Segunda-feira, dia 31/10/2011, foi o primeiro dia comemorativo dedicado a Carlos Drummond de Andrade. A data lembra o dia de seu nascimento. Eu acabei lembrando o que escrevi dez anos atrás e acho válido postar. Drummond vale tudo.
Como
conseguirei parafrasear Drummond?
Nunca
conseguirei ser uma sombra do que ele foi.
Talvez
eu diga que quando eu nasci um anjo maluco disse:
“Vai,
Rafa! Ser gauche na vida”.
É.
É
isso que sou.
Gauche.
Um
maluco que sonha demais.
Vê
vida em coisas inânimas.
Procura
o limite do êxtase.
O
cume calmo da aventura.
O
orgasmo dos deuses.
Seria
eu maluco por isso?
Por
escrever,
por
sonhar,
por
ver?
Talvez
eu tenha encontrado.
O
mundo perdeu.
Não
se acredita mais.
Simples
verbos.
Infinitivo
incrível.
Acreditar,
sonhar,
viver.
Mundo
mágico
tão
possível.
É
possível?
Deve
ser coisa de gauche.
Querer
ter um mundo perfeito.
Ser
um guerreiro da luz.
Um
nobre cavaleiro.
Um
poderoso jedi.
Guerreiros
da luz não desistem.
Agem
com um jedi.
Enfrentam
desafios.
Vencem,
mas,
sem
perder a ternura,
jamais.
Só
um maluco
pensaria
assim.
Quem
nos dias de hoje
vê
o mundo desse jeito?
Entre
lamas,
concretos,
fontes
dos desejos?
Eu!
Eu
vejo.
Sei
que é possível.
“É
só tomar armas
contra
esse mar de calamidades
e
pôr-lhes fim”.
Resistir
a
todo o mal
assolador do universo.
Humanidade
perdida
“No
labirinto dos pensamentos poluídos
pela
falta de amor”
A
cólera
A
ira
Aflige
minha mente
Consome
meus pensamentos.
Apenas
mais
pecados
capitais
Sendo
um gauche
Tudo
escrito parece normal
Para
um normal
Sou
apenas maluco
Um
chapeleiro qualquer
É
fácil viver
No
País das Maravilhas
Fechar
os olhos e imaginar
Você
dirá –
Sonhador!
Estará
certo
No
exato instante
Sou
sonhador
Gauche
Chapeleiro
maluco
Caixeiro
viajante
Guerreiro
Jedi
Cavaleiro
Parafrasear
Drummond?
Quem
sou eu?
Serviçal
das palavras
Das
letras
Simples
garçom
Sem
talento poeta
E
agora, Drummond?
"E agora, José? José... para onde?"
Um comentário:
Legal, Rafa. Certamente somos todos um pouco gauches. rsrs
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