sábado, 30 de agosto de 2008

EU, DOROTHY ou O CAMINHO DOS TIJOLOS AMARELOS






Quem é você?

Essa é a pergunta que vivo fazendo. Acho que todos já estão de saco cheio com o meu questionamento. Mas até onde você se conhece de verdade?

Sempre tive dúvida se devia me ocultar através de um pseudônimo, criar um alter-ego ou encarar de peito aberto e dando a cara à tapa. Pois bem, estou dando a cara à tapa. Já é difícil demais controlar uma personalidade, haja vista você não ser eternamente a mesma pessoa. Daí a máxima: Você não é; Você está.

Quem sou eu? Pergunto-me inúmeras vezes. Por que faço coisas e depois me arrependo? Por que deixo à mostra um temperamento explosivo, se na maioria das vezes sou uma pessoa extremamente gentil? Esses questionamentos não servem só pra mim. Servem pra você também.

Quem és tu?” – Pergunta a lagarta fumando seu narguilé.

A inconstância de sensações (não sentimento – isso é muito maior) típica do ser humano apresenta-nos diariamente a novos universos situacionais, o que nem sempre quer dizer uma coisa boa. Todo mundo experimenta isso. É a lei da causalidade – causa e efeito – ação e reação.

– “Tia Em. Tia Em. A senhorita...”
– “Agora não Dorothy. Vá para um lugar onde não cause problemas”

Um lugar onde eu não cause problemas.”

É, meus amigos. Acho que isso não faz parte do Kansas. Mas seguindo o caminho dos tijolos amarelos eu vou. Ver o Maravilhoso Mágico de Oz é a minha jornada. O problema é que sempre existe uma Bruxa Malvada do Oeste conspirando e falando: “Veneno. Veneno. Veneno”. Nossa sorte é existir a Bruxa Boa do Norte, entregando-nos um sapato de rubi e indicando o caminho para a Cidade das Esmeraldas.

Sabe qual é o maior problema? É que se eu tivesse cérebro eu não me meteria nas encrencas que entro. Não arranjaria mais problemas que os que já tenho. “Se eu pudesse ter um cérebro...”

Pode ser também que o fato de eu não ter coração complique as coisas um bocado. Agindo de forma insanamente egoísta você não consegue olhar qualquer situação de forma mais ampla. “Sem coração estou vazio. Se eu pudesse ter um coração...”.

De que me adiantaria ter cérebro e coração se me faltasse à coragem? Coragem para encarar todas as dificuldades de cabeça erguida. Sem medo de dizer o que penso, o que sinto e o que quero. Mas... “Eu sou um covarde. Eu sempre tenho medo”.

Ah, se eu tivesse coragem!

O que é que iria fazer? – Diga-me. Ande. Diga-me seu frouxo. Não iria fazer nada. Pois você não sabe o que é isso.

O quê? Pois bem. Vou dizer. Se eu tivesse coragem eu iria conseguir um lar.

É. Como? Derretendo a bruxa com água e roubando sua vassoura.

Exatamente. Vou criar coragem e provar que mereço a recompensa.

E daí? O que você vai conseguir com isso?

Não importa. Sei que aprenderei. Todas experiências nos dão algum aprendizado.

Então está certo. Você tem que aprender sozinho. O que você aprendeu?

Aprendi que não é o fato de bater três vezes nos calcanhares com os sapatinhos de rubi e repetir três vezes que “Não há lugar melhor que o nosso lar” que realmente nos transportamos para o nosso lar. Pois sei que devo procurar no fundo do meu coração. Se as pessoas que amo não estiverem lá é porque nunca foram realmente minhas.




Feliz é o Totó.





As persianas clichezadas não filtram a poeira dourada. Esse escritório às vezes dá a impressão de um pardieiro suspeito”.

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