sábado, 28 de março de 2009

SEIS ANOS ou SEM MEDO DE SE EXPOR




Há exatos seis anos tomei duas decisões que mudaram minha vida e ajudaram a me transformar no homem que sou hoje.
Não me transformei num grande Homem. Eu sei. Sou colecionador de defeitos e fracassos. Arrependo-me de inúmeras coisas que fiz e deixei de fazer. Contudo, as importantes decisões que tomei no dia 28 de março de 2003 deixam-me extremamente orgulhoso de mim mesmo. Uma delas foi a de largar o vício do maledito cigarro. Algo que aconselho a todos os meus amigos e leitores a fazerem. Embora admito que fumar é prazeroso, calmante, etc... Não existe fumante inconsciente. [...] Porém, minha maior decisão, a decisão mais importante que tomei em minha vida de (des)prazeres foi a de abrir mão de muita arrogância, boçalidade, auto-suficiência e me entregar de olhos fechados aos prazeres desconhecidos da vida a dois.
Tenho lembranças que fariam o google processar bilhares de páginas. O escritorzinho que vos escreve não seria um nada se não fosse a mulher que tem a sua frente. Ela sim é uma grande mulher (de 1,54m, mas gigantesca). Eu provavelmente já estaria em algum boteco escrevendo poesias em guardanapo e conversando com as formigas se a minha linda e maravilhosa mulher não estivesse segurando minha mão, me ensinando e aprendendo a viver como um só ser, mas com direito a todas as individualidades do mundo. Somos crianças, simples passarinhos que saíram do ninho e estão encarando os perigos e mazelas do mundo que esconde a cada esquina.
Tempos atrás me considerava o melhor homem do mundo. Hoje tenho certeza que sou só mais um bobão limitado que não sabe de nada e reclama da vida tal qual a hiena Hardy. Se não fosse a maiêutica socrática indubitavelmente eu não teria feito nada em minha vida e perdido todos os gloriosos momentos que minhas decisões de seis anos passados me proporcionaram.
Como fã de Lewis Carrol posso dizer que meu relacionamento tem a mesma idade que a Alice tinha quando resolveu entrar no buraco do coelho (por favor, sem maldades, ok?) e descobrir o novo e maravilhoso mundo. Assim é o amor, um novo e maravilhoso mundo. Nem sempre sabemos o que nos aguarda, nem sempre gostamos de tudo, nem sempre estamos livres do perigo, nem sempre fazemos tudo que gostamos, mas sempre vale à pena lutar por aquilo que se acredita. Amar é pensar como uma garota curiosa de seis anos, é investigar o que tem do outro lado do espelho, pois talvez você encontre um mundo o qual a imagem refletida não é a sua, mas a de outra pessoa.
Hoje eu sei. A imagem que tem do outro lado do espelho não é a minha. Não vejo esse bobão de 1,84m, mas uma maravilhosa mulher de traços fortes e opiniões idem. A mulher que eu amo. Não banalmente, mas conscientemente. Sei que tenho capacidade para escrever inúmeras coisas como poesia, contos, livros até, para expressar esses seis anos de história (linda em grande parte), mas optei por falar na primeira pessoa, pois falo pra minha maior leitora principalmente, falo pra minha Glena (Com G), que embora eu seja esse assumidamente maluco e perdido em pensamentos soltos de uma mente noir, eu a amo, ou seja, EU TE AMO, MEU AMOR. MUUUUUUUUUUUUUUUITO!!!!

Vários beijos, como sempre.

O seu (sem medo de se expor) Mozinho.




