domingo, 19 de abril de 2009

A LUZ DA SABEDORIA IGNORANTE ou O MAIOR POST DA HISTÓRIA

Para Nilson: Porque ele odeia post grande. Perdemos o amigo, mas a piada está salva.
.
A melhor coisa de ser um escritor barato, um escritor marginal, é o fato de se poder falar exatamente aquilo que se pensa sem necessariamente estar focado em um tema específico ou até mesmo a uma linha de raciocínio metódico e muitas vezes bitolador. Tenho formação acadêmica como pesquisador (E... Pasmem! Não é que alguns dizem que sou bom nisso?!), mas na maioria das vezes (Pra não dizer sempre) sou a-acadêmico.
Abracei a idéia de escrever no blog (Sob um título – enorme por sinal – que expressa exatamente seu objetivo – Pensamentos Soltos De Uma Mente Noir) meio que sem querer para aliviar minha cabeça e suas dores. Outra inquietação era as perdidas noites de insônia. Acredito que não mereço passar muitas horas em claro tentando entender as loucuras de James Joyce (embora ele seja O cara da literatura moderno-contemporânea do século XX) expressas em Ulisses.
A mente humana é uma das coisas mais extraordinárias e mais loucas do universo. Criamos tudo que acreditamos existir, inclusive monstros, alienígenas e Deus.
Por favor, não joguem pedra nem bosta na pobre da Geni, ou melhor, em mim. Não estou aqui para ser “o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro” tal qual o Drummont não cantou. Não vim aqui para esclarecer nada, vim para ser Abelardo e transformar o mundo na chacrinha tal qual meu conterrâneo fustigava. Meu negócio é confundir. Quero entender a pergunta muito mais que saber a resposta. Como diria o autor de “Eneida” – “fartamo-nos de tudo, menos de compreender”.
Quando adolescente eu me achava simplesmente fantástico. A modéstia era algo que passava a anos-luz de mim. A modéstia era para os medíocres.
Imaginem um garoto idiota – eu era infinitamente pior. E eu nem era o melhor aluno da turma, estava bem distante do meu amigo Humberto. Meu problema pode ter sido uma porcaria de um teste de QI que fiz aos 12 anos de idade – 134 era um número bem expressivo para um adolescente com uma mente totalmente virgem.
Tenho consciência que apresento meus lampejos de genialidade (Calma, amor! Eu juro que não estou me achando). Considero-me um gênio, sobretudo pelo fato de encontrar problemas. Hans Krailsheimer, um aforista alemão, falava que os “talentos encontram soluções. Gênios encontram problemas”. Já o maior filósofo chinês da antiguidade, Confúcio, dizia-nos: “Não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas”. É exatamente nisso que me empenho – compreender as perguntas. Perguntar, fazer a mente trabalhar pra que ela não se transforme numa massa podre e infértil também é um objetivo presente na minha doentia cabeça. Lançando mão do ato de apoderar-se das idéias dos outros cito o cartunista e escritor americano James Thurber e expresso que “melhor é perguntar algumas questões do que saber todas as respostas”, haja vista a total ignorância daquele que se julga um sábio, pois “sábio é quem recolhe a sabedoria dos demais”. Ótima essa, não?! Pois é, infelizmente também não é minha. É do escritor espanhol Juan Guerra Cáceres.
Antes de qualquer coisa sou um leitor. Leio tudo que tem letras. Embora algumas vezes eu não entenda nada que está escrito. Tem coisas que se apresentam com tal incongruência inexorável que só um ortodoxo ou um douto na arte de desmistificar a hermenêutica da filosofia metafísica seria capaz de entender a própria cosmogonia universal a luz do racionalismo druida ou oráculo de civilizações desaparecidas antes do armagedon ou qualquer escatologia apocalíptica nos idos tempos onde à etimologia das palavras não tinham tanta importância quanto à explicação do zeitgeist de Johan Herder ou Georg Hegel muito antes da Crise da Razão Histórica e quiçá do Fim da História.
Ufa!!! Imaginem o Ariano Suassuna cantando um funk desses. Rutheford e Bohr é fácil. Queria ver é ele dizer algo assim. E olhem que eu nem disse nada. Poderia muito bem partir da Teoria dos Sistemas para a Teoria do Caos, passando pelos Simulacros de Jean Baudrillard, enganando o diabo de Goeth antes que os satanistas laveyanistas me convencessem que o dogmatismo deles era mais plausível que o ceticismo e que nenhuma ciência cognitiva me explicaria melhor o mundo como vontade e representação de um pessimista como Schopenhaur ou como um trágico como Nietzche, muito embora Deus estivesse morto, “assim falou Zarathustra”. Se for mentira é dele e não minha. Isso porque me perdi no primeiro paradigma ontológico (não antológico) da realidade semiótica ora exposta, visto que tudo que fora exposto anteriormente serem bem mais amplos que o holismo aristotélico.
Hãn???? Perdoem-me pelos meus risos, amigos. Será que um ‘boçal’ como eu riria com uma “Pegadinha do Mução”? É claro que sim. Primeiro porque não sou boçal (É sério). Sou um total ignorante. Eu não sei absolutamente de nada (Às vezes é que dou uma dentro). “Só sei que nada sei” – me diria Sócrates. Ele estaria coberto de razão. Não a razão criticada por Immanuel Kant. Mas a razão que admite que quanto mais sabemos mais sabemos que não sabemos de nada. Admirável mundo novo, caro Aldous Huxley. Passamos de 1984 e não aprendemos nada com George Orwell e suas visões nostradámicas. É lamentável que continuem a existir donos da verdade. O que vem a ser a ‘verdade’? Será que é aquilo que aprendemos desde nossos berços maternos ou algo que vá bem mais além que a vã filosofia shakespeareana?
