domingo, 20 de dezembro de 2009
O QUE DEIXAMOS PRA TRÁS - PARTE 1 ou APERTANDO O RESET
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
AVULSO, EU? IMAGINA! ou O FAMOSO... QUEM?
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
CONTRA TODOS E CONTRA NINGUÉM ou ARROGANTE, EU?
“O que eu mais queria era provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém”
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
DOIS PROBLEMAS ou PRA QUEM AINDA NÃO LEU
'Caro Raul,
Mais uma vez estou sentado em frente ao computador perdido em meus pensamentos noires tão teus. Acontece, caro amigo, que fui acometido de uma profunda amnésia, pior que aquela presente no filme ‘Memento’ dirigido por Cristopher Nolan em 2000. Embora Leonard estivesse desesperado no filme e não soubesse quem eram seus amigos, inimigos e a verdade que o movia, ele sabia o que buscava. Eu nem isso sei.
Sobre o que falava os livros de James Joyce? Como eram mesmo os conflitos psicológicos presentes nos livros de Dostoiévski? E o modo de enxergar o mundo que Machado tinha, como era? Não lembro mais nada de Nietzche. Estou perdido.
Sem dúvida acho que esqueci disso tudo quando me perdi nos ‘Diálogos’ de Platão, ou será que foi depois que li o ‘Manifesto Comunista’ de Marx? Com certeza não. Isso eu já havia esquecido depois dos ‘Paraísos Artificiais’ de Baudelaire.
Sinto-me tão só, meu amigo. Passo horas assistindo filmes de ficção científica – ‘Blade Runner’; ‘Inteligência Artificial’; ‘Eu, Robô’; ‘Controle Absoluto’; ‘2001 – Uma Odisséia no Espaço’; ‘Star Wars’, as duas trilogias e os desenhos das ‘Guerras Clônicas’ também; ‘Matrix’, então, nem se fala, já decorei todos as falas do ‘Mr. Anderson’, perdão… ‘My name is Neo’.
As coisas estão assim, meu guru. Queria poder te dizer mais, mas estão batendo na minha porta agora e preciso atender.
Até breve e abraços.’
– Pois não!
– Estou procurando o Sr. Rafael?
– Da parte de quem?
– Eu tenho um telegrama urgente para ele.
– Entregue a mim. O senhor está falando com ele.
– Assine aqui, por favor.
– Obrigado.
– Obrigado ao senhor.
“Prezado Sr. Rafael…”
Com certeza, vem problema. “Prezado num-sei-que-lá” é estresse com certeza.
“… verificamos em nossos registros que o senhor está negativado em mais de quinze instituições por falta de pagamento aos empréstimos junto a bancos, a cartão de crédito, à financeira…”
“NEGATIVADO”??? O que é isso? Me baniram do sistema? Não existo mais, é isso? Estou devendo umas contas, eu sei. Mas perdi meu emprego, minha empresa faliu. O que eu posso fazer? É a crise mundial.
Sinceramente eu não aguento mais tanta mediocridade. Essa vida cheia de infortúnios e mundanismos. Se o simples fato de existir nesse competitivo mundo não fosse o bastante, aparece uma novíssima fobia a cada dia. Provavelmente a mais recente é a fobia do desemprego. Admito, sou portador de inúmeras fobias e essa é a minha mais nova aquisição. Durante toda a minha vida acreditei que apenas com os estudos chegava-se a algum lugar e ser-se-ia alguém. Infelizmente eu estava quadrada e redondamente enganado. Não apenas eu, mas todas as pessoas que falam isso cotidianamente. Estudei numa escola daquelas que se importa com o IAV, o Índice de Aprovação no Vestibular, a síntese do massacre estudantil que anualmente glorificam e frustram inúmeros jovens e velhos estudantes que almejam um lugar ao sol, sobretudo numa universidade pública.
Ah, que pena! Quanta ilusão. Quem disse que entrar numa universidade é sinônimo de emprego garantido? Quem disse que estudar numa universidade pública é um enriquecedor curricular? Quem disse que iremos ser realmente quem gostaríamos de ser quando éramos crianças? Quem disse que seremos profissionais realizados? Quem disse tudo isso? Realmente eu não sei. Mas de uma coisa eu tenho certeza… Eu quero matar meu orientador vocacional, ele era uma fraude.
Quer saber?! “Eu também vou reclamar”, ou melhor, vou escutar Raul que é o melhor que eu faço.
“Dois problemas se misturam
A verdade do Universo
A prestação que vai vencer
Entro com a garrafa
De bebida enrustida
Porque minha mulher
Não pode ver
Olhos os livros
Na minha estante
Que nada dizem
De importante
Servem só pra quem
Não sabe ler
E as perguntas continuam
Sempre as mesmas
Quem eu sou?
Da onde venho?
E aonde vou dá?
E todo mundo explica tudo
Como a luz acende
Como um avião pode voar
Ao meu lado um dicionário
Cheio de palavras
Que eu sei que nunca vou usar
Mas agora eu também resolvi
Dar uma queixadinha
Porque eu sou um rapaz
Latino-americano
Que também sabe
Se lamentar
E sendo nuvem passageira
Não me leva nem à beira
Disso tudo
Que eu quero chegar
-E fim de papo!”
Sem dúvidas, meu amigo Raul. Só você me entende. É assim que eu me sinto. Embora a sua queixa tenha sido feita há trinta anos e eu nem sonhara em vir ao mundo. Mas… “A coisa tá assim”. Ou filmes ou livros. Embora algumas vezes eu não entenda NADA que está escrito. Tem coisas que se apresentam com tal incongruência inexorável que só um ortodoxo ou um douto na arte de desmistificar a hermenêutica da filosofia metafísica seria capaz de entender a própria cosmogonia universal a luz do racionalismo druida ou oráculo de civilizações desaparecidas antes do armagedon ou qualquer escatologia apocalíptica nos idos tempos onde à etimologia das palavras não tinham tanta importância quanto à explicação do zeitgeist de Johan Herder ou Georg Hegel muito antes da Crise da Razão Histórica e quiçá do Fim da História.
Como diria a minha irmã – “CULTURA INÚTIL!”.