Por você eu dançaria tango no teto

domingo, 22 de março de 2009

WE ARE THE CHAMPIONS MY FRIEND ou TALENTOS PRO MUNDO VER


Há aproximadamente cinco anos atrás assisti um curta no Quartas Literárias do Centro Cultural Luis Freire em Olinda-PE extremamente interessante. O curta se chamava Cinzas e foi todo feito por um grupo de adolescentes de cerca de 16 anos. Meu xará Raphael Callou era um dos realizadores do projeto. O filme possuía uma temática densa, falava das incongruências do tempo, usando o centro do Recife como plano de fundo. O filme é marcante e devia ser visto muitas vezes. Na época escrevi uma pequena crítica (repleta de substâncias etílicas no sangue) ao filme, incentivando o meu querido Rafael. Contudo, o jovem Callou atualmente se dedica a outra carreira, é estudante de Direito na Universidade Católica de Pernambuco. Porém, imagino que a chama adolescente e realizadora ainda esteja dentro daquele talentoso rapaz. Isso apenas o futuro dirá. Independente disso acredito que ele será bom em qualquer profissão que escolher.
No final de 2005 e início de 2006 tive o prazer de conhecer uma infinidade de garotos de 12 a 16 anos do Colégio de Aplicação do Recife da Universidade Federal de Pernambuco. Alguns desses garotos marcaram minha vida para sempre, um deles foi o grande multimídia José Vinícius Reis Gouveia. Vinícius era um jovem curioso, sempre atento a todas as conversas, grande aluno, introspectivo e extrovertido concomitantemente, digno de todas as menções honrosas que fiz em seu currículo. Tive o privilégio de ser professor de uma turma brilhante como a de Vinícius. Embora não tenham sido nem meus primeiros nem meus últimos alunos, lembro de cada um deles com suas particularidades.
Nesse mês de março Vinícius foi o feliz CAMPEÃO de um concurso de vídeos da Internet.
Era o concurso mundial de vídeos Minha Cultura + Sua Cultura = ?, promovido pelo Bureau de Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Fiquei temeroso ao escrever esse artigo com medo de ser tendencioso e nada imparcial. Cessado os dois segundos de medo comecei a escrevê-lo, pois Vinícius não precisa de partidarismo, ele realmente é TALENTOSO, seu vídeo é BRILHANTE, a redação é ÓTIMA, as imagens são FANTÁSTICAS, a narração é PERFEITA (Parabéns Fernanda!), em suma... Título merecido. Não ia ser em vão que os jurados dariam um prêmio ao vídeo de um jovem latino. Ser latino aos olhos norte-americanos, assim como ser nordestino aos olhos do Brasil é complicado e delicado, ou seja, pra vencer você não precisa ser bom, tem que ser incrível, e é exatamente isso que Vinícius e seu vídeo são... INCRÍVEIS.

As reportagens que noticiaram a conquista desse garoto podem retratar um pouco mais.

http://jc.uol.com.br/canal/lazer-e-turismo/noticia/2009/03/16/video-de-pe-vence-concurso-sobre-comunidade-multicultural-na-web-181983.php








Contudo, nada valeria de exemplo se o vídeo não fosse assistido. Peço licenças a meu amigo Vinícius para postar abaixo seu vitorioso vídeo – HUMAN COLOURS.
(Caso seu inglês não esteja em dia, posto abaixo do vídeo o texto em português de tudo que foi dito.)




HUMAN COLOURS

"Imagina se não pudéssemos misturar o azul com o amarelo. O que seria do verde? Ou, até mesmo, o verde com amarelo, o que seria do azul?

A individualidade, o fato de cada um ser único, cria a pluralidade necessária para a grande obra: o mundo. O mundo das religiões. O mundo das etnias. O mundo das línguas. O mundo de mundos. A partir dessas diferenças, às vezes mínimas, às vezes extremas, conectamos cada ser humano a outro. Somos importantes e ativos personagens na vida de nossos iguais e de todos seres vivos do planeta Terra. Os nossos costumes, conhecimentos... cores e culturas. Eles Precisam coexister harmonicamente para que a obra exista.

É necessário o azul, o verde e a infinidade de cores de todas as pessoas do resto do mundo. Precisamos de colorido para formar algo onde a soma das partes é maior que o todo... conectar e dialogar a partir e através das diferenças.

[...]

A minha cultura mais a sua cultura é apenas uma parte de algo muito maior. Precisamos somá-las com várias outras culturas e olhares. A minha história não é só minha, a minha história é de todos nós. Conectando pela diferença e conhecendo novas culturas.

Precisamos de cores humanas para pintar a grande obra que é o mundo."


Parabéns Vinícius, nunca desista dos seus ideais ou dos seus sonhos, deixe que eles cresçam, mas que não envelheçam com você ou desistam de você.


