bravos provam da morte uma única vez

sábado, 30 de agosto de 2008

EU, DOROTHY ou O CAMINHO DOS TIJOLOS AMARELOS






Quem é você?

Essa é a pergunta que vivo fazendo. Acho que todos já estão de saco cheio com o meu questionamento. Mas até onde você se conhece de verdade?

Sempre tive dúvida se devia me ocultar através de um pseudônimo, criar um alter-ego ou encarar de peito aberto e dando a cara à tapa. Pois bem, estou dando a cara à tapa. Já é difícil demais controlar uma personalidade, haja vista você não ser eternamente a mesma pessoa. Daí a máxima: Você não é; Você está.

Quem sou eu? Pergunto-me inúmeras vezes. Por que faço coisas e depois me arrependo? Por que deixo à mostra um temperamento explosivo, se na maioria das vezes sou uma pessoa extremamente gentil? Esses questionamentos não servem só pra mim. Servem pra você também.

Quem és tu?” – Pergunta a lagarta fumando seu narguilé.

A inconstância de sensações (não sentimento – isso é muito maior) típica do ser humano apresenta-nos diariamente a novos universos situacionais, o que nem sempre quer dizer uma coisa boa. Todo mundo experimenta isso. É a lei da causalidade – causa e efeito – ação e reação.

– “Tia Em. Tia Em. A senhorita...”
– “Agora não Dorothy. Vá para um lugar onde não cause problemas”

Um lugar onde eu não cause problemas.”

É, meus amigos. Acho que isso não faz parte do Kansas. Mas seguindo o caminho dos tijolos amarelos eu vou. Ver o Maravilhoso Mágico de Oz é a minha jornada. O problema é que sempre existe uma Bruxa Malvada do Oeste conspirando e falando: “Veneno. Veneno. Veneno”. Nossa sorte é existir a Bruxa Boa do Norte, entregando-nos um sapato de rubi e indicando o caminho para a Cidade das Esmeraldas.

Sabe qual é o maior problema? É que se eu tivesse cérebro eu não me meteria nas encrencas que entro. Não arranjaria mais problemas que os que já tenho. “Se eu pudesse ter um cérebro...”

Pode ser também que o fato de eu não ter coração complique as coisas um bocado. Agindo de forma insanamente egoísta você não consegue olhar qualquer situação de forma mais ampla. “Sem coração estou vazio. Se eu pudesse ter um coração...”.

De que me adiantaria ter cérebro e coração se me faltasse à coragem? Coragem para encarar todas as dificuldades de cabeça erguida. Sem medo de dizer o que penso, o que sinto e o que quero. Mas... “Eu sou um covarde. Eu sempre tenho medo”.

Ah, se eu tivesse coragem!

O que é que iria fazer? – Diga-me. Ande. Diga-me seu frouxo. Não iria fazer nada. Pois você não sabe o que é isso.

O quê? Pois bem. Vou dizer. Se eu tivesse coragem eu iria conseguir um lar.

É. Como? Derretendo a bruxa com água e roubando sua vassoura.

Exatamente. Vou criar coragem e provar que mereço a recompensa.

E daí? O que você vai conseguir com isso?

Não importa. Sei que aprenderei. Todas experiências nos dão algum aprendizado.

Então está certo. Você tem que aprender sozinho. O que você aprendeu?

Aprendi que não é o fato de bater três vezes nos calcanhares com os sapatinhos de rubi e repetir três vezes que “Não há lugar melhor que o nosso lar” que realmente nos transportamos para o nosso lar. Pois sei que devo procurar no fundo do meu coração. Se as pessoas que amo não estiverem lá é porque nunca foram realmente minhas.




Feliz é o Totó.





As persianas clichezadas não filtram a poeira dourada. Esse escritório às vezes dá a impressão de um pardieiro suspeito”.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

REFLETINDO-ME ou APENAS MAIS UMA


Quisera eu ser um gênio
De uma lâmpada
Gênio

Desejos teus realizaria
Quiçá até aumentaria
A paciência
Aquela tão gasta com o tempo
Aquela tão rara
Como a rara vida
Rara

Difícil a metamorfose não seria
De ambulante à megalomania
De um empresário a um Wicca – feitiçaria

Pena não ser santo
Mesmo que sangue chore
O sangue azeda
Sede não mata
Deixa cheiro, rastro, mancha

Mancha mais um canal
Um canal lacrimal
Uma estação de TV
Uma TV em que pudesse te ver
Te ver e te ter
E nada a fazer
O impossível era pra ser
Real
Real ficção

