domingo, 24 de abril de 2011

SAUDADES: A VIDA COMO ELA ERA ou FOMOS O QUE NÃO SOMOS

Sempre que eu vier a escrever qualquer coisa que remeta à boemia, a dedicação hors concours será para o meu avô materno, o maior de todos os "Monteiros", o maior boêmio que já conheci, Manoel Monteiro Filho.
Não obstante, dedico meus versos abaixo também ao aniversariante do último dia 19, Manuel Bandeira, aos mestres Carlos Pena Filho e  Rostand Paraíso e ao meu novo mestre Alexandre Furtado.

PS. Optei pela grafia "Chantecler" ao invés de "Chanteclair", haja vista a imprensa local utilizar mais frequentemente a primeira.






Levantar às seis horas
Caminhar pelas ruas da Aurora
Aurora dos tempos
Dos verdadeiros maltados
Antes dos enlatados

Tempo tão inexistente
Legando hoje, ao regalo presente
Sociedade enferma, doente

Carente da boemia
Onde quentes noites frias
Aqueciam

Entre roliças coxas
Dessas e daquelas moças
Moças do Chantecler
Garotos virando homem
Meninas – mulher

Volutas na barriga
Frio de ciclone
Saudosismo e memória
Passado que nunca some


"Sou de Pernambuco. Eu sou o Leão do Norte".

4 comentários:

FRATELLO disse...

Costumo dizer, de vez em quando, que saudade não faz mal, ter saudade é sinal de saúde, sentir o que ja se teve, entretanto, viver de saudosismo, isso sim, é passadismo. De resto, recordar é viver.
Parabéns,
Alexandre Furtado

JOSÉ RAFAEL MONTEIRO PESSOA disse...

Pois bem, lembrei bem desse conceito, meu caro.
Pensei inclusive em trocar o "saudosismo" por "saudade". Mas acho que perderia poeticidade (Quem sou eu pra falar disso?). E,principalmente, por eu sentir saudade daquilo que não vi e vivi, o que para mim, é mais perto do "saudosismo" mesmo.

Fico grato pelo comentário, mestre.

Daniel Gomes disse...

Oi Rafael, acho q vc lembra d mim: agente se conheceu em no Colóquio Brasil-França lá na Fundaj, lembra?

Pois é, "saudosismo", "Saudade"... tanto faz. Mas o q vemos é q as boemias de hoje não são como as de antigamente, onde os bares eram centros de ideias, das quais, mesmo que divergentes uniam quem lá estava, vivemos numa "Sociedade enferma, doente/Carente da boemia".Assim resta-nos o saudosismo - ou a saudade.

Abração kra!!!

E só pra constar, numa destas noites de insonia resolvi criar um blog: http://niilismodeverao.blogspot.com/

Falow!!!

JOSÉ RAFAEL MONTEIRO PESSOA disse...

Massa Daniel... Grande abraço, amigo.
Ah! Perguntar a um Historiador (mesmo que ruim como eu) se ele lembra... É óbvio que lembra. Saudades, brother!