"Eu sou o fera. O fera neném. Se eu for Presidente você vai se dar bem."

sábado, 21 de março de 2009

DIA DE QUÊ? ou FILHOS DA IDEO-SEPARAÇÃO



Hoje (21/03) comemora-se o Dia Contra a Discriminação Racial e acredito que posso falar um pouco sobre isso. Acho uma tremenda hipocrisia comemorar uma coisa que nunca deveria existir. Mas, assim como o Dia Internacional das Mulheres (08/03), fez-se a necessidade de se instituir um dia para que a humanidade lembre que todo o tipo de segregação e/ou discriminação é o auge da estupidez. Somos biologicamente iguais. Sentimos medo, frio, fome, calor, diarréia, dor, amor, todo tipo de emoção e sensação possível a qualquer ser humano. Somos totalmente iguais, repletos de diferenças psicológicas e culturais. Entretanto, isso apenas viria a acrescentar a vida de todas as sociedades, sejam elas passadas ou vindouras.
O Brasil é o único país que conheço muito bem, desde sua história colonial até o seu presente ideo-separatista. Por que a expressão “ideo-separatista”? Bem, por vários motivos, um deles é o fato de existir na mente da maioria da população um racismo ora velado ora escancarado. Ninguém nasce preconceituoso. Poucas pessoas admitem os preconceitos que alimentam desde que seus pais lhe explicaram que nem todos os homens são iguais. Negro e pobre não são pessoas bem-vindas em nossas famílias. Eles não têm o pedigree necessário para se incorporarem na digna classe de homens civilizados. Desde o período em que escravizar homens de culturas tecnologicamente inferiores era a lei, brancos europeus e seus ditos descendentes acreditam que negros, índios e asiáticos são biológica e etnicamente inferiores aos padrões erroneamente batizados de arianos.
Na tentativa de corrigir alguns dos erros históricos promulgou-se há alguns anos uma legislação que tenta minimizar as diferenças de oportunidade que a sociedade brasileira apresenta desde o fim da escravidão em 13 de maio de 1888. Porém, esta (a meus olhos) é feita de forma equivocada. Julgo de tremenda estupidez o regime de cotas para não-brancos nas universidades, por exemplo. Sei que alguns dos meus AMIGOS NEGROS podem querer me crucificar por isso. Mas os conheci numa universidade federal, onde eram grandes alunos, com excelentes pontos de vista, notas altas e, originários de escola pública. Eles não precisaram de nenhuma cota para entrar na universidade seja por cor/raça ou escola.
Em minha certidão de nascimento indica que nasci de cor branca, filhos de pais brancos, neto de uma loira e três pardos, bisneto de um português e uma italiana. Mas tudo isso é balela. Reconheço-me apenas como mais um brasileiro de cútis morena, fruto da gostosa miscigenação latina, diferenciando-nos apenas pela concentração de melanina.
O governo se exime da responsabilidade de proporcionar uma educação de qualidade e cria a política de cotas e a sociedade finge que não é racista por apoiar tais políticas. Embora a faz unicamente por prudência mundana.
Raça, bem como identidade, é um assunto bem delicado de se tratar. Contudo, as pessoas não podem ser julgadas por outras por sua concentração de melanina. Poupem-me meus queridos. Vão estudar um pouquinho de Filosofia, História, Biologia, antes de partirem para o Direito para ver que o que diferencia o sul-africano Nelson Mandela da sul-africana Charlize Theron é muito pouco, algo que não é preciso recriminar nem discriminar.
O filme Ó Pai Ó, que por muito tempo foi discriminado por mim (perdoem-me pela ignorância), apresenta cenas antológicas, principalmente o diálogo cheio de emoção dos personagens Boca (Wagner Moura) e Roque (Lázaro Ramos), deixando no público uma sensação de perplexidade, haja vista a entonação das falas e ao fato de sabermos que os atores são amigos de grau de irmandade. Grande atuação e texto louvável. Assistam à cena é incrível. Vale muito à pena, o que não vale é perder tempo achando que somos diferentes uns dos outros.





Branco se você soubesse o valor que o preto tem. Tu tomava banho de piche e ficava preto também.”