E olhem que eu nem disse nada. Poderia muito bem partir da Teoria dos Sistemas para a Teoria do Caos, passando pelos Simulacros de Jean Baudrillard, enganando o diabo de Goeth antes que os satanistas laveyanistas me convencessem que o dogmatismo deles era mais plausível que o ceticismo e que nenhuma ciência cognitiva me explicaria melhor o mundo como vontade e representação de um pessimista como Schopenhaur ou como um trágico como Nietzche, muito embora Deus estivesse morto, “assim falou Zarathustra”. Se for mentira é dele e não minha. Isso porque me perdi no primeiro paradigma ontológico (não antológico) da realidade semiótica ora exposta, visto que tudo que fora exposto anteriormente serem bem mais amplos que o holismo aristotélico.
UFA! Sabe de uma coisa?! As coisas são bem mais fáceis quando não pensamos em nada. Eu não tenho dinheiro pra nada mesmo. A verdade do universo ninguém sabe também. Então, vou assistir Backyardigans que pelo menos me distrai.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
FERA NENÉM ou ENTRE 2001 E 2010
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
DIAS, DIAS, DIAS ou SOMOS O QUE PODEMOS SER
Eu vivo sempre no mundo da lua
sábado, 10 de outubro de 2009
RETICENTE ou SEM TEMPO
Mas em breve voltarei para vida... Aguardem histórias... E... Senta, pois lá vem história.
"Parem... Esperem aí... Aonde é que vocês pensam que vão? Han.. Hão"
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
O BLOG E A BUSCA DO CÁLICE SAGRADO ou O BLOGUEIRO E O CALE-SE SAGRADO
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
QUEBRANDO PARADIGMAS ou O OPOSTO DO QUE EU DISSE ANTES

Sempre tive certos problemas com a Internet. Não os problemas tecnológicos. Mas os provenientes de pessoas inescrupulosas que usam a Internet para divulgar coisas abomináveis ou até mesmo se aproximar de outras pessoas de formas nocivas, ludibriando-as.
Nunca gostei de expor minha vida nem para os meus amigos, tornando-me cada vez mais reservado. Contudo, aos poucos fui me tornando uma pessoa pública a ponto de ser conhecido por gente que não conheço, bem como virei conhecedor de pessoas que sequer imaginavam minha existência.
Dias atrás troquei uns e-mails com o jovem escritor Ismar Tirelli Neto, tema do meu primeiro post. Ele me falou que há poucos dias tinha refletido sobre como somos importantes para algumas pessoas que não conhecemos e que esporadicamente somos recepcionados por uma correspondência, um e-mail ou até mesmo um tapinha nas costas.
Continuo sem gostar muito de me expor. Contudo, o meu orkut e msn tem cada dia mais novos amigos. Por um lado fico feliz, por imaginar que as pessoas que se aproximam de mim tem um espírito bom e muitas vezes elas são conhecedoras e admiradoras do mesmo universo que eu, ou seja, as artes, a literatura, a História, a Filosofia, entre outras coisas que chapam meus pensamentos.
Dia 23 de agosto o meu blog repleto de pensamentos soltos completou um ano. Embora a minha mente noir estivesse em total ebulição não pude postar nada que representasse a referida data. Prefiro imaginar que apenas pulei o inferno astral do meu (tão nosso) blog. No momento vivencio o meu inferno astral, mas este acabará na belíssima sexta-feira.
Bem, amigos, fico feliz com o interesse de vocês pelos pensamentos soltos de uma mente noir.
Agradeço de coração a todos que dividiram comigo este último ano.
"Você, meu amigo de fé, meu irmão camarada".
sábado, 22 de agosto de 2009
ROUBANDO POSTS ou A ARTE DE (NÃO) ESCREVER

21.04.2009
O número 100 da revista Continente publica, na sua última página, uma crônica do jornalista Ricardo Noblat sobre o tema: "escrever para quê?".
No texto, Noblat cita o escritor inglês George Orwell (1903-1950). Segundo Orwell, escrevemos por quatro motivos. Eles são:
1) Completo egoísmo. Desejo de parecer esperto, de ser comentado, de ser lembrado depois da morte.
2) Entusiasmo estético. A percepção da beleza no mundo exterior, ou, por outro lado, nas palavras e no seu arranjo correto. O desejo de compartir uma experiência que se sente que é valiosa e não deveria ser perdida.
3) Impulso histórico. O desejo de ver as coisas como elas são, de descobrir os fatos verdadeiros e de guardá-los para a posteridade.
4) Propósito político. O desejo de levar uma palavra em uma certa direção, de alterar a ideia de outras pessoas sobre o tipo de sociedade à qual elas devem aspirar.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
INOMINÁVEL ou SAUDADES DO QUE NÃO FOI

Vinte anos atrás o mundo amanheceu mais burro, mais conformado, mais mudo, mais estúpido, mais idiota... Dia 21 de agosto de 1989 foi o dia em que a terra parou para o maior mago brasileiro. O mago das letras, das músicas e dos pensamentos.
Não preciso falar muito sobre “O Cantor”, pois todos sabem que estou a falar do meu guru, Raul Seixas.
É, infelizmente um garoto de 8 anos incompletos estava bastante triste naquele dia, sobretudo porque alguns estúpidos diziam que ele não podia cantar suas músicas, pois elas eram adoração do diabo. Fodam-se elas e o próprio diabo.
Acredito que os jornais pagam-pau-da-vida estejam estampando algum caderno especial sobre Raulzito hoje. Contudo, como apenas o homem Raul morreu, deixo que ele mesmo fale dele, ou melhor, “eu não preciso ler jornais, mentir sozinho eu sou capaz”, pois “os homens passam e as músicas ficam”. “Vida alguma coisa acontece. Morte alguma coisa pode acontecer”.
Dentre as centenas de músicas de Raul ficaria bastante inviável eu traçar uma lista de 20 músicas inesquecíveis dele. Como minha mulher mesmo diz: “Tem alguma música dele que você ache ruim?” Hummm!!! É... Eu sou suspeito pra falar, mas... Te devo muitas, Raul. Mais que você possa imaginar. Se eu tivesse o poder de invocar um pensador pra trocar uma idéia com certeza Raul seria O cara. Sim, mas... Vamos a lista. Prefiro não explicar o porque da seleção, mas tem relação com o mundo atual, o Rafael atual e o Raul imortal.
Pode ser que amanhã mesmo eu discorde da minha lista, afinal de contas “eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”, mesmo assim, “danem-se quem não gostar”.
