sábado, 13 de agosto de 2011

ENTRE A LIBERDADE E O CAOS ou EM QUADRADOS ENQUADRADOS


Existem momentos e MOMENTOS nas nossas vidas. Há os momentos que fazemos escolhas e há os momentos que o simples acaso move as nossas vidas. Não obstante, acreditar no acaso e/ou no destino é colocar uma demasiada responsabilidade na mão de um divino criador. Este “deus”, criado pelos homens e que no supra-sumo  de sua magnificência nos presenteou com o livre arbítrio, seria o único responsável pelos caminhos que nossas vidas percorrem.
Os homens, porém, culpam a si próprios por serem portadores deste livre arbítrio. Mas o que viria a ser este livre arbítrio?
Correndo o risco de ter pedra e bosta atiradas na Geni das minhas palavras, afirmo com veemência que o livre arbítrio nada mais é que a pseudo-liberdade da escolha final de um “você decide”, ou seja, você só é portador de duas opções – votar no sim ou no não. Pouco importa o final da história, ele não é escrito por você. Ele já está escrito. MAKTUB.
Alguns parapsicólogos dizem que toda a nossa vida já foi vivida e que quando temos uma visão do futuro ou vivenciamos algo que já vivemos em sonhos ou devaneios, nada mais é que a confirmação de que sua vida está escrita tal qual um disco de vinil que tem a agulha saltada, tocando trechos de uma adiantada música, mas que depois volta para a linearidade dos caracteres normais.
A escolha em si é apenas uma ilusão. Fazemos o que somos condicionados a fazer, vivemos cercados de regras, conceitos, costumes, normas, culturas... Vivemos em quadrados e enquadrados.
Tolos são os que acreditam em liberdade, mas tolos ainda os que acreditam que a liberdade pode ser conquistada.
A ideia de conquista trabalha com o pensamento que a posse está nas mãos de outro. Logo, se vocês quiserem ter algo que não lhes pertencem vocês devem roubá-lo, tomar a posse, tornar-se dono. Contudo, vocês podem supor que “roubar” é contra as leis, os bons costumes, as normas, as regras sociais, e é exatamente neste ponto que lhes digo que não existe liberdade a não ser na sua cabeça, haja vista não dominarmos nossos pensamentos e/ou sentimentos. Porém, até nesse quadrado craniano nossa liberdade possui um carcereiro. Seu nome: CONSCIÊNCIA. Exatamente aquilo que nos transformam em covardes como Hamlet indagava.
As únicas pessoas que tem a consciência limpa são as pessoas que nunca a usaram, pois o natural do homem é errar. Dizem – “errar é humano”. E como humanos, erramos e nos martirizamos.
Crime e castigo, camarada Dostoiévski. Vigiar e punir, implausível Foucault.
Tudo não passa de causalidades, consequências dos  nossos atos, das nossas “escolhas”.
Vocês realmente sabem o que vem a ser a decantada e tão devotamente desejada liberdade?
O “freedom” do William Wallace ao George Michael?
Como diria o rei do terror e suspense Stephen King – liberdade é apenas um sonho – UM SONHO DE LIBERDADE.

"Freedom...You've gotta give for what you take"

Um comentário:

Petter disse...

Esse negócio de ser alienado dá até medo. Eu sempre fico me perguntando se o que eu penso vem de mim mesmo ou é manipulação vinda de sei-lá-onde. Ser alienado, e ter consciência disso sem tomar nenhuma atitude é meio tosco. Acho que, por conveniência, muita gente abre mão do direito ( e dever) de pensar.