sábado, 31 de dezembro de 2011

ÚLTIMOS ESCRITOS ou THAT'S OVER, BABY!


Talvez este post não esteja à altura do meu blog. Mas eu também nunca estive.

Oi amigo. Eis que escrevo pela última vez neste blog. Isso é tão estranho. As palavras, tão cúmplices, somem. Queria dizer tanta coisa. Acho que vou pedir ajuda a alguns mestres pra expressar o que tenho no peito.
Eu poderia muito bem cantar Raul e dizer: "No momento em que eu ia partir, eu resolvi voltar". Infelizmente não sou Dom Raulzito, mas como ele “vou viver! Vou poder contar meus filhos, caminhar nos trilhos . Isso é prá valer... Vou sentir! Que a minha dor no peito, que eu escondi direito, agora vai surgir...".

É ululante que muitas coisas ficarão sem serem ditas, sobretudo as mudanças que incidirão sobre mim. Afinal, “o homem é o que é, não o que foi”. E como vocês sabem, já fui muita coisa, vi tantas coisas, tantas realidades-foda e lhes devo inúmeras histórias/estórias. Mas fica pra próxima. No momento eu apenas “desço dessa solidão e espalho coisas sobre um chão de giz. Há meros devaneios tolos a me torturar. Fotografias recortadas em jornais de folhas. Amiúde!” Então, “disparo balas de canhão”, mas “é inútil”. Assim como eu muitas vezes. Eu, amante e estudioso da loucura, “queria usar, quem sabe, uma camisa de força ou de Vênus”. Não, nem Vênus nem Afrodite. Pra que certos prazeres?
Parei de fumar a quase nove anos. Troquei por beijos. “Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro, nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom...” Infelizmente eles acabaram. Meus vinte anos de "boy"... That's over, baby!

Ainda não vejo Freud, Lacan ou Jung me explicando as coisas que sinto. É complexo, não é existencialismo. Sou fácil e complexo, ou melhor, somos assim. “Somos o que há de melhor.
Somos o que dá pra fazer. O que não dá pra evitar. E não se pode escolher
”.

Tenho três livros pra editar em 2012 (Eu: A insustentável leveza de ser – você; Heloísa e o Mundo das Possibilidades; Poesias soltas de uma mente noir), outros tantos pra irem pro papel, defender uma monografia de especialização, começar um mestrado... Novos títulos, novos trabalhos, novos amigos, novos julgamentos, novos rótulos, novos “eus”.

É, amigo, “se eu tivesse a força que você pensa que eu tenho, eu gravaria no metal da minha pele o teu desenho.” Mas sou fraco pra caramba em tanta coisa. Não que eu não queira ou possa mudar. Então, mudarei. Tentar nunca. Fazer! (Credo!!! Parece auto-ajuda.)

Queria aproveitar a oportunidade e agradecer a todos que me seguem ou já me seguiram, pelas leituras e comentários. Lembro quando Jéssica Laís comentou pela primeira vez neste humilde cafofo de ideias. All you need is Love”, em 25 de agosto de 2008. De fato, all you need is Love. Amor este, que minha amiga, parceira, mulhermaistudodomundo me dá mais que mereço. Só minha Flor Dalma, minha Glena, leu este blog todo, acredito, deixando comentários, me apoiando, me amando... Lembro também da empolgação de Alexandre com um conto meu (que foi até parar num livro depois), do carinho de Jefferson e Vinícius, do contato de outros blogueiros como a Reny, a Lais Sampaio, a Helena, o Wandeilson e o Railler; do reencontro com Polly (multimídia e polifônica), Duda, Ênio, Hélio, Fábio, TT, ex-colegas do colégio em geral, além de outros amigos como meu super-seguidor Nilson, PH, Gio, Raboni, Salviano, Batista, Catarina, Ceça, Malu, Mário, Carlos, Alexandre Furtado, Daniel; bem como alguns ex-alunos que apareceram por aqui. De fato, quem deu uma sintetizada ímpar para classificar meu blog foi minha amiga Elyne Veras. Ela disse que ele era um “Manual de Rafael Monteiro, aprenda como ele funciona!” Concordo com a Srta. Veras. Tanto que algumas pessoas que nunca me viram viraram amigos, é o caso da Srta. Roberta Cavalcanti, ou seria AMARela Cavalcanti? Outra Roberta, a Blá, essa de mais longe, saia do canteiro dela, onde tem Garota Flor e caia aqui, na casa do Chapeleiro Maluco. Mais recentemente ganhei um novo leitor, Pedro, um brother que curte o que escrevo por ver além das palavras. Sinto que entre erros, eu acertei. Sem palavras pra agradecer. Amei ter vocês por aqui. Caso queiram... Sou o velho maluco de sempre... Apenas Rafa... Sem frescuras... No e-mail de sempre (j.rafaelmonteiro@gmail.com).