01. Metamorfose Ambulante
02. Maluco Beleza
03. Tente Outra Vez
04. Gita
05. Ouro De Tolo
06. Eu Também Vou Reclamar
07. Sociedade Alternativa
08. Loteria Da Babilônia
09. Não Fosse O Cabral
10. Tu És O M.D.C. Da Minha Vida
11. Ave Maria Da Rua
12. Areia Da Ampulheta
13. Super-Heróis
14. O Segredo Do Universo
15. Caminhos II
16. Metrô Linha 743
17. Eu Sou Egoísta
18. Quando Acabar O Maluco Sou Eu
19. Faça, Fuce, Force
20. Paranóia II
“Boa viagem, meninos. Boa viagem.”
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
PRA NÃO DIZER QUE ESTOU SEM POSTAR ou ENCONTRANDO LINK
http://www.bienalpernambuco.com/dois-problemas
Valeu, amigos.
"Amanhã... vai ser outro dia"
domingo, 5 de julho de 2009
MUITO MAIS QUE AMIGOS ou APRENDENDO

Como as fotos de Pepê ficaram no outro PC. Não colocarei uma dela.
Relutei muito antes de escrever sobre isso. Achei que ontem era o momento certo. Depois de assistir "Marley e eu". Não é fácil. Mas o cara durão já chorou bastante ontem. Logo, acho que hoje tenho estrutura para escrever.
Perdi o ser que foi minha melhor amiga durante muitos anos no dia 16 de fevereiro deste ano. Depois de 11 anos ela foi embora. Infelizmente eu não estava lá para me despedir. Acenei meu último tchau e enviei meu último beijo dois dias antes dela partir. Não imaginava que não a veria mais depois daquilo. Mas a vida não é fácil.
Lembro da primeira vez que a vi. Ela era pequenininha e bem magrinha, andava quase se arrastando de tão fraquinha. Tinha uma criança da rua (um vizinho) que chegou inclusive a andar com ela numa gaiola de passarinhos. Logo ela passou a frequentar a frente da minha casa, lhe oferecemos comida e ela sem pedir licença foi se apossando das nossas vidas.
Não lembro claramente o dia e o mês. Mas lembro da primeira refeição dela dada por nós. Era resto de comida mesmo, mas depois do whyskas tudo mudou. Ela ficou totalmente viciada.
Permitam-me apresentá-la formalmente. Ela era uma gata. Uma gata preta. Seu nome era Preta Maria Monteiro Pessoa. Também conhecida como Pretinha, e, como meu pai dizia, vulgo, Pepê. A minha nêga era diferente de todos os outros gatos. Ela era muda, porém, não surda. Ela não miava, era cangula, ou seja, tinha os dentes grandes e sua língua ficava pra fora como se ela fosse um cachorro, babava muito também. Na realidade Preta tinha alguns complexos. Ela acreditava que era um cachorro. Acho que foi pelo fato de dizermos várias vezes enquanto brigávamos com ela: “saia daí sua cachorra safada” ou “Preta, tu és uma cachorra mesmo”. Ela então incorporou e vestiu a carapuça. O fato é que Pretinha era especial e diferente de todos os outros gatos do mundo. Quem a conheceu sabe que não estou mentindo.
Quando Preta chegou lá em casa eu tinha 16 anos e estava estudando sobre bruxaria e ciências ocultas. Preta era minha melhor colega de classe. Todo bruxo que se preze tem seu gato preto e eu tinha o meu, no caso, a minha. Foi ao lado dela que vivi algumas das experiências mais extraordinárias do mundo. Vi muita coisa, mas isso é outra história. Também foi ao lado de Pepê que aprendi a tocar violão. Lembro que fiz uma versão de “no woman, no cry” do Bob Marley para Preta. Era mais ou menos assim.
“Ainda me lembro / quando chegasse aqui / era só o coro e o osso / comia tudo / pedra e caco de pau / hoje hoje tu só quer filé / hoje hoje tu só quer filé / hoje hoje tu só quer filé / hoje hoje tu só quer filé / Não, não arranhe mais / Não, não arranhe mais / Não Pretinha, não arranhe não”
Bem, escrevendo fica difícil de visualizar as coisas. Esse momento fica como sendo só meu e dela. Ela deve lembrar. Como diria minha irmã, ela tá no céu dos gatinhos agora, haja vista a missão dela já ter se cumprido aqui na Terra. Ela fez um garoto muito feliz durante muito tempo. Inclusive quando ele tinha apenas ela de amiga de verdade.
Talvez eu não tenha sido um bom amigo (Nunca utilizarei a palavra dono. Existe amor entre o homem e seu bichinho e não posse). Afinal de contas ainda estou aprendendo a amar. E na aprendizagem do amor Preta também foi minha companheira. Passei incontáveis horas no telefone conversando com Glena (hoje minha mulher) e alisando Pretinha, confidenciando a ela meus desejos e temores e perguntando: “E aí Preta, o que é que tu acha?”. Mas ela na maioria das vezes preferia ficar deitada e balançando seu rabo a esboçar qualquer opinião.
Preta teve duas crias. Na primeira vez vieram dois gatinhos e na segunda vez vieram três. Pretinha sofreu muito no parto. Foi a primeira vez que a ouvimos miar, logo, Pretinha não era muda, só preferia o silêncio. Ela tinha sofisticação, abria a boca e já entendíamos o que ela queria. Demos injeção nela pra que ela não tivesse mais filhotes, mas infelizmente ela desenvolveu um tumor e teve que passar por uma cirurgia. Foi horrível, um duro tratamento, mas ela ficou ótima. E depois disso não teve mais filhotes. Ela sofreu com uma pneumonia também. Mas também venceu essa batalha, graças principalmente a minha mãe.
Pretinha era fã de miolo de pão. Sempre pedia a gente quando nos via comendo. Ela colocava a sua patinha em nossas pernas e nos pedia. Já sabíamos o que ela queria. Mas o whyskas ainda era sua comida preferida, seja a ração normal ou a lata. Nos últimos 4 anos ela passou a não comer a ração sólida, havia perdido alguns dentes e não mastigava direito, além do mais seus dentes não se encaixavam perfeitamente. Passamos a misturar whyskas em lata com carne moída e no último ano ela ficou só com a carne moída.