Há pouco tempo tive conhecimento de uma falha na mente humana que a deixava paralisada com as ditas verdades – crenças e idéias – impostas às mentes infantis, muitas vezes contrárias à realidade (Afinal de contas o que é a realidade? Bem, deixa a metafísica um pouco de lado e voltemos).
A referida paralisação da mente é conhecida pela palavra neologista logosófica (Logosofia, embora eu não seja um expert no assunto, é uma espécie de filosofia de vida que busca um mundo mais harmônico e livre da ‘dominação’ de uma realidade deturpada. Aqui na América Latina o educador argentino Carlos Bernardo González Pecotche é o maior nome. Etimologicamente a logosofia seria o estudo do saber. Para dá uma de Aurélio. Logos do grego = Estudo /Sophia do grego = Sabedoria) de PSIQUIÁLISE. Quando se imputa a uma criança, ou seja, uma mente vulnerável, o certo e o errado, ela está sujeita a todo tipo de embustes e mentiras. Algumas mentiras ditas de formas tão convincentes e metódicas que as tornam inquestionáveis pelo resto das suas vidas. Contudo, a mente humana é inquieta, ela busca pela verdade, pela sabedoria, ela deseja saber sobre a existência humana, sobre Deus, sobre o sentido da vida. Porém, a manipulação e a dominação física e/ou psicológica cega o homem, negando-lhe a verdade oculta pela escuridão de seus próprios pensamentos, transformando-o numa massa corpórea uniforme conduzida a aceitar ingenuamente e docilmente a cooptação ao caminho do erro. Logo, carecendo de um retorno à luz da sabedoria escrita nas alturas do Olimpo, muito além das sombras de Platão.
A rotina estéril que nos é imposta diariamente limita-nos a levar uma vida enfadonha que muitas vezes culmina num suicídio.
Ah, Rafael! Vivemos num mundo capitalista. Nem vem com teu materialismo histórico de Marx pro meu lado. Precisamos de dinheiro.
Concordo totalmente. Mas, qual o país onde mais se comete suicídio? Será uma tal de Suíça? Bem, deixa isso pra lá.
Nem tanto a Deus nem ao Diabo, nem ao céu ou ao inferno, muito menos ao maniqueísmo. O que seria do mundo sem a dicotomia do faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.
Os nossos pais geralmente nos ditaram o que era o certo. Mas será que eles sabiam o que era o certo. Exemplificarei de maneira extremamente simplista para concluir meu longo raciocínio.
Meu pai não tem time de futebol. Ele torce pelo time que ganha. Meu time de coração é o Sport Club do Recife, um dos três maiores clubes de futebol do estado de Pernambuco. Virei torcedor deste time quando era um garoto imberbe por amizade a um vizinho (Obrigado, Renné). Mas por que não torci pelo Náutico ou o Santa Cruz? Afinal de contas o Náutico era hexacampeão pernambucano e o Santa tri-super-campeão (Ohhhh!!!). Nasci no ano de 1981, ano que meu time de coração conquistou um super-campeonato, sagrando-se bicampeão e tricampeão estadual no ano seguinte. De 1981 até 2009 (ano que estamos) meu time conquistou 16 títulos estaduais (desses, eu lembro de 14, ou seja, depois dos meus 7 anos de idade, incluindo um penta (1996-2000) e o atual tetracampeonato), 2 regionais, 3 nacionais e duas participações na Libertadores da América. Eu tenho uma sobrinha linda (Heloísa) que no ano passado gravou um maravilhoso vídeo sobre o tricampeonato do Sport. Hoje do alto de seus 3 anos de idade, ela se vê psicologicamente impedida de gritar TETRACAMPEÃO, pois seu pai (Um sofredor. Perdão, ato falho, um tricolor) a convenceu que Sport era palavrão e que seu time de coração era o “mais querido”, ou seja, o Santa Cruz.
Agora imaginem quantas coisas as crianças não tomam como verdade absoluta por imposições deturpadas pelos seus pais ou outro formador de opinião. É óbvio que isso tudo faz parte de uma brincadeira séria. Afinal de contas... Eu sou... TETRACAMPEÃO!!!

PELO SPORT TUDO! Inclusive esquecer os pensamentos que fazem minha cabeça doer. Pensar dá muito trabalho.

Quanto ao sentido da vida... Ariano tem razão... O físico dinamarquês Niels Bohr é o cara: “O sentido da vida baseia-se em não haver sentido nenhum em dizer-se que a vida não tem sentido”.

Se acha que estou errado assista ao vídeo.


Cazá, cazá, cazá, cazá, cazá... A turma é mesmo boa. É mesmo da fuzarca. SPORT! SPORT! SPORT!”

3 comentários:

Unknown disse...

Deixa de culpar o pai dela, vc também tava querendo impor a menina a gostar do sport, a questão é que ela gostou de escutar sport campeão, soava bem aos ouvidos dela e pronto, pq também vc ficava cantando pra ela o tempo inteiro, só isso. Louco! kkkk. Te amo!!!!

JOSÉ RAFAEL MONTEIRO PESSOA disse...

Não queira defender algo de pouca relevância. Lolô entenderá. Eu que te amo.

Jefferson Góes disse...

Belo texto, Rafael. Gostei bastante!!
Um abraço, amigo.