Ponte sem função
Com-fusão
Com funções
Ligar dois pontos
Duas colinas
Dois morros
Dois corações

Meu coração
Ligado ao seu está
Mesmo que tenha que apelar
Pra pobres rimas
Pobres

Pobres dos tolos corações
Corações que duvidam do poder que tem
Sem saber que deles é que vêm
A chama da vida
Mesmo uma bandida vida
Vida Louca
Vidas passadas

De vidas passadas conheço
Teus olhos pequenos
Teu jeito criança
Teu sorriso bobo
Teu olhar de pidona
Menina bobona
Bobona menina
Que de menina odeia ser chamada

Chamada de meu amor
Minha flor
Meu bebê
Te dou vários nomes pra escolher

Só quero ser o seu
Bobo
Garoto bobo
Microfone na mão
Sem nenhuma razão
Razão nenhuma que diz
Numa terra feliz
Pudor onde não sei
Cantando “Robocop Gay”

Garoto impossível
Metido
De atenção – centro
Centrismo – Ego
Super
Super – Eu
Super-Ego
Super-Homem

Homem
Apenas que sou
Sem luz própria
Apenas refletindo
Refletindo o que quero
Refletindo o que sou
Refletindo a luz
Luz do meu amor

É que eu preciso dizer que eu te amo... Tanto.Tanto. Tanto... Te quero tanto”.

SEM PALAVRAS ou O CARA


Somos o que podemos ser?
Somos
Somos grandes
Maiores que cavaleiros
Maiores que incríveis
Maiores que o céu
Somos nós

Somos um Espírito Santo
Um Batista genial
Um Rafael meio boçal
Um boçal por completo
Uma Castanha política
Uma política holandesa
Fumando nas praças
Praças da escola
Do professor do Ano
Do ano inteiro
Inteiro ano
Um professor Salviano

Salve as aulas da monotonia
Carmina Burana clamaria
Por uma Odisséia no Espaço
Ulisses a James pediria
Um Tang
O garoto tem sede
Sede de conhecimento

Conhecimento meu
Que do Photoshop é pouco
Pouco faço por um grande amigo
Mas no braço sairia com um Wookie
Pelo meu amigo Luc

Que falar dele?
Todos concordariam
Por ele
Pra uma guerra iriam
Matariam quem se atrevesse
A mal falar de seu nome
Pois o “mago” é mais que um homem
Copo cheio que esvazia
Ao teu lado
Por mais um ataque que se ia
A lágrima que escorreria
O ombro que encontraria
Um conselho
Um colo
Um consolo
Uma lição

Lição de vida
Minha geração é pouco
Chamaria de louco
Quem não eternizasse
A mente brilhante de um filósofo chato
De um bobo-eco
Eca, desprezo
Você
Se não reconhecer
O talento de um cara humilde
Que sucesso encontrará
Hollywood reconhecerá
Do contrário
Azar... de Hollywood

Seu corpo já foi de docente
Já foi de discente
Do Corpo Discente
Quatro anos é pouco
De convívio com um raro decente
Descendente da História

Da História
Curso
Curso da vida
Deu-nos você
Figura incrível
Incrível é falar
Falar de você
Falar sem chorar
Sem me gabar
Por ser seu amigo

Escreveria um livro
Retratar eu iria
Que sua sacra barba vi tirar
Pra no meu casamento entrar
Meu padrinho
Meu amigo
Meu irmão
Digo a você e aos de alma pequena
Que numa noite pouco serena
Me viu chorar
Querer morrer e bobagens dizer
Não sou Rocha
Choro
Não sou Deus
Nem um Cordeiro
Sou feliz por inteiro
Por amigos ter
Amigos como você preciso
Amigos que ao meu lado estão
Amigos com coração
Que viram adjetivo
Então
Se tiver um grande amigo
Pode chamá-lo de NILSON
Melhor definição não encontrará
Se o conhecer seu amigo
Agradecerá
Como agradeço eu
Obrigado amigo meu
De uníssona voz
Amigo de todos nós
Gritaria em bom som
Amamos-te Nilson.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