Preta sempre teve muita energia, corria pela casa toda e adorava ficar nos lugares mais impróprios como na cama dos meus pais, em cima do guarda-roupa, da televisão, do som, do computador, do carro (às vezes embaixo do carro, para nos dar mais trabalho). Algumas vezes ela sumia. Já passei muitas horas sofrendo por causa dela, mas, felizmente ela sempre aparecia. Preta contrariou muita gente e como uma gatinha-amiga se mudou conosco três vezes, inclusive para minha casa quando eu me casei. Preta teve alguns problemas com Glena. Mas sei que se amavam. Contudo, Pretinha não era tão feliz na minha casa e num determinado momento voltou a morar com meus pais, onde ficou para sempre. Meu pai foi o melhor pai do mundo para Pepê, muito melhor do que eu podia ter sido. E foi justamente ele quem a encontrou sem vida na manhã do dia 16 de fevereiro deste ano. Ela não respondeu ao seu chamado e nem acordou para tomar seu café. Sei que não deve ter sido fácil para ele. Ninguém estava com coragem de me contar sobre o que havia acontecido. Na noite daquela segunda-feira eu soube de tudo. Meu chão sumiu. Fazia apenas cinco dias que eu tinha enterrado o meu herói, meu mentor, o meu vozão. Eu já estava sofrendo muito por isso. Mas infelizmente tive outra queda. É claro que perder um animal de estimação não é a mesma coisa que perder um avô, mas acontece que eu perdi os dois em menos de sete dias.
Bem... É a vida. Existindo um Deus ou não, toda vida um dia se vai. Porém, o amor é algo que é eterno. Sobretudo o amor de uma pessoa e seu melhor amigo(a), seja ele quem for.
Nunca te esquecerei Pepê. Sei que não fui perfeito pra você, mas você foi perfeita pra mim.
Te amarei sempre. Sinto muito a sua falta. Te amo. Esteja você onde estiver, te amo.
Obrigado por você ter entrado na minha vida.
“Um dia amiga, a gente vai se encontrar”
quinta-feira, 25 de junho de 2009
ADEUS PEQUENO MIKE ou ENTRANDO EM NEVERLAND

Infelizmente volto a escrever após outra grande decepção. Desde a saída do Sport da Libertadores da América nenhuma linha saía das teclas empoeiradas do meu teclado. Vale salientar que exatamente hoje estou completando um mês de operado (cirurgia na mão direita e blá blá blá blá) e não estava disposto a me desgastar por pouca coisa. Mas hoje o dia é especial. Perdemos Michael Jackson.
Todos podem taxar o Michael de gay, racista, pedófilo, louco e do caralho que for, mas o Michael é o Michael. Sempre caí matando no Ariano Suassuna por ele chamar o Michael de “lixo cultural”. Eu compreendo as visões do meu mentor senil. Contudo, discordo veementemente da opinião dele.
Possivelmente o mais talentoso filho da família Jackson não seja imortalizado como um Mozart, Bethoven ou Vivaldi. Porém, na mente de quem nasceu entre as décadas de 70 e 90 do século XX Michael Jackson será imortal.
Sou, como muitos, um saudosista ao extremo e amante da década de 80 mesmo ela sendo a década mais brega e trash da história mundial recente. A cultura pop que emana desde Andy Warhol chega num supra-sumo na década perdida. Quem já freqüentou uma dessas festas “trash 80” sabe do que estou falando. Relembra-se de tudo, desde seriados e filmes a comerciais, e, sobretudo, as músicas, a sinfonia que dá tom e embala a festa. Algumas músicas são obrigatórias, mas nenhuma é tão obrigatória quanto Thriller, bem como nenhum vídeo-clipe é tão clipe quanto Thriller. E quem nunca jogou Moowalker no Master ou no Mega? E os passinhos de dança tão Michael Jackson. Eu não iria ficar aqui dando uma de acadêmico preconceituoso e negar que eu cresci nos anos 80 e que toda aquela cultura ajudou na formação do homem que sou hoje. Lamento os que arrogantemente tentam camuflar seu passado e sua história.
Além de Thriller, Bad, Billie Jean, Black or White, Michael será imortal por toda a sua obra. Todo mundo tem vida agitada, e comete deslizes. Somos humanos. Algo que Michael nunca pôde ser. Desde criança teve que ser o melhor. Não podia errar, não podia ser negro, não podia ser homossexual, não podia ser nada. Michael foi tudo, e seu corpo e sua mente não acompanharam o seu espírito. Espero que agora ele consiga encontrar a paz. Embora, assim como seu sogro, o Rei do Rock Elvis Presley, o Rei do Pop também não morreu e nem nunca morrerá, pois quem é rei nunca perde a majestade.
"Have you seen my Childhood? I'm searching for the world that I Come from 'Cause I've been looking around In the lost and found of my heart... No one understands me They view it as such strange eccentricities... 'Cause I keep kidding around Like a child, but pardon me... People say I'm not okay 'Cause I love such elementary things... It's been my fate to compensate, for the Childhood I've never known... Have you seen my Childhood? I'm searching for that wonder in my youth Like pirates and adventurous dreams, Of conquest and kings on the throne... Before you judge me, try hard to love me, Look within your heart then ask, Have you seen my Childhood? People say I'm strange that way 'Cause I love such elementary things, It's been my fate to compensate, for the Childhood I've never known... Have you seen my Childhood? I'm searching for that wonder in my youth Like fantastical stories to share The dreams I would dare, watch me fly... Before you judge me, try hard to love me. The painful youth I've had Have you seen my Childhood"

terça-feira, 12 de maio de 2009
GRITOS PRESOS ou O QUE É UM TÍTULO?

Infelizmente jogo não é justo.
Não existe Deus no esporte.
No futebol nem sempre o melhor ganha.
Isso é verdade. Se o melhor ganhasse eu estaria comemorando uma bela vitória. Mas...
Sei que terei que ficar mais uma vez com um entalo na garganta. Novamente graças ao Palmeiras. Depois daquele 2X1 na extinta Copa dos Campeões em plena Maceió-AL (nordeste) no ano 2000. Perder para um Palmeiras que tinha como seu maior ídolo o jogador Basílio foi tão frustrante quanto ouvir os fogos de artifício e os gritos de torcedores do Santa Cruz e do Náutico com o término dos pênaltis do jogo de hoje.
