quarta-feira, 8 de outubro de 2008

1984 ANTES DE ORWELL ou HÁ TEMPOS

Abrirei um parêntese antes de começar a escrever meu post para dedicá-lo aos meus amigos de infância, pessoas que dividiram comigo inocentes conhecimentos, muito antes de eu definir para mim o que vem a ser conhecimentos. Obrigado a todos. Independente de onde estejam. Obrigado Cris, Rita, Lia, Joana, Chico, Renné, Doris, Victor, Júnior, Nicole, Thiago, Ana Laura. Foi muito bom ser criança ao lado de vocês. Um amigo nunca esquece. Várias vezes... OBRIGADO!


Tempos tranquilos... Todos já tivemos tempos tranqüilos. Quando eles acabaram?



Certa vez escrevi pra minha irmã sobre um período distante, nos quais enquadramos nossa inocência. Então, questionei-lhe quando nós perdemos nossa inocência. Questiono agora a todos – Quando perdemos nossa inocência? Realmente você se recorda de quando deixou de ser uma simples e mais infantil criança e se tornou quem você é hoje? Vou além, você sabe quem realmente você é?
Questões são suscitadas quando prestamos atenção em letras de música, em mensagens de livros, em histórias de filmes, etc. No premiado Crash, nos é questionado até que ponto nos conhecemos de verdade, em Dogma é levantada a máxima de que “se não fizerem um filme a respeito você nunca vai parar pra pensar nisso”.


Até que ponto você se conhece? Que paradigma é seu patrão? Nenhum? Realmente você não tem preconceitos? É. Acho que você precisa rever seus conceitos a seu próprio respeito meu amigo Dalai Lama.
Quando assisti “Ensaio sobre a cegueira” baseado na obra homônima de José Saramago, e, como um bom Saramago, é apresentado um universo de realidades fictícias onde o ser - humano é colocado no limite de suas emoções, levei mais um tapa na cara. Somos assim? Pasmem! Somos. Aprisionamos quem intimamente somos dentro de máscaras hipócritas para não chocar nossa perfeita sociedade.



Fé, lei e rei.



Temos isso?



Você teme a Deus ou outra autoridade que pode te jogar numa cela imunda, condenando-te a anos de reclusão sem a felicidade proporcionada pelas compras no supermercado ou num sofisticado Shopping Center?
Quem cerceia quem você realmente é?
Prudência mundana?
A moral e os bons costumes?
A etiqueta?
A educação?
A ética?
O medo?
Tememos ou amamos aquilo que desconhecemos.
Não faça isso ou o bicho-papão vai te pegar!
Você acredita nisso? No bicho-papão? E nos quilinhos que te incomoda ao vestir aquela linda calça da Colcci? Ah! Gisele! Quem me dera ser Gisele.
Ok! Seu corpo está perfeito. Sua conta também? Quantos zeros a direita tem seu extrato bancário? Ah! Você é rico? Desculpa é que nunca pensei em conhecer J.K. pessoalmente. Aproveito para dizer que eu nunca li Harry Potter, mas assisti todos os filmes... Né que eu gostei.
Perdão! Pode ser que eu esteja divagando muito. O problema é a inteligência, não é? Caramba! Ainda por cima você é inteligente. Então, você acha Paulo Coelho um lixo, estou certo? Escrever daquele jeito... Sem as ironias machadianas... Sem os quinze minutos/página de um James Joyce. Comparação é foda! Eu sei. Mais que ninguém.
Quem é você?
Seu corpo?
Seu dinheiro?
Seus conhecimentos?
Sua cultura?
Sinceramente eu não acredito que você de 5 anos amasse você de 25. O meu eu com certeza me mataria. Bem, ele não mataria. Ele era inocente demais pra fazer isso. Mas... eu merecia.
Quem devolve seu olhar no espelho diariamente?
Você?
Quem é você?
Quem você se tornou ao crescer?

Tem razão. Pensar pra quê?! Afinal... Você não é mais inocente.
Contas a pagar!!!

Bem vindo ao mundo real.



Você pode achar o que eu digo fascista, mista, ciclista... ou anti-socialista. Eu admito você está na pista. Eu sou ista. Eu sou ego. Eu sou ista. Eu sou egoísta.”

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