segunda-feira, 16 de março de 2009

MALTHUS, SEXO E A INTERNET ou MENTE NOIR E PORNOGRAFIA NO AR


Existem no mundo mais ou menos sete bilhões de habitantes. Desses, uma infinidade não tem a menor idéia do que se passa ao seu redor. Enquanto num estalar de dedos: morre uma criança em decorrência da fome, outra morre vítima da AIDS; alguém acaba de reclamar da vida, outro acaba de cometer suicídio; uma mulher ganhou um presente, outra mais uma surra; um rapaz teve sua primeira experiência sexual, outro falou aos pais que era gay; mais um banqueiro enriqueceu, outro trabalhador desempregou-se; um doente curou sua gripe, outro descobriu um câncer; pais tiveram seu primeiro filho nos braços, filhos choram a morte de seus pais; um aluno tirou uma nota dez, outro perdeu o ônibus da escola; um cliente não pagou sua dívida, outro usou seu cartão para comprar. Enquanto tudo isso acontece inúmeras pessoas estão conectadas, vendo pornografia na internet. Desconheço quem nunca tenha feito uso desse costume. Quando o assunto é sexo a cabeça fecha-se a todos os outros estímulos, não importando absolutamente mais nada. Nenhum animal está imune a sexualidade, com exceção aos assexuados. No topo da lista dos sexuados aparecemos nós, adoradores de uma bela dose de sexo suado.

Peraí, Rafael! Onde você está querendo chegar? Qual a relação de tudo isso?

Bem, amigos (Galvão de novo não)... Vivemos a terceira maior onda ocultista da História da Humanidade, o personagem literário mais conhecido no mundo é um bruxo adolescente, o escritor brasileiro mais conhecido e influente é um “mago”, incontáveis pessoas lêem horóscopo diariamente, consultam astrólogos, oráculos, espíritos, cartomantes, ciganas, tem medo do Armagedon, do Apocalipse, do fim-dos-tempos, do fim-do-mundo, do Nostradamus e da Mãe Dinah. Temos medo, sobretudo do próprio homem. O homem que destrói a natureza, que reclama do calor, que fala do aquecimento global, que culpa o vizinho, que joga o lixo na rua, que escova os dentes com a torneira aberta, que vive de dieta, que joga metade do almoço no lixo, que se entope de enlatados, que não vive sem tecnologia, que é programado pela televisão, que não se imagina sem dinheiro... Todos os homens, medrosos ou não, culpados ou não, foram frutos de uma bela trepadinha. Bem, nem todos. Tem a fertilização em vitro, mas “isso” são outros quinhentos.

Quando a “profética” Teoria Malthusiana (lembra da Teoria Malthusiana, né? Thomas Malthus e tal. “O homem cresce em progressão geométrica e os alimentos em progressão aritmética"... PG e PA... Geografia + Matemática) foi criada o mundo nem sequer vislumbrava o caos que é hoje e a internet não tinha sido esboçada nem na mente de Leonardo da Vince (a menos que o Dan Brown escreva isso em "O Código da Vince 2: Os bits e os bytes da linguagem binária descrita por Leonardo na Era Renascentista”). Hoje todos, ou a maioria das pessoas tem medo da morte ou que o mundo se acabe ou que a vida se extinga em menos de dois séculos. O sexo, ou melhor, a reprodução é o meio que normalmente existe para a preservação da espécie e o prazer é algo largamente buscado desde a liberação sexual do século XX. Contudo, nenhum século foi tão destrutivo quanto este. Mas grande parte da população mundial tem noção disso ou tem acesso a isso (pelo menos quem tem internet). Então, parem de procurar putaria na internet e façam alguma coisa útil. Num estalar de dedos a vida de muita gente acontece e muda. Sem querer ser politicamente correto e já sendo... Mude seus hábitos, a sua vida... MUDE O MUNDO.



"É que a televisão me deixou burro, muito burro, demais."

CHARLOTTE EM BUSCA DO CÁLICE SAGRADO ou A CULPA É DE QUEM?


Li há poucos dias a entrevista da escritora alemã Charlotte Roche (confesso que desconhecia a sua existência, como tenho certeza de que todos os alemães desconhecem a minha) e fiquei extremamente intrigado. Como imagino que a maioria também não a conheça roub... Ops... Peguei emprestado a descrição que a Revista Época trouxe na semana passada da jovem senhora.

Ela é a antítese da feminista tradicional. Charlotte Roche, de 31 anos, tem uma voz quase infantil e, por pura provocação, veste roupas tradicionais. A escritora que está levando os alemães a ler sobre sexo como nunca não poupa ninguém de sua escatologia. Em Zonas úmidas (Editora Objetiva), romance de estreia que conta as fantasias sexuais da jovem Helen, ela critica as mulheres “limpinhas”, obcecadas por depilação. Helen é uma mulher que sai de casa com calcinha furada e se perfuma com gotinhas do líquido vaginal. O livro da apresentadora de TV que virou celebridade já vendeu 1 milhão de exemplares na Alemanha e chega às livrarias do Brasil nesta semana. Nesta entrevista, Charlotte discute as razões pelas quais é considerada uma 'nova feminista'.”