É ululante que nenhum torcedor adversário precise torcer pela felicidade de um time algoz. Mas, infelizmente, pior que receber gozações de amigos é ser humilhado em rede nacional, tendo que ouvir despautérios que minimizem a qualidade de um time espetacular. Se quiserem enaltecer o trabalho do goleiro Marcos eu respeito. Foi o Sport contra Marcos e sua sorte. Bom para ele. Santo forte o do goleiro do pentacampeonato mundial.
Perdemos nos pênaltis, é verdade. Perdemos 2 jogos para o Palmeiras, empatamos outro e vencemos o último. Infelizmente não foi suficiente.
Ganhamos o título de honra da Copa Libertadores da América de 2009. Fomos os melhores dentro de um grupo batizado como o “Grupo da Morte”. Éramos o único time que não sabia o que era ser campeão da Libertadores. Ainda não sabemos. Mas todos os torcedores do Colo-colo e da atual campeã LDU sabem a força que tem o Leão do Norte. Ganhamos todos os jogos contra as equipes estrangeiras. Transformamos o Grupo da Morte no Grupo do Sport.
Não tenho mais uma estrela em meu peito. Tenho várias. Por isso agradeço ao Magrão, ao Dutra, ao Durval, ao Igor, ao César, ao Sandro Goiano, ao Hamilton, ao Andrade, ao Moacir, ao Daniel Paulista, ao Luciano Henrique, ao Paulo Baier, ao Fumagali, ao Ciro, ao Wilson, ao Vandinho e a todos os outros atletas do elenco do Sport que ajudaram a nos dar enormes alegrias. Agradeço especialmente ao professor Nelsinho Batista que foi um grande treinador para o meu clube e, sem nenhum lamento ou demagogia hipócrita eu digo: Valeu, mestre.
Não estamos nas quartas-de-finais, fomos derrotados, mas perdemos pela falta de sorte. Pior é ir para as quartas-de-final graças a um W.O. estúpido e preconceituoso. Isso é o Brasil, isso é a América, isso é o mundo.
Entre risos e lágrimas eu digo que foi ótimo está lá. Foi um lar. Um lar de jogadores e torcedores vitoriosos. Não existem grandes guerreiros no Sport, pois guerras não fazem grande ninguém. Existem grandes homens no Sport e como homens são falhos. Mas suas falhas não apagam seus feitos. Obrigado Luciano Henrique, Fumagalli e Dutra. Se não fossem por vocês não saberíamos nem o que era uma oitava-de-final de Libertadores. Temos mais motivos pra nos orgulhar de tê-los em nosso time que para culpá-los de qualquer coisa.
Emoção é emoção. Eu tenho a minha. Estou sofrendo muito pela desclassificação, mas estou muito feliz por saber de verdade o que é lutar contra tudo e todos e dizer: SOU CAMPEÃO.
Parabéns por mais um aniversário Sport. É aquele coisa de inferno astral que atrapalha.
Obrigado Sport. Por ter feito milhões de pessoas se sentirem campeãs.
SPORT – CAMPEÃO MORAL DA COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA DE 2009.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
A UM MESTRE ou MUITO ALÉM DO SILÊNCIO

Devido a atitudes que não valem à pena comentar, farei uma cirurgia em minha mão direita, logo, estou escrevendo “maneta” e de teimoso. Contudo, não faço idéia de como seria a minha vida sem papel e caneta (Bem, sei que tem várias formas de escrever e tal, mas... vocês me entenderam).
Freqüentemente (Sai daí trema, você não existe mais) encontro velhos conhecidos nesse imenso mundo de 10 acres e logo a mágica pergunta vem à boca:
- E aí? O que estás fazendo?
Putz grila! Sai dessa agora, Rafael!
Bem, dependendo de como vão me interpretar e do meu humor no momento, me acharão mais um loser do universo... Como no meu já falado ditado iídiche favorito: “O homem é o que é; não o que foi”.
Entretanto, algo dominou minhas emoções – A VAIDADE.
Eu era apenas um nerd (não careta) de amigos inteligentes, cultos, buscando alguma coisa. Trabalhava e estudava razoavelmente, mas dinheiro passava bem longe. Sabemos que educação no Brasil é... Deixa pra lá.
Em conversa com um amigo resolvi ser empreendedor. O sucesso e o dinheiro vieram... e a derrocada e o fracasso vieram mais rápido ainda. Perdi ABSOLUTAMENTE tudo, inclusive o que não tinha. A vaidade e a imaturidade me destruíram.
Agora assumo, aos trancos e barrancos, que sou um escritorzinho barato (Interpretem como quiserem. Como diria um personagem meu: Apenas 50% do que vocês leem é o que realmente penso. Os outros 50% é a sua interpretação).
Neste mês de maio três escritos meus estão saindo em livro (livros diferentes, só pra constar). Uma crônica, um conto e uma poesia. Ou seja, não sou tão ruim. Contudo, espero ter aprendido o que a vaidade já me proporcionou e mesmo que um dia eu consiga alguma coisa e ser alguém na vida, eu não deixe nada me subir à cabeça.
Embora eu tenha consciência que odeio sintetizar as coisas e que meus textos parecem discursos castristas [Sou historiador, fazer o que? (Já existe essa profissão?)], todas as palavras são necessárias. (Por favor, Nilson, não reclama.)
Li, não lembro onde (É pedir demais. Minha memória é boa, mas tem limites), que o homem desenvolve grande parte de sua personalidade até os sete anos de idade. Tenho uma personalidade forte e devo muito à herança genética familiar. Contudo, queria dizer a um homem (ou a uma família) que admiro de longe, que aprendi muito com ele quando estávamos pertos. Um ex-vizinho de dez anos de rua. Uma grande pessoa.
Tanto o pai quanto o filho talvez não se recordem claramente de mim. Não tem importância. Jamais os exclui de minha memória. O nacionalmente famoso Ivan Lessa diz que “a cada quinze anos esquecemos os últimos quinze”, eu (perto dos 30) faço questão de sempre recordar dos meus quinze iniciais.
Em Pernambuco existe um idealista que busca preservar a sua memória. A vital memória para a construção da história e de sua identidade. Basta você entrar no http://pe-az.com.br/ que saberá do que estou falando.
