terça-feira, 29 de novembro de 2011

A DOR DA PARTIDA ou MUITO MENOS QUE OSMAN LINS



Hoje, revendo minhas atitudes quando vim embora, reconheço que mudei bastante. Verifico também que estava aflito e que havia um fundo de mágoa ou desespero em minha impaciência.                                                 
Osman Lins – A Partida

Sem dúvidas é incrível a dor de um parto. Colocar os pontos em seus devidos lugares é uma coisa necessária, mas ao mesmo tempo complicada. Contudo, as minhas análises transcendem a pontuação das línguas gramaticais. Muito embora eu seja o tipo de pessoa que nem pingo nos “is” coloca.
Muito em breve estarei me despedindo desse espaço virtual que por muito tempo foi o que me mantinha relaxando e me possibilitando expor meus pensamentos soltos noires mundo a fora. Embora meu blog esteja longe de ter grande visibilidade, tive menos de 5 mil acessos desde 2008, o que é pouquíssimo para a internet, ele foi meu melhor amigo, o amigo mais sincero de toda a minha vida, onde eu podia ser eu, nem que fosse meu eu lírico.
Ora lírico, ora confessional, esse blog foi a concretização de muita coisa. Mas está chegando a hora do adeus.
Quem me conhece pessoalmente ou quem lê meus posts desde o início sabe que sempre tive grande aversão à internet. Mesmo assim tive Orkut, MySpace, Facebook, e hoje não tenho nada. Não foi uma decisão tomada com cautela, simplesmente desisti. Não sou mais nenhum garoto, mas tenho medo de ter agido como menino. Admito a vocês que inúmeras vezes agi dessa forma. Esse tipo de sensação é semelhante à inveja de pessoas mais bonitas ou que realizaram coisas mais produtivas. E convenhamos, sentir inveja e ciúme são coisas mesquinhas e deploráveis demais.
Confesso: não sou um bom ser humano. Já fiz coisas das quais tenho vergonha. Sou um eterno arrogante cansado de quebrar a cara e de pagar a fatura por essa vida medíocre.
Como diz minha mulher: Sem dramas, Rafael. Por que virginiano é tão dramático?”
Vai ver ela está certa. No fundo sou só um dramático.
Sei que minha psiquiatra também será contra a minha decisão, mas só eu podia fazer isso. Como diria meu mestre Raul Seixas – “Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar e eu não posso ficar aqui parado”.
Este não será meu último post. Quero encerrar a minha vida de blogueiro no post número 100. Sempre achei esse número muito forte. Este post é o número 93. Logo, tudo está perto do fim.
Em breve dividirei com vocês um pouquinho que existe perdido ainda nessa mente noir, entre pensamentos do passado e do futuro, entre amizades vindouras e as finalizadas sem abraços. Entre dores e amores vou vivendo, assim como vocês. Pois, somos iguais como humanos, mesmo que você seja bem diferente de mim. Até o final deste ano direi adeus a vocês.
Agradeço a esse blog o fato ter reencontrado velhos amigos, me apresentado a amigos que convivem comigo há anos e que não faziam ideia do que eu tinha em mente e acima de tudo aos amigos blogueiros que fiz. Foi bom. Mas no fundo nada é eterno. O problema é que muita gente confunde eternidade com dor de dente. Isso é algo muito forte, dói, mas acaba. Guardarei minhas lágrimas pro último dia.
Valeu negão. Quanto mais conhecemos as pessoas e a si próprio, mais queremos um peixinho dourado.

Adeus também foi feito pra se dizer

4 comentários:

zhubenedicty disse...

Rafa, a vida é mesmo cheia de dores e louvores. Ora temo louros, ora, choros.(Esse adeus me parece um momento de angústia. Mas veja, ainda não é hora de desistir. Você escreve muito bem, ou melhor, traduz seus sentimentos. Não tenho moral, nem sou exemplo de melhor conduta, mas olha, cara, não se abata, se vc está aqui, se chegou até aqui, não foi pra ser um perdedor. Dê-se um tempo, contemple essa fase, e vc logo mais verá que PASSSOU. Muitas dores nos circundam, minam, abalam, mas há sempre uma luz, acenda-a, vc pode, sempre. Gosto muito de vc e Glena, e, seja como for, desejo a vcs, muitas felicidades, de coração. Abraço.

JOSÉ RAFAEL MONTEIRO PESSOA disse...

Malu... Sou extremamente grato pelas suas palavras. Torço muito por vc e pelo meu irmão. Ando chateado com Deus e o mundo, triste mesmo, sobretudo comigo, por achar que eu tinha mais importância que de fato eu tinha. Bem, meu email é o mesmo há 10 anos e não pretendo mudá-lo. Embora eu seja uma metamorfose ambulante, meus sentimentos são sinceros e quando digo que AMO eu estou falando sério, diferente da maioria das pessoas que sequer sabe o que isso significa. Falo pra muita gente que sou pedra e preciso ser uma muito forte pra me manter no lugar que preciso. Mais uma vez te agradeço Malu. Beijões.

Pedro Lins... disse...

=/... poxa velho, já em clima de final de ano, um monte de "separações". Adeus também foi feito pra se dizer, mas logo num final de ano, em que já tem tantos "adeuses" sendo ditos... Triste fim de um pessoa ignorante que gostava de ler o seu blog pra se sentir mais sensível... Vou sentir muita falta =/²
Aquele abraço, felicidades pra vc =] que vc encontre outro amigo tão bom ou até melhor que o blog. õ/

JOSÉ RAFAEL MONTEIRO PESSOA disse...

Pedro, saiba que vc já é portador de uma sensibilidade ímpar. O simples fato de vc enviar um comentário para este humilde blogueiro faz de vc um grande ser humano no sentido mais humanista de ser. Espero que vc ainda apareça por aqui, pois em breve postarei um conto onde o personagem terá o seu nome. Fico feliz e muito grato pelas suas palavras. Um enorme abraço pra vc.