Tenho algumas amigas feministas, fãs da Heloísa Helena, da Simone Beauvoir, e por aí vai. Mas por que raios alguém se sentiria mal por estar com uma calcinha bonita ou com uma depilação atraente? Não vejo e nem nunca vi nenhuma mulher como um pedaço de carne, mas sou completamente contra o culto a “Beth”. Sei que feiúra muitas vezes é sinônimo de pouca grana. Mas tem muita gente desleixada também. Sei que tem gente que não dá o menor valor pra isso. E se der? Qual o problema? Não suporto pêlos (como diria uma amiga minha – “isso ainda tem acento?”), sou um filho da puta por causa disso? Sou um anti-feminista?

Bem, minha irmã sempre foi minha melhor amiga, nunca tive tendências machistas, homo, nem qualquer outro paradigmático “ismo”. Então, levanto esse tema contraditoriamente por achá-lo bobo. Adoro cheiro de perfume, calcinhas bonitas, sexys (mesmo sabendo que incomoda), depilação (tenho conhecimento de causa, devido a um fase metro) e, sobretudo, MULHER!!!

Gosto é algo bem particular e deve ser respeitado, mas quando há um julgamento da pessoa por algo tão íntimo, acho idiotice. Não estou julgando minha colega famosa, se estiver, perdão Charlotte, a bandeira que levanto é a busca pelos seus valores, ideais e sua felicidade. Concordo que existe uma ode à beleza e a idiotização do ser humano, mas isso é tão antigo quanto a existência das baratas. Remar contra a maré muitas vezes torna o remador no maior dos idiotas, pois na tentativa de ser do contra ele deixa de aproveitar o que ele essencialmente é. Se somos feitos pra viver in natura por que damos tanto valor a nossos pudores, regras, parâmetros...?

Até minha discussão é sem sentido. Mas não podia deixar que criassem um culto para destruir outro. A escolha é uma ilusão. Ideais e pensamentos também. Somos sempre manipulados. Nunca me deixei ser enganado por isso. Espero que você também não se deixe. Mas isso é outro assunto... Muito maior por sinal... Sim, quanto à qualidade da moça como escritora não posso ressaltar, pois seu livro ainda é uma incógnita. Abaixo tem um link da entrevista da neo-feminista.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI64004-15228,00-CHARLOTTE+ROCHE+A+DEPILACAO+ESTA+SE+TORNANDO+UMA+LOUCURA.html


Eu sei que eu sou bonita e gostosa. E sei que você me olha e me quer. Eu sou um fera de pele macia. Cuidado, garoto. Eu sou perigosa.”

sexta-feira, 13 de março de 2009

A DÁDIVA DA IGNORÂNCIA ou O MUNDO INVISÍVEL


Normalmente não costumo colocar no meu blog idéias que não são minhas. Mas se estas fossem eu ficaria extremamente orgulhoso. No bom sentido, claro.

Li no blog Acerto de Contas do meu companheiro André Raboni sobre a indicação de um documentário muito interessante que minha ignorante pessoa desconhecia. O documentário chama-se ZeitGeist. Depois de assisti-lo, minha mente extremamente fundida há 5 gerações começou a fazer inúmeras ligações - brainstorn total. Bem, adoraria que todos assistissem, vale muito à pena. Sim... Como estava falando... Seria um felizardo se as idéias postadas abaixo fossem minhas. Mas vale uma ressalva, a ignorância é uma dádiva e o conhecimento é um tormento e deve sempre ter muito cuidado com ele. Não é a toa que frequento psicólogos e psiquiatras há mais de 10 anos.


E se todos os outros aceitassem a mentira imposta pelo Partido – se todos os anais dissessem a mesma coisa -, então a mentira se transformava em história, em verdade.”

Orwell, George. 1984; Tradução de Wilson Velloso, 29ª Edição. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2004. Pág. 36

E o Departamento de Registro, afinal de contas, não passava de uma pequena parte do Ministério da Verdade, cuja missão básica era não reconstruir o passado, mas fornecer aos cidadãos da Oceania jornais, filmes, livros escolares, programas de teletela, peças, romances.