Quando ganhei a revista em quadrinhos número 100 do Cascão, foi emocionante pra mim. Lembro de cada coisa escrita. Cada história. Eu devia ter uns nove anos, algo assim. Hoje aos 30, no último dia do ano de 2011 (aliás, que 2012 seja melhor que todos os outros anos passados, pra todo mundo), eu chego ao meu centésimo post e me despeço. Se parassem de publicar o Cascão na revistinha nº 100 eu ia ficar arrasado. Mas, no blog é diferente... Qualquer coisa eu digo que não fui eu, foi meu eu lírico.

No mais estou indo embora!”
Pois sei que
Não dá prá imaginar quando é cedo ou tarde demais pra dizer adeus, pra dizer jamais”
Mas
“Adeus também foi feito pra se dizer
Logo,
“Adeus você... Eu hoje vou pro lado de lá. Eu tô levando tudo de mim que é pra não ter razão pra chorar”.

6 comentários:

Anônimo disse...

Bem, queria entender melhor o porque, acho que na verdade entendo, mas prefiria que vc ficasse. Como sempre estarei eu aqui ao seu lado para as novas aventuras do chapeleiro e olha que serão "as aventuras". Te amo sempre!

JOSÉ RAFAEL MONTEIRO PESSOA disse...

Muito obrigado, meu amor. Sei que você está comigo e torce por mim. De fato, nossas "aventuras" ainda virão por aí. Te amo eternamente.

AMARela Cavalcanti disse...

vou sentir saudades dos teus escritos, moço!
nunca achei que fosse ganhar um amigo através de um blog... a blogosfera me deu um presente e serei sempre grata!
torço por tu e, no dia da defesa da dissertação, eu estarei lá, torcendo ao vivo e a cores...

beijos, chapeleiro maluco!

Roberta Blá disse...

Rafa, existem aquelas pessoas que não precisamos conhecer pra se ter como querido. Eu realmente vou sentir falta das suas visitas ao meu blog. Você é o chapeleiro maluco, não deixo de me ver como Alice. Às vezes grande, mas ao mesmo tão pequenina que me sinto levada desse mundo em escritos como o seu. Não basta gostar de Raul, tem que gostar também de Engenheiros? Me reconheço em seus gostos.

Tem um cara que muito me inspira, ele é daqueles de alma livre e pensamento questionador como o nosso. Deixo pra ti o meu mantra:

A vida é como andar de bicicleta. Para manter o equilíbrio, é preciso se manter em movimento.

(Albert Einstein, 1930)

Pedro disse...

Poxa, não sei se a honra de estar no ultimo Post é maior que a falta que esse tão Noir Blog já está fazendo. Bom, queria agradecer por cada palavra tão perfeitamente encaixada em todos os seus textos publicados aqui, e também ressaltar como é foram importantes as lições que eu tirei de tudo que li no seu blog. Espero continuar a "ver além das palavras" ( foi nesse blog que eu 'aprendi' a fazer isso). Aguardo ansiosamente pelos seus livros. Ano novo, novas coisas da vida, desejo muita Felicidade e Prosperidade na sua vida. Grande Abraço Brother, já ta deixando saudade.

Rubem disse...

Tem uma luz por trás daquela cerra amigo!