Vou escrever este post como
muleta. Quero exorcizar minha raiva, meu ódio, minha dor. Diferente do que
costumo fazer, não utilizarei subterfúgios, eus-líricos, porra nenhuma. Quero
todos na casa do caralho. E se vocês me conhecem, sabem que não sou assim.
Sou conhecedor de identidades
e sei que o homem pode ter inúmeras. Ninguém é, as pessoas estão.
A identidade é um processo de construção e desconstrução, dinâmico,
conflituoso, imagético, discursivo, coletivo e individual simultaneamente,
indicando os contornos do que viria a ser cada indivíduo ou cada grupo. A
identidade não se determina de modo autárquico, sem referência a um
antagonismo, ou melhor, face uma figura antagônica, sendo necessária para isso
uma negociação, implicando num conflito
argumentativo ou até mesmo impositivo.
Sob a égide da identidade se
procura encontrar na ascendência comum ou num destino manifesto a orientação
que contradiga as tendências desestabilizadoras e a incerteza do presente.
Não obstante, tem horas que “presente
de cu é rola”.
Estou no meu inferno astral, de
saco cheio, querendo mandar meio mundo se fuder...
Por quê? Porque sim, ora.
Porque tá quente ou frio, porque
estou gordo, porque não tenho mais 20 anos, porque não tenho mais certos
amigos, porque estou feio, porque minha barriga e minha coluna doem, porque
odeio médicos, jornalistas, políticos, religiosos, porque hoje sou mais
Ranzinza que Gargamel.
Caralho, Rafael, onde estão os
versos que decantas?
Às vezes os versos se vão com as
luzes do dia.
Às vezes amores se vão quando se
acaba o calor.
Às vezes amigos se vão quando chega
à dor.
Por quê?
Porque tudo é vão.
Meus versos, meus eus, meus
porquês... Tudo vão.
Inútil e seco.
Como diria Caetano, “hoje não tem
Fernando Pessoa”.
Sem poesias, sem gatos, sem
sorrisos.
Hoje estou o O, um zero. Zero a
esquerda. E como Zeroquatro...
“Vou mandar se fuder simplesmente”
Um comentário:
Grande Rafael, espero que esse momento ruim pelo que você passou tenha acabado. Em nome dos leitores do blog, deixo aqui o anseio pelo próximo post. Grande abraço, Pedro.
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