Orwell, George. 1984; Tradução de Wilson Velloso, 29ª Edição. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2004. Pág. 44

E o Ministério tinha de satisfazer não apenas as complexas necessidades do Partido, como repetir a mesma operação, em nível inferior, para o proletariado. Havia toda uma série de departamentos autônomos que tratavam de literatura, música, teatro e divertimentos proletários em geral. Neles eram produzidos jornalecos ordinários que continham pouca coisa mais que notícias de esporte, polícia e astrologia, sensacionais noveletas de cinco centavos, filmes trasbordando de sexo e cançonetas sentimentais compostas inteiramente por meios mecânicos numa espécie de caleidoscópio especial denominado versificador.

Orwell, George. 1984; Tradução de Wilson Velloso, 29ª Edição. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2004. Pág. 44



"Dois problemas se misturam... A verdade do universo e a prestação que vai vencer."

quinta-feira, 12 de março de 2009

FELIZ ANIVERSÁRIO? ou ENVELHEÇO (N)A CIDADE


Possivelmente o dia 12 de março é mais importante que a data magna do estado de Pernambuco, o feriado recentemente passado do dia 06. Antes que alguém queira me crucificar por está falando algum despautério, eu explico. A Revolução de 1817 foi sem dúvida um dos momentos mais importantes do outrora vanguardista estado pernambucano, infelizmente a revolução não manteve o seu pseudo-sucesso e Pernambuco... Bem, Pernambuco prefiro nem comentar.
Como dublê de historiador sou acima de qualquer coisa um defensor da história e da memória, sobretudo do meu estado. Mas não levantarei bandeiras da canalhice e da hipocrisia que alguns políticos e jornalistas enfiam goela a baixo da população pernambucana, tentando transformar o povo que não faz a menor idéia do que seja uma “revolução” numa massa social que se orgulha das glórias de um passado que ela desconhece e que em nada beneficiou a sua vida. Uma das coisas que vale lembrar é que a Revolução de 1817 foi elitista e a abolição da escravatura estava totalmente fora de questão, ou seja, por mais liberalista e republicano que Pernambuco fosse, continuaria a existir um nível de exclusão social dos piores, o qual o dominador escraviza o dominado. Não quero levar a discussão para os dias atuais e falar da relação opressor e oprimido, classe dominante e classe dominada, etc.
O que estou tentando dizer é que existe em Pernambuco já há algum tempo uma campanha que propaga a criação de uma identidade cultural pernambucana e um dos pontos que é insistentemente buscado é a divulgação do hino pernambucano, seja na televisão, no rádio, no carnaval, nos jogos de futebol, nas colações de grau e em outros eventos culturais. Porém, a maioria das pessoas que sabem cantá-lo conhece apenas a primeira parte, ou, quando muito o: “Salve ó terra dos altos coqueiros...”. Como sabemos, um hino é algo feito para fortalecer as raízes de um povo, fazendo com que este se orgulhe de suas origens. Contudo, um questionamento deve ser feito. Que hino não enaltece glórias passadas? Em todos os hinos os antepassados são heróis, a nação e o estado são fortes, tudo é maravilhoso. Ninguém falaria: “Vamos celebrar, vamos celebrar nossos antepassados que só fizeram apanhar. Jamais esquecer, jamais esquecer o nosso povo nunca cansado de se fu...”
Perdoem-me por roubar a frase do meu conterrâneo famoso. E, voltando... Por que os pernambucanos devem se orgulhar de alguma coisa? Posso ser um tremendo idiota, mas tenho orgulho de muita coisa e me envergonho de tantas outras. Embora não sou um bom parâmetro, faço parte de uma elite. Não da elite econômico-financeira, mas da elite intelectual, com boa formação educacional, com amigos deveras inteligentes e cultos. Logo, isso faz de mim um formador de opinião, o que não quer dizer que minha opinião seja a correta, haja vista a verdade ser uma questão de perspectiva ou uma mentira metida à besta e muito convincente. Divagações à parte, voltemos para o dia 12 de março.
Qual as frases mais ditas no dia do aniversário de alguém? Parabéns e Feliz Aniversário. Agora por que devemos dar parabéns para Olinda e Recife? Pelos 474 e 472 anos de inanimada vida? Primeiramente essas datas são tão reais quanto o dia do nascimento de Jesus, ou seja, meramente convencionada, sobretudo Recife.
Aniversário de cidade serve para que sejam feitos alguns shows e bolos gigantescos para que a população mais carente devore em menos de 60 segundos. Seria o caso da velha política pão e circo romana? É de pasmar, mas isso não é uma realidade apenas de Pernambuco, a cidade mais “evoluída” de toda América Latina faz o mesmo.
Quando desejo congratulações de aniversário para alguém, falo para ela o quão ela é importante pra mim, o que sinto por ela e o que desejo que ela conquiste com seu re-nascimento. Aniversário tem significados diferentes de pessoa para pessoa, para os astrólogos, por exemplo, é o pico do seu inferno astral. Provavelmente, você tem sua opinião do que vem a ser aniversário, inclusive uma data como outra qualquer e sem nenhum sentido especial.
Partindo do pré-suposto que Olinda e Recife (sem querer desmerecer nenhuma cidade) são as cidades mais importantes da História de Pernambuco e umas das mais importantes do Brasil, seus aniversários marcam de uma certa forma o próprio aniversário de Pernambuco, o que viria a ser a data mais importante do estado. Contudo, você pode considerar que o dia da sua formatura ou do seu casamento seja mais importante que o dia do seu aniversário. Mas, sem o dia do seu nascimento, seria impossível que você realizasse qualquer coisa. Nascer é ter a chance de fazer algo, de mudar o mundo, de transformar a sociedade, de... (Calma Rafa. Take it easy, man. Você já está delirando.)
É extremamente natural comemorar com uma festa seu aniversário, convidar familiares e amigos para dividir e festejar com você aquela data tão importante para sua vida, e para a vida daqueles que te amam desde seu nascimento.
Nasci em Recife em 04 de setembro de 1981, adotei Olinda em 1983 e voltei para Recife apenas em 2008. Logo, sou mais olindense que recifense. Sou um dos maiores defensores de Olinda que conheço, comprei briga em inúmeros lugares e com inúmeras pessoas para defender minha cidade. Bairrista? Provavelmente, sou. Amo Olinda, amo Recife também. Mas não é por amar Olinda que alisarei sua cabeça. Tem muita coisa que lastimo e que me faz hastear minha bandeira a meio mastro. Posteriormente, darei seguimento a este post. Mas de ante-mão quero dizer pra Olinda e Recife o que digo pra maioria dos meus amigos – SE CUIDA!


