quarta-feira, 17 de abril de 2013

QUANDO AS PALAVRAS SOMEM ou BOBO

Há mais de um mês que não entro aqui.
Ah! Mais de um mês que não entro aqui?

Bem, tem horas que realmente as palavras somem, elas calam, fogem da nossa mente. É justamente nesse momento que questiono sobre as enormes sandices que profiro cotidianamente.

Digo sempre: todo silêncio é sábio. Porém, por uma série de motivos não consigo calar. Algumas horas meu escritor marginal, tão eu lírico, aflora, noutras, ele some completamente.

Vejo poetas fodas. Ferreira Gullar, Manoel de Barros... Gente que me ensina a escrever poesia. Ora vemos o lirismo, ora o suicídio. Ora Baunilhas e Gatos, ora Bobo.



BOBO

Bati a porta.
Não disse nada.
Asneira seria se dissesse.
Uma a mais entre milhares
Em anos incontáveis proferidas 
Pueril tão, minha existência.
Bobo, inseguro, na essência.

Tão natural como qualquer erro
O medo do erro.
Ah! Se no tempo voltássemos 
cada vez que nos arrependêssemos
É possível que não passasse
nossa gestação de um aborto.
Bem simples.
Um gene torto.

Bati a porta.
Gritei a ponto de surdos ouvirem.
Não era a morte.
Não era nada.
Apenas o fim de uma ilusão
que infantilmente guardava sob o travesseiro.
Justamente o travesseiro.
Tão inimigo em noite de demônios e fantasmas.
Tão companheiro em sublimes sonhos.

Sonhos de encher coração
Medos de calar emoção.

"Fala demais por não ter nada a dizer"

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