domingo, 28 de setembro de 2008

MUITO ALÉM DO ORKUT ou THE SURFACES


Quem não preserva a memória não merece ter grande parte do seu inútil cérebro. Quem não preserva os amigos não merece absolutamente nada.
Não sei se sou a pessoa mais adequada para falar de preservação de memória e/ou amizade, mas, independente disso, me arriscarei a dissertar um pouquinho sobre o assunto.

Existiam muitos naquelas salas de aula. Porém, alguns sempre são inesquecíveis. E aqueles eram inesquecíveis. Bem, é certo que a gente já se conhecia há um certo tempo, mas o ano de 1999 foi sem sombras de dúvida o nosso ano. O ano do fim do nosso Ensino Médio. O ano do nosso vestibular.

André Luiz Borges de Almeida (Doug), Fabio Coutinho (Jesus), Rodolfo Ramos Ferreira (esse sempre foi só Rodolfo), Thiago Tavares (TT) e eu – José Rafael Monteiro Pessoa (ou simplesmente Garga). Tirando Rodolfo, nenhum de nós passou pra uma universidade federal naquele ano. Contudo, o vestibular era a menor preocupação que tínhamos. Queríamos mesmo é curtir a vida como se fossemos “morrer amanhã”. Nós, libertários pensadores, jovens revoltados (ninguém tanto quanto Fabio, sempre de calça rasgada e riscada, cabelo comprido, barba de bode – nem adianta se ofender Fabio, você era assim e sabe disso), estávamos curtindo a essência do Rock.

Rock na veia, caralho!!!

Daríamos um mosh na multidão, gritando bem alto, arrotando “Raimundos” e “Só no Forevis” (saudosos tempos do Raimundos – Quem mandou você gostar dessa banda de fases?).

Afinal, quem eram os caras do Surfaces? (Acho que só eu lembro da banda que montamos e que nunca tocou porra nenhuma. Eu nem sei quem tocava o que no Surfaces, só lembro que eu seria o batera).

Conheci Doug no primeiro ano do ensino médio. Era um novato calado transferido de uma unidade do colégio para outra. Não demorou muito e ele já virara um dos nossos.

Fabio e TT eu conheci no maternal (faz pouco tempo, eu sei. Acho até que foi ontem.). Estudávamos numa escolinha próxima de nossas casas que era da tia dos meninos, que (só para constar) são primos. Contudo, ficamos longo tempo sem se ver e apenas minha memória permaneceu ativa. Voltamos a ser amigos mesmo já com espinhas e pêlos na cara.

Rodolfo eu conheci no Imaculado, o colégio dos nossos corações e onde estudamos até a 8ª série, mas ficamos amigos mesmo no ensino médio (repetitivo isso, não?).

Eu era provavelmente o mais nerd, o mais calado, introspectivo, Rodolfo o mais desenrolado, Fabio o mais artista (ninguém desenha como Fabio), TT o mais engraçado (rio sozinho lembrando dele e Doug autografando o caderno de Rodolfo com – Um abraço do seu herói Canibal ou algo do gênero), Doug era meu parceiro de viagem, cansativos minutos dentro do ônibus passavam mais rápido ao seu lado, me emociono lembrando de suas lágrimas na quadra de esportes na véspera do dia do vestibular. Parece que sabíamos que tudo seria bem diferente a partir daquele dia.

Infelizmente aos poucos fomos nos distanciando e o tempo tornando cada vez mais escasso para nos encontrarmos. Possivelmente eu fui o mais ausente (verme)... Em meio a esbarrões vi meus amigos pelas ruas. Doug reencontrei alguns meses atrás num shopping, estava com uma garota (imagino que seja sua namorada), parecia bem, mas pouco conversamos. Fabio há muito não vejo e, fora o coração, não lembra em nada o gordinho cabeludo e de barba por fazer, virou um lutador de jiu jitso bonitão, com um filho lindo e tudo mais. Rodolfo encontro com mais freqüência, virou um “federal”, saradão. TT o encontrei no Orkut e foi a mola que faltava pra que eu escrevesse pros meus eternos amigos de Humanas, que eles nunca saíram dos meus pensamentos. A vida é muito foda. O tempo sempre nos dá uma fatura alta cobrando pelos momentos maravilhosos que ele te propiciou enquanto você se divertia ao lado dos seus companheiros.

Todos sabem que odeio o Orkut. Nunca gostei de exposição. Mas para rever amigos de verdade o esforço vale à pena.

Só para constar, caso eu não tenha deixado muito claro... Doug, Fabio, Rodolfo e TT, talvez eu nunca tenha falado... mas... EU AMO TODOS VOCÊS.

Saudades meus amigos.

O que vai ficar na fotografia são os laços invisíveis que havia.”

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