Mamãe não quero ser prefeito. Pode ser que eu seja eleito e alguém pode querer me assassinar.”

terça-feira, 10 de março de 2009

MUITO ESTRANHO ou MEU PIOR POST


Sei que já fiz inúmeras coisas, mas deixei muitas mais por serem feitas. No próprio blog deixo muitas vezes que a preguiça ou a falta de tesão coloque-o no ostracismo. Certa vez comentei com uma amiga que minha vida estava entre o ócio e o ostracismo. Era novembro do ano passado, eu tinha quebrado a mão, perdido todo meu dinheiro, grande parte da minha dignidade, minha mulher estava viajando com outros mestrandos... Eu estava só. Minha casa havia virado um belíssimo chiqueiro. Alimentava-me de comidas prontas, muitas frituras, quilos de salgadinho, litros e mais litros de refrigerante, e, sobretudo, Heineken e Smirnoff Ice. Eu não passava de um paramécio. Minha barba e meus cabelos lembravam ao de um náufrago. Embora minha barba seja tão rala quanto o cabelo do Cebolinha. Mas por que estou falando isso? Por que não estou escrevendo um artigo, um conto, uma poesia ou algo do gênero? A verdade é que hoje eu quis ser eu simplesmente, sem máscaras, sem personagens, sem metáforas, sem linguagem poética ou figurativa.
Eu adoraria ter escrito várias músicas que não escrevi, vários livros que não escrevi, vários filmes que não fiz, vários quadros que não pintei... Como diria meu grande amigo Raul: “Tem dias que a gente se sente um pouco, talvez, menos gente. Um dia daqueles sem graça, de chuva cair na vidraça. O tempo parece parado”.
Pois é, amigos, roubando a frase de Caetano: “Hoje não tem Fernando Pessoa”. Então, peço desculpas e por agora contentem-se com um lado EU, um lado José Rafael Monteiro Pessoa.