Não sou muita coisa, mas sei que devo parte de quem sou a família “Veras” – Lumi (Só para constar tem a mesma profissão que minha irmã), Rita, Lia, Joana (Olá linda colega!), o inexorável Chico Feitosa (Nome de um gênio da música brasileira) e o GRANDE... MARCOS CIRANO.
Não sou jornalista, não sou historiador ativo, sou apenas um escritorzinho barato. Mas já sei o que quero ser quando eu crescer. Quero ser MARCOS CIRANO.
Abraços fraternos e beijos a todos.
“Sou eu que vou seguir você do primeiro rabisco até o beabá”
sábado, 2 de maio de 2009
DE NOVO ou FUCK ME AGAIN
terça-feira, 28 de abril de 2009
ROUBANDO IDÉIAS ou O MAL DA AMNÉSIA
Até que eu gostaria de não estar, mas estou... Imaginem uma preguiça cansada com a cabeça lesa sem conseguir pensar em absolutamente em nada... SOU EU.
Ideias em excesso são prejudiciais à saúde.
É deveras complicado. Mas é verdade.
Bem, amigos (Putz! Ando pior que o Galvão.)... Não habito mais o burgo duartino, logo, algumas vezes sinto saudade de algumas coisas em Olinda. Porém, das coisas que sinto falta a praia é a mais estranha. Sinto falta dela ao mesmo tempo que me sinto alforriado de certas imagens macabras.
Como estamos vivendo o período de mais um CINE-PE faço questão de lembrar de um curta exibido em 2005 (Perdoem-me se estou enganado com a data) chamado "Mais um Domingo" do visionário diretor Daniel Barros. O filme fala por si só, muito embora, porém e todavia caberia uma tese de doutorado antropológico entre outros universos acadêmicos. Como estou com a mente em frangalhos me abstirei de fazer comentários sobre o filme ou de qualquer outro assunto no momento.
O filme é ótimo. Assisti inúmeras vezes (Realmente gostei e sempre vejo quando mostro para alguém) e divido com vocês. Peço licença ao Daniel Barros e seu pessoal para colocar seu filme em meu post.
As conclusões sobre o filme são de vocês. Quando minha cabeça estiver melhor eu volto.
Como não pude fazer isso até o presente momento fa-lo-ei agora: PARABÉNS DANIEL!
"Agora... Nós vamo invadir sua praia"
domingo, 19 de abril de 2009
A LUZ DA SABEDORIA IGNORANTE ou O MAIOR POST DA HISTÓRIA
Abracei a idéia de escrever no blog (Sob um título – enorme por sinal – que expressa exatamente seu objetivo – Pensamentos Soltos De Uma Mente Noir) meio que sem querer para aliviar minha cabeça e suas dores. Outra inquietação era as perdidas noites de insônia. Acredito que não mereço passar muitas horas em claro tentando entender as loucuras de James Joyce (embora ele seja O cara da literatura moderno-contemporânea do século XX) expressas em Ulisses.
A mente humana é uma das coisas mais extraordinárias e mais loucas do universo. Criamos tudo que acreditamos existir, inclusive monstros, alienígenas e Deus.
Por favor, não joguem pedra nem bosta na pobre da Geni, ou melhor, em mim. Não estou aqui para ser “o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro” tal qual o Drummont não cantou. Não vim aqui para esclarecer nada, vim para ser Abelardo e transformar o mundo na chacrinha tal qual meu conterrâneo fustigava. Meu negócio é confundir. Quero entender a pergunta muito mais que saber a resposta. Como diria o autor de “Eneida” – “fartamo-nos de tudo, menos de compreender”.
Quando adolescente eu me achava simplesmente fantástico. A modéstia era algo que passava a anos-luz de mim. A modéstia era para os medíocres.
Imaginem um garoto idiota – eu era infinitamente pior. E eu nem era o melhor aluno da turma, estava bem distante do meu amigo Humberto. Meu problema pode ter sido uma porcaria de um teste de QI que fiz aos 12 anos de idade – 134 era um número bem expressivo para um adolescente com uma mente totalmente virgem.
Tenho consciência que apresento meus lampejos de genialidade (Calma, amor! Eu juro que não estou me achando). Considero-me um gênio, sobretudo pelo fato de encontrar problemas. Hans Krailsheimer, um aforista alemão, falava que os “talentos encontram soluções. Gênios encontram problemas”. Já o maior filósofo chinês da antiguidade, Confúcio, dizia-nos: “Não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas”. É exatamente nisso que me empenho – compreender as perguntas. Perguntar, fazer a mente trabalhar pra que ela não se transforme numa massa podre e infértil também é um objetivo presente na minha doentia cabeça. Lançando mão do ato de apoderar-se das idéias dos outros cito o cartunista e escritor americano James Thurber e expresso que “melhor é perguntar algumas questões do que saber todas as respostas”, haja vista a total ignorância daquele que se julga um sábio, pois “sábio é quem recolhe a sabedoria dos demais”. Ótima essa, não?! Pois é, infelizmente também não é minha. É do escritor espanhol Juan Guerra Cáceres.
Antes de qualquer coisa sou um leitor. Leio tudo que tem letras. Embora algumas vezes eu não entenda nada que está escrito. Tem coisas que se apresentam com tal incongruência inexorável que só um ortodoxo ou um douto na arte de desmistificar a hermenêutica da filosofia metafísica seria capaz de entender a própria cosmogonia universal a luz do racionalismo druida ou oráculo de civilizações desaparecidas antes do armagedon ou qualquer escatologia apocalíptica nos idos tempos onde à etimologia das palavras não tinham tanta importância quanto à explicação do zeitgeist de Johan Herder ou Georg Hegel muito antes da Crise da Razão Histórica e quiçá do Fim da História.
Ufa!!! Imaginem o Ariano Suassuna cantando um funk desses. Rutheford e Bohr é fácil. Queria ver é ele dizer algo assim. E olhem que eu nem disse nada. Poderia muito bem partir da Teoria dos Sistemas para a Teoria do Caos, passando pelos Simulacros de Jean Baudrillard, enganando o diabo de Goeth antes que os satanistas laveyanistas me convencessem que o dogmatismo deles era mais plausível que o ceticismo e que nenhuma ciência cognitiva me explicaria melhor o mundo como vontade e representação de um pessimista como Schopenhaur ou como um trágico como Nietzche, muito embora Deus estivesse morto, “assim falou Zarathustra”. Se for mentira é dele e não minha. Isso porque me perdi no primeiro paradigma ontológico (não antológico) da realidade semiótica ora exposta, visto que tudo que fora exposto anteriormente serem bem mais amplos que o holismo aristotélico.