EU NA PRIMEIRA PESSOA ou PALAVRAS DE HOMEM


De onde vêm os sentimentos?
Por que motivos nós sentimos determinadas coisas?
Por que tem horas que queremos mandar todos se fuder?
E por que têm outras que queremos “beijar o português da padaria”?
Quem sabe?!
O certo que pra maioria das emoções a razão não tem explicação, ou tem? Seríamos maníacos depressivos por termos variações de humor? Seríamos sociopatas se sentíssemos vontade de estraçalhar a cara de quem nos importuna?
Ninguém é perfeito, eu sei. Você é? Bem... Deixa pra lá.
Voltando a falar de sentimentos... Essas coisas estranhas que mexem com nossa cabeça e com nossas sensações físicas ...
Frio na barriga, palpitações, mãos frias, mãos suadas, rosto avermelhado, quente, pegando fogo... Não preciso explicar, eu sei, vocês entendem o que estou falando. Vários sentimentos dominam nosso corpo... Mas... Hoje me deterei no amor e no ódio.
Calma! Ódio é uma coisa muito forte, e amor... Bem, de amor todo mundo fala (algumas vezes até sem ter a menor noção do que se trata).
Para um escritor (pseudo, é melhor não forçar) é comum falar de sentimentos. Sobretudo dos seus (mesmo que se esconda). Se existe um sentimento que reúne amor e ódio este sentimento é o ciúme.
Certa vez li numa dessas revistas deveras construtiva, que projeta sua mente pra um universo um tanto quanto mais iluminado, que te leva a atingir o nirvana (nem que seja através de Smells Like Teen Spirit) ... A seguinte citação: “O ciúme não sabe nada, imagina muito e tem medo de tudo”. Bem, compadres, parece frase de auto-ajuda (e é), mas concordo em gênero, número e grau (expressãozinha clichê, hein?). Dando-me um direito supra, faço uma pergunta: Seriam os ciumentos pessoas burras, dotadas de baixa auto-estima, carentes de confiança (em si e no parceiro), medrosos ou algo do gênero? Responda como quiser, não tenho uma opinião totalmente fechada e/ou centrada sobre o assunto. Como disse, falo de sentimentos e isso não tem muita razão.
Confissão é ótimo pra escritores baratos como eu (perdeu Fabio Hernandez, roubo de bordão de mestre não é crime). Então, confesso. Sou ciumento. É estranho admitir, mas sou. Ciumento pra Car@%#o. Será que sou burro, pouco dotado, medroso...? Pra responder explicarei como Roger, “o cara” do Ultraje. O cara tem um QI de 144 (barra?!), posa nu (Bem, azar o dele. Mas você se garante?), é o maior astro da história do Rock Gol da MTV (Eu sei, eu sei. Isso é queima), compôs músicas memoráveis (outras sensacionais e menos conhecidas, mas o gosto é meu), por que motivo ele seria ciumento? Caras como ele não tem motivos pra se acharem burros, com baixa auto-estima, medrosos... E, é aí que mora o perigo. Um trocinho conhecido como inveja, meus amigos. Inveja é... Como poderia dizer de forma sutil... Complicado. (Não que inveja seja tudo, é ululante)
Tenho um QI de mais de 133, 1,84m de altura, calço 43, minha família e meus amigos me adoram e me respeitam (apesar de eu ser essa pessoa extremamente simples e humilde), minha mulher... Minha mulher é MINHA. Ai de quem olhar pra ela ou eu... (Calma, Rafael. Calma. Respire fundo. Passou).


Não! Eu, ciumento? Imagina?!

Meu bem me deixa sempre muito à vontade. Ela me diz que é muito bom ter liberdade. Que não há mal nenhum em ter outra amizade. E que brigar por isso é muita crueldade.”

Mas eu...

Mas eu me mordo de ciúme. Mas eu me mordo de ciúme”.

Não vejo explicação lógica pra isso. Mas se alguém se exibir demais faço isso.

Veja o vídeo. Se demorar compra um computador melhor e bota banda larga.







Concordo que não é coisa mais civilizada no mundo. Mas não conheço Jedis pra que me emprestem algum sabre-de-luz. Porém, não há motivo de pânico. Saí do Jiu-Jitsu faz tempo (Não que eu tenha perdido o jeito, mas...).