"Eu queria jogar, mas perdi a aposta."

domingo, 8 de março de 2009

LENDAS DO RECIFE: CHANTECLAIR ou ASSOMBRAÇÕES DO RECIFE NOVO



Na edição deste domingo (08/03/2009) o Jornal do Commercio noticiou na seção “cidades” uma matéria com o seguinte título: “Chanteclair de volta à cena: As obras de recuperação do prédio, onde vai funcionar um café concerto e um complexo de cinemas, foram retomadas e devem ser concluídas em 14 meses”, levando-me a fazer um questionamento que perturba a mente e o coração de todos que amam o Recife e sua tão enaltecida história – Será que realmente concluirão a obra no Chanteclair?
Embora o Chanteclair tenha parado de funcionar no início dos anos 80 sua restauração só foi iniciada no ano 2000. Ano esse em que o bar Gambrinus, que já abrigou a nata da boemia e da intelectualidade, foi obrigado a fechar a porta. O último proprietário do bar, Fernando Ribeiro Pereira, esperava a restauração para reabrir o bar desde essa época.
Não foi apenas uma vez que a imprensa noticiou que iriam concluir a obra no prédio que um dia já foi cheio de vida. É sabido que há alguns anos o Chanteclair gozava do convênio com o Monumeta-BID (falava-se em R$ 7 milhões de reais na época), algo que inclusive foi divulgado no próprio site do Ministério da Cultura como uma experiência bem sucedida, transformando o antigo monumento num maravilhoso espaço cultural, tal qual intentam fazer desde antiga data até agora. A notícia infelizmente não está mais no ar para ser comprovada.
Em 2007 o prédio foi desapropriado pela Prefeitura do Recife, visando garantir a sua preservação como um patrimônio histórico. No dia 16 de novembro daquele ano a Prefeitura do Recife disse em nota enviada pela sua assessoria que: “A desapropriação visa garantir ao município a possibilidade de realizar o trabalho de restauração e recuperação da estrutura, da fachada e da coberta do Chanteclair. A Prefeitura do Recife irá concluir o serviço inicialmente gerenciado pela iniciativa privada, paralisado em 2004. O repasse dos recursos necessários para a realização das obras está garantido pelo Monumenta/BID”. Contudo, segundo a arquiteta do Paço Alfândega (JC de 08/03), Cristina Pontual, o contrato com o Monumenta não foi renovado, ou seja, o que estava garantido em 2007 não está mais. E pior, o que já foi feito terá que ser refeito, pois devido à paralisação das atividades houve desgaste do que já foi reformado no prédio de propriedade da Santa Casa da Misericórdia.
Como um historiador e grande amante do Recife espero que a notícia do dia 08/03/2009 não seja igual a do dia 29/11/2001, onde o JC noticiava o seguinte: "Contrato com Unibanco viabiliza o Chanteclair: O novo espaço cultural será inaugurado em um ano contando com oito cinemas, sete deles destinados apenas a exibição de filmes independentes. Além de cafeteria, livraria, café concerto e ambiente para exposições."
A matéria é linda e deveria ser novamente divulgada, pois encheria de ânimo até os mais nostálgicos do Recife, mas retrata uma utopia que hoje, mais de sete anos depois, continua sendo uma fantasia.






"Eu não preciso ler jornais, mentir sozinho eu sou capaz."

quinta-feira, 5 de março de 2009

SUFOCANDO ou ÓBVIO ASSIM

Não me cale
Não tenho nada
São apenas papel e caneta
Simples palavras

Não se enfureça
A verdade por mais que doa é pra que você cresça
Não seja tão arrogante, você é finito
Um microscópico câncer destrói do bebê ao gigante, do herói ao bandido

O mundo é pequeno com ser humano demais
Onde várias pessoas se julgam capaz
Mundo globalizado, competitivo, voraz
Palavras repetidas e óbvias, fatais

Quantas estrelas são astros?
Quantos astros são bons?
Quantos bons estão perdidos?
Milhões de escritores, cantores e poetas fudidos

É foda ver, ter e ser
Escritor barato
Escritor marginal
Escrever contos infantis e de putas que chupam meu pau

Pensamentos a mil
Tanta informação
Pensamentos demais na cabeça, muita confusão
Na garganta mais um rivotril
Pobre na favela não tem... PUTA-QUE-O-PARIU

Não criei esse mundo, apenas vivo
Não quero viver nem me matar
Muito menos morrer ou ficar parado pra ver
Mais um dolorido assassinato ou um sem sentido suicídio

Desça do parapeito
Enfie essa arma em seu rabo
Procure escrever besteiras, falar baboseiras, curtir um barato
Viaje, trepe, sinta prazer
Já que estamos nesse mundo vamos fazer...
No momento é só
Sem mais nada dizer



"O poeta não morreu. Foi ao inferno e voltou."