Hãn???? Perdoem-me pelos meus risos, amigos. Será que um ‘boçal’ como eu riria com uma “Pegadinha do Mução”? É claro que sim. Primeiro porque não sou boçal (É sério). Sou um total ignorante. Eu não sei absolutamente de nada (Às vezes é que dou uma dentro). “Só sei que nada sei” – me diria Sócrates. Ele estaria coberto de razão. Não a razão criticada por Immanuel Kant. Mas a razão que admite que quanto mais sabemos mais sabemos que não sabemos de nada. Admirável mundo novo, caro Aldous Huxley. Passamos de 1984 e não aprendemos nada com George Orwell e suas visões nostradámicas. É lamentável que continuem a existir donos da verdade. O que vem a ser a ‘verdade’? Será que é aquilo que aprendemos desde nossos berços maternos ou algo que vá bem mais além que a vã filosofia shakespeareana?
Há pouco tempo tive conhecimento de uma falha na mente humana que a deixava paralisada com as ditas verdades – crenças e idéias – impostas às mentes infantis, muitas vezes contrárias à realidade (Afinal de contas o que é a realidade? Bem, deixa a metafísica um pouco de lado e voltemos).
A referida paralisação da mente é conhecida pela palavra neologista logosófica (Logosofia, embora eu não seja um expert no assunto, é uma espécie de filosofia de vida que busca um mundo mais harmônico e livre da ‘dominação’ de uma realidade deturpada. Aqui na América Latina o educador argentino Carlos Bernardo González Pecotche é o maior nome. Etimologicamente a logosofia seria o estudo do saber. Para dá uma de Aurélio. Logos do grego = Estudo /Sophia do grego = Sabedoria) de PSIQUIÁLISE. Quando se imputa a uma criança, ou seja, uma mente vulnerável, o certo e o errado, ela está sujeita a todo tipo de embustes e mentiras. Algumas mentiras ditas de formas tão convincentes e metódicas que as tornam inquestionáveis pelo resto das suas vidas. Contudo, a mente humana é inquieta, ela busca pela verdade, pela sabedoria, ela deseja saber sobre a existência humana, sobre Deus, sobre o sentido da vida. Porém, a manipulação e a dominação física e/ou psicológica cega o homem, negando-lhe a verdade oculta pela escuridão de seus próprios pensamentos, transformando-o numa massa corpórea uniforme conduzida a aceitar ingenuamente e docilmente a cooptação ao caminho do erro. Logo, carecendo de um retorno à luz da sabedoria escrita nas alturas do Olimpo, muito além das sombras de Platão.
A rotina estéril que nos é imposta diariamente limita-nos a levar uma vida enfadonha que muitas vezes culmina num suicídio.
Ah, Rafael! Vivemos num mundo capitalista. Nem vem com teu materialismo histórico de Marx pro meu lado. Precisamos de dinheiro.
Concordo totalmente. Mas, qual o país onde mais se comete suicídio? Será uma tal de Suíça? Bem, deixa isso pra lá.
Nem tanto a Deus nem ao Diabo, nem ao céu ou ao inferno, muito menos ao maniqueísmo. O que seria do mundo sem a dicotomia do faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.
Os nossos pais geralmente nos ditaram o que era o certo. Mas será que eles sabiam o que era o certo. Exemplificarei de maneira extremamente simplista para concluir meu longo raciocínio.
Meu pai não tem time de futebol. Ele torce pelo time que ganha. Meu time de coração é o Sport Club do Recife, um dos três maiores clubes de futebol do estado de Pernambuco. Virei torcedor deste time quando era um garoto imberbe por amizade a um vizinho (Obrigado, Renné). Mas por que não torci pelo Náutico ou o Santa Cruz? Afinal de contas o Náutico era hexacampeão pernambucano e o Santa tri-super-campeão (Ohhhh!!!). Nasci no ano de 1981, ano que meu time de coração conquistou um super-campeonato, sagrando-se bicampeão e tricampeão estadual no ano seguinte. De 1981 até 2009 (ano que estamos) meu time conquistou 16 títulos estaduais (desses, eu lembro de 14, ou seja, depois dos meus 7 anos de idade, incluindo um penta (1996-2000) e o atual tetracampeonato), 2 regionais, 3 nacionais e duas participações na Libertadores da América. Eu tenho uma sobrinha linda (Heloísa) que no ano passado gravou um maravilhoso vídeo sobre o tricampeonato do Sport. Hoje do alto de seus 3 anos de idade, ela se vê psicologicamente impedida de gritar TETRACAMPEÃO, pois seu pai (Um sofredor. Perdão, ato falho, um tricolor) a convenceu que Sport era palavrão e que seu time de coração era o “mais querido”, ou seja, o Santa Cruz.
Agora imaginem quantas coisas as crianças não tomam como verdade absoluta por imposições deturpadas pelos seus pais ou outro formador de opinião. É óbvio que isso tudo faz parte de uma brincadeira séria. Afinal de contas... Eu sou... TETRACAMPEÃO!!!
PELO SPORT TUDO! Inclusive esquecer os pensamentos que fazem minha cabeça doer. Pensar dá muito trabalho.
Quanto ao sentido da vida... Ariano tem razão... O físico dinamarquês Niels Bohr é o cara: “O sentido da vida baseia-se em não haver sentido nenhum em dizer-se que a vida não tem sentido”.
Se acha que estou errado assista ao vídeo.
“Cazá, cazá, cazá, cazá, cazá... A turma é mesmo boa. É mesmo da fuzarca. SPORT! SPORT! SPORT!”
terça-feira, 14 de abril de 2009
O DETERGENTE DO TEMPO ou PASSOU, APENAS PASSOU
2- Meu ex-aluno Thiago, você tem toda razão ao me achar contraditório. Estou me expondo muito pra quem alardeava uma enorme aversão pelo Orkut e pelos blogs da vida. Mas estou assim... Uma metamorfose ambulante.