Sentimento é isso. Totalmente sem explicação. A ponto de me fazer escrever sobre o assunto. Embora o sentimento seja aquilo que te move a fazer as coisas. É o que te mantém vivo. É o que mantém vivo. O que me mantém vivo. No meu caso - O AMOR.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

MORRERIA ENTRE TUAS COXAS ou LIQUEFAZIA EM TUA BOCA

Estou asfixiando
Minha respiração extinguiu há tempos
Os trêmulos nervos do meu corpo latejavam
Como latejam as veias do meu sexo

Sua boca angelina me enlouquece
Seus lábios carnudos me sorvem
Eterneço dentro de sua boca

Seus olhos azuis
Seu aristocrático nariz
Sua cútis perfeita
Seu rosto
Tudo meu


A confiança de sua sombracelha me intimida
Me excita
Sua cara de má
Me endurece
Enquanto minha fragilidade a molha

Me segura pelos braços
Me domina
Sente-se dona
De todo meu corpo – dona

É só o que quer
Sem nomes
Sem amor
Só dominação e prazer




Pernas compridas, torneadas
Ginástica, musculação e escalada
Coxas grossas, músculos pulados
Eu aliso
Sinto-a escorrer pelas pernas

Passo a língua no seu sexo
Lambo-o como um garoto

Escuto gemidos, gritos
Sua boca envolvente, enquanto grita
Quer minha língua
Suas pernas seguram minha cabeça

Em seus poucos pêlos descanso
Subo um pouco
Sua barriga encontro
Seu umbigo, seu piercing, minha língua
Um encontro, uma interseção

Beijos fortes, quentes
Seus gemidos, escuto
Até seus seios eu vou

Aperto, beijo, coloco-os na minha boca
Bicos duros, belos
Grandes e arredondados seios
Silicone de mulher moderna e confiante
São seus peitos
Emprestados apenas para meu deleite

Sua boca, beijo
Lábios grossos, língua afoita
Respiração ofegante
Gostosos beijos, lambuzados

A penetro
Suas coxas são minhas
Ela grita
Crava suas perfeitas unhas vermelhas em minhas costas
Ela quer sangue
Eu...empurrar

Estocadas alternadas
Velocidades aceleradas, ora diminuída
Eu empurro, ela grita
A forte mulher lacrimeja

Meus dedos em sua boca
Ela chupa
Me excita
Aumento a velocidade

Suas coxas, aperto
Seus gemidos
Ela não quer o fim
Me prende
Meu sexo com seu sexo
Meu corpo com suas coxas

Estou cansado
Me entrego
Ela domina
Cavalga
Pula
Grita

Uma musa ivete em meu corpo
Seus seios em meu rosto

Com um olhar safado
Tira meu sexo de seu corpo
Olhos azuis que me fitam
Mordendo o grosso lábio inferior
Suas sombracelhas, então relaxadas
Assusta-me ainda mais

Minha excitação ao extremo
Meu sexo duro em sua mão
Brinca
Passa pelos seus volumosos quadris
De uma só vez, se penetra
Gritando

Empurro
Várias vezes empurro
Quero minha morte entre suas coxas

Ela levanta
Fica de quatro
Mostra-me seu belo corpo
Alisa-se
Sorri
Sorriso sacana

Vejo suas grandes e grossas coxas
Suas ancas divinas
Seus siliconados seios inclinados
Seu olhar safado
Mais uma vez a penetro
Seu sexo
Seus quadris
Várias vezes
Seus gritos

Domino a musa
Quero suas coxas ivete
Ela domina
E minha morte...
É em sua boca angelina

domingo, 24 de agosto de 2008

PALAVRAS SOLTAS ou LOUCURAS EXPRESSAS








Mente confusa
Pensamentos soltos
Apatia
Neurose
Regeneração
Degeneração
Agonia
Agitação
Vômitos
Convulsão
Loucura
Inferno
Confusão
Labirintos
Rodopios
Caleidoscopia



Gritos
Gritos
Gritos


Ar
Respiração
Oxigênio
Transmutação




PAREM!!!




Kafka
Baudelaire




Mosca?
Borboleta?




Ópio!
Haxixe!
Vinho!

Pedra!
Flor!
Espinho!



"O poeta não morreu. Foi ao inferno e voltou."



Acordei.



PAREM!
PAREM!
PAREM!



Dèja vu!!!



Dúvida?!



Sou um sábio chinês... ou borboleta outra vez?



Duas palavras...





NÃO SEI!!!

PRIMEIRO ARTIGO CIENTÍCO ou A SÍNDROME DO PATO DONALD


Quando estamos prestes a ser pai (ou mãe) desejamos mais que qualquer outra coisa que nosso filho nasça sem nenhum problema físico ou mental. Porém, algumas doenças só se manifestam quando o bebê se transforma em criança, melhor ainda, quando ela começa a tomar suas próprias decisões. A anomalia não é muito aparente. Entretanto, você percebe quando passa a conviver com pessoas que sofrem deste mal. Geralmente elas são pessoas inteligentes e auto-suficientes, que na maioria das vezes nem desconfiam que têm o problema. Esta doença é muito pouco estudada. Chama-se Nanismo proveniente de boçalidade congênita. Diferente do nanismo tradicional, o portador da doença consegue atingir estaturas normais. Admiti pra mim mesmo que eu tinha essa doença há algum tempo. Porém, meus pais já desconfiavam desde o início de minha adolescência. Ela também é conhecida como a síndrome do Pato Donald.




Como é conhecido por todos, o Pato Donald é o personagem de Walt Disney que é sempre perseguido por tudo e todos. Sempre acontece alguma coisa com o Donald para estragar seu dia. É óbvio que o Donald não é nenhum santo, mas convenhamos, na maioria das vezes ele não merece o que acontece com ele. Mas o que o Donald e o raio dessa doença esquisita tem um com o outro?
Bem, amigos... Quando um portador da mal-falada doença está em crise, ou seja, quando algo vai de encontro ao seu sentido de justiça, o doente pula feito um louco com as mãos fechadas em posição de ataque, esbravejando insanidades incoerentes, tal qual o Donald (utilize sua memória que você me compreenderá).
Mas... Voltando a explicar o mal me aflige... O nanismo ataca quando você depois de uma crise descobre que... Os charutos foram comprados para o seu aniversário... Quero dizer o seguinte... Todo aquele ódio que te consumia... Todos os insultos proferidos... Foram totalmente desnecessários. Então, você começa a encolher, miniaturizando-se, ficando a ponto de cair por uma pequena fresta qualquer no piso. O maior problema não é nem o fato de você diminuir. O maior problema é você não ter tamanho ou até mesmo hombridade suficiente para reconhecer seu erro e dizer – ME DESCULPA.
Segundo, o Rei do Crime (personagem de Stan Lee, presente nas histórias do Homem-Aranha e do Demolidor) – “Nobody is inocent” . Contudo, tal afirmativa não faz de você um herói, ou um justiceiro. Mas...



Caros amigos, hoje assumo a todos vocês... Sou portador da Síndrome do Pato Donald. Os médicos não descobriram nenhuma cura. Mas estou atrás dela. Então... O que devo dizer... Reconheço tudo e ... PERDÃO.

ONDE ESTOU O QUE FUI? ou AS PALAVRAS DE LOURENÇO

Quando se deve parar de viver para o futuro? Nunca? Sempre? Bem, é meio confuso. Pode ser que nem eu esteja entendo direito a minha própria pergunta. Vou tentar explicar.
A maioria das coisas que fazemos é para garantir um futuro, digamos, estável. É pieguice (falo muito essa palavra) dizer que vivemos num mundo globalizado, sem lugar pra todos e apenas os melhores sobrevivem nessa selva... blá blá blá blá blá blá blá... Isto nos impulsiona a viver em prol do vil metal. Mas onde fica o nosso prazer, a nossa paixão, a nossa ideologia, os nossos sonhos?
Lamento informar amigo, mas se seu sonho é ver um mundo mais justo, mais humano, com menos diferenças sociais, econômicas e educacionais – vá dormir agora e continue sonhando.
Não quero ser seco com minhas palavras. Porém, depois da “crise da razão histórica” é meio (pra não dizer muito) complicado acreditar num mundo melhor. Conheço, como sei que vocês também conhecem, inúmeras pessoas que tentam garantir sua estabilidade financeira através da loteria denominada – Concurso Público. É frustrante passar anos na faculdade, estudando como um louco, gastando pilhas de dinheiro comprando livros, tirando cópias (todo mundo sabe que é ilegal, mas...), perdendo manhãs, tardes, noites e madrugadas estudando... e no final... Bem... no final...

Oi. O que andas fazendo?
– Passei no concurso da Caixa. Só estou esperando ser chamado. E tu?
Bem, eu não fiz esse porque tava estudando pra Polícia Federal? Agente, sabe? Dá mais dinheiro.
– E o mestrado, tais fazendo?
E, cara. Desisti. Arrumei um trabalho e não dava pra conciliar, fora que tem o cursinho pro TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Amapá. É cadastro de reserva, mas pode ser que chamem até 2012.
– Boa sorte, então. Bom te encontrar. Quem sabe a gente não bota nosso papo em dia sobre política e economia como fazíamos nos barzinhos da vida universitária. Eu fazendo Filosofia e você Ciências Sociais. Tinha também aquela galera de História, lembra?
Como não? Como poderia esquecer? Pode ser nostálgico... Mas, como na música... Belos tempos. Velhos dias.