Segunda-feira, 13 de abril de 2009, o que este dia tem de “mais”? Provavelmente tem dois “mais”. Um com “i” e outro sem “i”. Resolvi exorcizar certos fantasmas adolescentes e celebrar a lembrança de eternos ‘amigos’.
Há certo tempo venho matutando idéias sobre o “Muito além do Orkut” para falar sobre o valor da amizade e dos caminhos da vida. Uma colega, colunista da Revista Vip, certa vez falou que amigos do passado são para ficar no passado, haja vista os caminhos escolhidos por esses outrora confidentes forem muitas vezes distantes, e anseios em comum seriam raros.
Concordo e discordo com ela. Nunca retiraria uma amizade do passado. Mas amigos sempre são amigos, independente dos caminhos, ideais, opções e crenças. Tenho amigos hetero, homo, bi, a, pã, careta, viciado, evangélico, católico, candomblé, agnóstico, ateu, conservador, comunista, anarquista, alienado e por aí vai. Tenho meus conceitos e preconceitos, nunca fui hipócrita. Contudo, acho que agora perto dos 30 devo perdoar meu “eu” adolescente.
Ser adolescente é: se decepcionar com alguém que julgávamos ser nossos grandes amigos, é se apaixonar perdidamente pela nossa(o) melhor amiga(o), é falar um bocado de besteira e achar que tudo isso é verdade (Perdão, achar não, ter certeza). Porém, com o tempo a testosterona vai diminuindo e a maturidade vai batendo e observamos o monte de porcarias que a gente falava. Possivelmente eu fui (e sou) o cara que mais falava porcaria que eu conheci. Meus pais, familiares e amigos foram e são testemunhas disso... Mas, voltando...
Este ano completa dez anos que concluí o Ensino Médio e muitos dos meus ex-colegas ficaram junto ao birô do professor do colegial, ou seja, a amizade não durou ao cruzar dos umbrais escolares. Porém, muitas das minhas amizades foram encerradas antes mesmo do fim deste período da vida. Quero pedir PERDÃO a todos àqueles que eu magoei de alguma forma com atitudes infantis típicas de uma pessoa com mente em formação. Ao mesmo tempo estou me munindo de um poder ímpar ao dizer que PERDOO todos que de alguma forma me magoaram. Não serei leviano e citar nomes que possam comprometer alguém. Entretanto, citarei nomes de algumas pessoas que fizeram parte da minha vida e que nunca esqueci e nem esquecerei e, possivelmente, ganharão posts individuais no futuro.
Rafael Ribeiro: Desse não faço questão de dizer muito agora, a não ser que é nada menos que um irmão.
Os três mosquiteiros: Hélio, Duda e Ênio. Pessoas que amo muito. Ênio, possivelmente foi meu amigo mais importante quando meu xará foi pra Brasília em 1998. Hoje em dia Duda é o que mais vejo. Mesmo assim vez perdida. Ênio está casado e tem um filho (Caio) que já está enorme. Hélio e sua linda esposa estão felizes no Norte. Duda vem enrolando Flavia há... deixa pra lá.
As meninas: Cláudia, Mirela, Pollyana, Annalice, Carol e Waleska. É óbvio que tinha muito mais meninas naquela A-17 e B-16 do Atual de Olinda. Mas elas eram as que possivelmente eu mais mantive contato. De Annalice e Waleska pouco sei. Imagino que Annalice seja advogada. Carol soube que está casadíssima. Mirela é médica e está completa com seu amado marido. Cláudia também se encontra casada. Já Pollyana foi minha grata descoberta da internet, tornou-se a artista que eu imaginara que se tornaria.
The Surfaces: De Fábio, Thiago Tavares, Rodolfo e André Luis já falei tempos atrás. Amigos que me acompanharam também na turma de Humanas no 3º ano. Amo-os muito.
Humberto: Bem, Betão faz séculos que não tenho notícias, mas este eu conheço desde tenros cinco anos de idade. Estudamos juntos da alfabetização até o fim do Ensino Médio. É sem dúvidas um grande sujeito, uma mente brilhante. Admiro, respeito e amo.
Em meados de 1998 tive meus motivos particulares para mudar de turma e fui estudar com o pessoal da B-17, turma de meu amigo Fábio Manzano Renesto e da minha irmã-afim Alyne Anne, ou seja, não estava só.
FMR: Fábio sempre foi meu amigo desde a época do Imaculado. Passou um tempo na Europa e agora está de volta. Tatuagens depois, está casado e tem um filho lindo.
Acerolas: No 2º ano aconteceu uma feira agropecuária – espécie de feira de ciências – e meu grupo era o de Alyne. Era formado por 12 pessoas, apenas três homens. Contudo, excetuando a minha pessoa, os outros dois membros masculinos tinham a opção sexual questionada pelos alunos da B-17. Se eram ou não eram, nunca me importei. Porém, de algumas pessoas desse grupo faço questão de falar. Alyne é minha irmã e nossas famílias estão unidas por natureza. Mariana foi uma grande parceira intelectual – fantásticos 10, hein?! Renata Prado foi uma grande amiga. Sinto sua falta. Encontrei ano passado no carnaval, hoje ela é advogada. A sua Xará sei que é muito amiga de Alyne e com dez anos de atraso digo: Obrigado pelas palavras! Nunca esqueci. Você foi nobre com seu bilhete. Shirley Andrade foi uma confidente nos anos de 98 e 99. Segredos continuam comigo. Sei que hoje está casada. Ana Luisa (Belo nome por sinal) também está casada e feliz. Carol (Bóia), continuo te devendo aquele livro que eu escrevia nos passados tempos, lembra?! Acredito que hoje seja psicóloga.
Muitas histórias estão na minha mente, na minha lembrança, mas as mágoas que por muito tempo me acompanharam não existem mais. Sinto-me renovado após isso. O mundo já possui muitos sentimentos negativos para que percamos tempo com mesquinharias. Hoje encontro meus ex-colegas em virtuais ambientes e os vejo mais bonitos (ou nem tanto), mais gordinhos (ou não), mais carecas (ou mais peludos), casados (ou separados), com filhos (ou cachorros)... Contudo, sei que todos tocam suas vidas, independente de mim, independente de quem fomos e independente de quem seremos. A vida é como é. Independe dos filmes que vejo no Cine-PE.
“Mesmo que o tempo e a distância digam: NÃO. Mesmo esquecendo a canção.”
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