Bem, amigos (Estranho. Isso me fez lembrar o Galvão Bueno), como diria Lourenço (Personagem de Selton Mello no filme “O cheiro do ralo”, adaptação do livro homônimo do cartunista Lourenço Mutarelli) – “A VIDA É DURA”.

Se você acredita que não é bem assim. Que só os fracos desistem dos seus princípios e das suas ideologias (isso existe no plural?)... Bom pra você. Infelizmente, os dirigentes da Companhia de Distribuição de Energia Elétrica, o proprietário do apartamento que moro, a Wallmart e o Abílio Diniz, não aceitarão o meu IdeologiaCard. Embora, ele me dê até 40 anos de reflexão grátis. Depois disso é cobrado uma anuidade de um ano da sua vida, para o resto dela, para você pensar e ver quem é você, ou pelo menos em quê ou quem você se transformou.

Os escravos servirão. Viva a Sociedade Alternativa”.




sábado, 23 de agosto de 2008

PRIMEIROS ESCRITOS ou A INSPIRAÇÃO VEIO DO ISMAR


Sempre fui totalmente avesso a essa história de blog. Achava que era uma moda. Algo que todo mundo tinha, pois todos queriam ser vistos e ouvidos, nesse caso, lidos. Então, contrariando a "lógica", deixei meus pensamentos guardados em minha caixa craniana. Mas tem horas que a gente não agüenta mais guardá-los. As sessões de terapia e análise são insuficientes para todo o desabafo preso em seu interior. Aprendi a ler e escrever sozinho com meus gibis da Turma da Mônica. Com 5 anos de idade era considerado muito inteligente por saber "isso" e "aquilo". Sempre acreditei que seria escritor. Mas... A vida nos traz caminhos... Bem... A gente escolhe os caminhos de alguma forma. Tanto que escolhi criar um blog ao invés de manter meus pensamentos apenas para mim. Talvez mantê-los para mim fosse algo de um egoísmo estúpido, mas também poderia ser um imenso favor da minha parte com a sociedade, ou melhor, com os meus leitores (tenho algum?).
Bem... Não tem nenhuma arma apontada pra cabeça de vocês. Pelo menos não por mim.
Voltando, pra não ter pensamentos como os de James Joyce, descompassados e disritmados.
Assisti um documentário no festival de cinema de Pernambuco deste ano, chamado Ismar. Ele contava um pouca da vida de Ismar Tirelli Neto enquanto criança e o que ele é hoje. Minha curiosidade (e minha memória) me impulsionaram a pesquisar sobre o garoto, hoje homem, Ismar. Dei de cara com uma mente inquieta - produtiva. Tão assaz ou mais que quando criança. Uma coisa mexeu fundo comigo. A ontologia e a filosófica pergunta do "Quem é você?". Esse é meu universo. Meu universo paralelo se comparado a loucura da vida cotidiana. Mas, para o "grande" Júlio César, "o filósofo é um covarde perante os duros imperativos da vida". Covarde ou não, ser ou não ser é uma pergunta sempre inquietante. [...] Peço desculpas e licença ao Ismar e a 7 Letras para exemplificar o que digo - "Cantor, dramaturgo, poeta: quem é Ismar Tirelli Neto? Criança-prodígio, personagem de tv, tema de filme, blogueiro voraz, e agora estreando em livro com Synchronoscopio, mais uma aposta poética da 7Letras: este rapaz ainda vai dar o que falar!"
Ao ler isso pensei - "Escritor, contista, poeta, roteirista, desenhista, professor, historiador, filósofo, empreendedor: quem é José Rafael Monteiro Pessoa?" Uma coisa é certa, sou e não sou todas essas coisas. Não leciono mais. Não tenho tempo nem criatividade para escrever sequer uma carta carinhosa para minha mulher. Desenhar, então... Não que eu tenha algum talento para qualquer um desses ofícios... Mas tenho paixão. Sou um frustrado? Bem... Tudo na vida não passa de perspectivas e não de expectativas. Leiam "Calvin e Haroldo" que vocês me entenderão melhor.
Sinto-me renascido - vivo. Minha insônia pode ser mais produtiva. Nem que seja para eu postar alguns pensamentos soltos de minha mente noir. Muito obrigado Ismar (menino e homem).